Lindomar Pereira Santos, de 55 anos, que descobriu problemas renais há cerca de quatro anos. “Tive inchaço pelo corpo e mal-estar ao realizar atividades básicas do cotidiano. Busquei atendimento médico e recebi a notícia de que precisaria fazer sessões de hemodiálise para sobreviver. Fiquei muito assustado e inseguro”, lembra o marabaense.

No tratamento de hemodiálise, durante algumas horas, o sangue do paciente é filtrado por meio de uma máquina, que remove os resíduos tóxicos e o excesso de líquidos do corpo.

“Eu não sabia como me sentiria durante e após cada sessão, mas aos poucos percebi que o tratamento era fundamental para manter minha saúde. As primeiras sessões foram as mais difíceis, mas com o tempo aprendi a lidar com os efeitos colaterais e controlá-los com a ajuda dos profissionais que me acompanham”, conta Lindomar.

O paciente é atendido há cerca de três anos no Centro de Hemodiálise do Hospital Regional do Sudeste do Pará, unidade pública de saúde que, somente ano passado, realizou mais de 13 mil sessões de hemodiálise, atendendo um total de 1.140 pacientes.

Entenda a Doença Renal Crônica

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2040 a Doença Renal Crônica (DRC) será a quinta causa de morte no mundo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) estima-se que cerca de 850 milhões de pessoas no mundo, aproximadamente 11% da população, convivam com uma doença renal, sendo que ocorrem 2,4 milhões de mortes por ano.

Ainda de acordo com a SBN, no Brasil, 10% da população, ou seja, 1 em cada 10 pessoas possui algum grau de Doença Renal Crônica, situação caracterizada por uma lesão no rim que persiste por mais de três meses, o que faz com que esse órgão não funcione como deveria. Em sua fase mais avançada, conhecida como Insuficiência Renal Aguda ou Crônica, os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente.

Em 9 de março é celebrado o Dia Mundial do Rim, data que estimula a prevenção e o tratamento adequado da DRC. A data, idealizada pela International Society of Nephrology (ISN), é comemorada anualmente na segunda quinta-feira do mês de março. Os principais objetivos do evento são aumentar a conscientização sobre a crescente presença de doenças renais em todo o mundo e a necessidade de estratégias para a prevenção e o gerenciamento dessas doenças.

“É uma doença silenciosa, onde gradualmente os rins perdem a capacidade de funcionar, levando ao acúmulo de toxinas no corpo. Se não for tratada, causa danos severos à saúde”, explica Larissa Rodrigues da Costa, nefrologista da Pró-Saúde que atua no Hospital Regional do Sudeste do Pará Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá, interior paraense.

Sinais, sintomas e fatores de risco

Os rins desempenham a função de filtrar os resíduos tóxicos gerados pelas células e atuam como reguladores para manter o equilíbrio adequado de certas substâncias, como água e sais minerais presentes no sangue. A doença geralmente não apresenta sintomas, sobretudo no início.

“Os sinais consistem basicamente em falta de apetite, inchaço nos pés, pernas ou rosto, fadiga, anemia, pressão arterial elevada e urina com espuma, entre outros”, cita a médica.

Entre os principais fatores de risco estão diabetes, hipertensão arterial, obesidade, tabagismo, histórico familiar de doença renal, idade avançada e uso prolongado de certos medicamentos.

“Muitos desses fatores estão diretamente relacionados aos hábitos de vida. Por isso, a prevenção consiste em dois pilares: adoção de hábitos mais saudáveis e informação sobre a doença para identificar de forma precoce”, enfatiza Larissa.

5 medidas simples para prevenir doenças renais

1- Faça exercícios físicos com regularidade;

2- Evite o consumo excessivo de sal, carne vermelha e gorduras;

3- Monitore o peso corporal, colesterol, glicose e pressão arterial;

4- Não fume e modere o consumo de bebidas alcoólicas;

5- Beba água regularmente e preste atenção aos sinais de desidratação.

“O diagnóstico precoce é fundamental para a controlar e/ou retardar a progressão da doença. Ele é realizado por meio de avaliação clínica e exames laboratoriais, como o de sangue e urina, que identificam a dosagem da ureia e creatinina, marcadores da doença renal”, complementa Larissa.

Tratamento pode incluir diálise e transplante

Quando é diagnosticada a falência renal, caracteriza pela lesão irreversível nos rins, é necessário realizar tratamento para a substituição da função do órgão, como diálise, hemodiálise e transplante renal. No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o número de pacientes com DRC avançada é crescente, sendo que atualmente mais de 140 mil pessoas realizam diálise no país.

“É importante lembrar que a DRC não tem cura, já que o órgão não pode ser recuperado. Com os tratamentos podemos minimizar os sintomas e evitar o avanço da doença, proporcionando mais qualidade de vida. A única possibilidade para que a pessoa tenha novamente um rim saudável é por meio do transplante renal, por isso, a prevenção é tão importante”, finaliza a especialista.

Por que os rins são tão importantes?

Pouca gente sabe o quanto os rins são importantes. Sua principal, e mais conhecida função, é a filtragem de substâncias tóxicas no organismo. Porém, o órgão desempenha muito mais do que isso:

– Mantém o equilíbrio entre os minerais do organismo (como sódio, potássio);
– Regula o pH do sangue;
– Equilibra o volume líquido do corpo;
– Produz hormônios e substâncias benéficas para o organismo como a vitamina D.

Mesmo sendo essencial para a vida é difícil encontrar quem esteja atento aos cuidados necessários. E essa falta de cuidado pode levar a consequências:   sérios problemas renais, tais como infecções, cálculos e até mesmo a insuficiência renal crônica, que habitualmente, submete o paciente a um transplante do órgão.

Os rins são órgãos que desempenham funções imprescindíveis, das quais dependem o equilíbrio e o bom funcionamento do organismo. Sua principal e mais conhecida função, é a filtragem de substâncias tóxicas do corpo. Porém, o órgão vai além.

“Ele é capaz de manter o equilíbrio entre os minerais do organismo (como sódio e potássio), regular o pH do sangue, equilibrar o volume líquido do corpo e produzir hormônios e substâncias benéficas para o organismo, como a vitamina D”, informa a nefrologista Geovana Basso, diretora médica da Baxter.

Ela explica que a insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas. Ela pode ser aguda, quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, onde o quadro pode ser reversível, ou crônica, quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível.

Uma forma de prevenir a perda da função renal e, consecutivamente, os impactos causados, é o diagnóstico e tratamento precoce.

“Vale lembrar que a doença renal é silenciosa. Os problemas renais podem ser identificados pela análise de urina e/ou de creatinina no sangue. Por isso é indispensável o cuidado com a saúde dos rins em cada visita médica de rotina e quanto detectada a doença, o paciente deve ser encaminhado ao Nefrologista”, relata a médica.

Alguns cuidados são essenciais para manter a saúde dos rins. Para a Dra. Geovana, além da hidratação, é importante que as pessoas adotem hábitos de vida mais saudáveis, como manter uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas regularmente e ficar de olho em outras condições que acometem os rins, como a obesidade, diabetes, hipertensão, tabagismo e doenças cardiovasculares.

Entenda a diferença

Insuficiência renal aguda – Também chamada de lesão renal aguda, essa falha renal caracteriza-se pela perda súbita da capacidade dos rins. Geralmente acomete pacientes já hospitalizados.

Insuficiência renal crônica – É a perda lenta e gradual da capacidade do órgão em realizar suas funções.

Mas afinal, quais cuidados devemos ter com os rins para evitar doenças graves?

-  Realizar exames laboratoriais periódicos: coleta de sangue (para checagem de ureia e creatinina no organismo), urina (com a finalidade de detectar proteínas ou sangue na urina) e até mesmo ultrassonografia (que mostra a morfologia renal, indicando se os rins já apresentam mudanças em seu formato regular);

– Fortalecer cuidados com a alimentação, praticar atividades físicas, não fumar ou beber são fundamentais para evitar doenças renais.

Sintomas
A doença renal pode ser silenciosa. Os sintomas do início do quadro podem ser: fadiga, sonolência, coceira, náusea, dormência de mãos, pés, mau hálito e alteração de apetite. Além disso, a diminuição na quantidade e frequência de urina podem ocorrer.

Diagnóstico
Os problemas renais podem ser identificados pela análise de urina e/ou do sangue. O que determina o quadro é o nível de proteínas como a albumina (urina) e creatinina (sangue) em proporções instáveis.

Prevenção
Controle dos quadros de diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares são fundamentais para evitar a falha renal. Além disso, dieta com baixos níveis de sal e açúcar, a prática de exercícios, controle da pressão arterial, eliminação do tabagismo e exames periódicos são relevantes para a prevenção.

Tratamento
O paciente possui algumas frentes terapêuticas para a reposição da função renal nos quadros de insuficiência:

– Diálise: nos formatos peritoneal e hemodiálise
– Medicamentos
– Transplante

Com Assessorias

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