Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, 14 em cada mil habitantes doam sangue de forma regular nos hemocentros do Sistema Único de Saúde (SUS), uma taxa de 1,4%. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 1% a 3%.
No entanto, há períodos do ano, principalmente durante o inverno, em que os estoques de sangue ficam em estado crítico, além de que dúvidas sobre segurança, pré-requisitos e benefícios da doação ainda afastam as pessoas deste ato de solidariedade.
Pois é justamente por conta do dia 14 de junho, quando se celebra o Dia Mundial do Doador de Sangue, que a campanha Junho Vermelho busca conscientizar a população sobre a importância de um simples ato que pode salvar vidas.
Uma única doação é capaz de salvar quatro vidas e o sangue pode ser utilizado em diversas situações, desde anemias crônicas, cirurgias de urgência, acidentes que causam hemorragias e até no tratamento contra o câncer e outras doenças graves.
Antes de doar, é importante que o interessado saiba que precisa estar apto, principalmente apresentando boa condição de saúde. “É importante citar as condições para que o doador se prepare antes e desmistificar algumas dúvidas que a maioria das pessoas têm sobre a doação”, explica o médico Rafael Moredo, do Trasmontano Saúde.
O especialista lista 7 mitos e verdades sobre o tema:
– Preciso estar em jejum para a doação?
Mito. A questão da alimentação confunde algumas pessoas, que pensam ser necessário o jejum, quando, na verdade, o paciente deve estar alimentado e descansado, evitando alimentação gordurosa nas 03 horas que antecedem a doação.
– A doação de sangue engrossa o sangue?
Mito. Doar sangue não afina nem engrossa o sangue.
– Posso doar sangue menstruada?
Verdade. Claro que pode! Desde que não sofra de hipermenorreia ou outras alterações menstruais, pode doar sangue tranquilamente.
– Apenas maiores de 18 anos podem doar?
Mito. É preciso ter entre 16 e 69 anos, portar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial, pesar no mínimo 50 kg.
– Gestantes e lactantes não podem doar?
Verdade. As mulheres que estão grávidas ou amamentam devem esperar 12 meses para que possam ser doadoras de sangue.
– Quem tem tatuagem não pode doar sangue.
Mito. Desde que esperem o período de 12 meses após a realização do procedimento, as pessoas que fizeram tatuagem e outros procedimentos com perfuração na pele podem doar sangue.
– O doador não pode ter ingerido álcool antes da doação.
Verdade. O doador não pode ter consumido álcool nas 12 horas que antecedem a doação.
– Após a primeira doação, só é permitida uma nova após 12 meses.
Mito. Mulheres podem doar a cada três meses, já os homens podem doar a cada dois meses.
Veja mais 5 mitos e verdades para perder o medo de doar sangue
A Roche Diagnóstica preparou também uma lista de respostas sobre dúvidas comuns a respeito da doação de sangue, especialmente em torno da segurança no processo, assegurando que não há riscos de contaminação.
“Doar sangue é totalmente seguro”
Verdade. Não há nenhum risco de contaminação durante a doação de sangue, pois os materiais utilizados são descartáveis e de uso único. Além disso, as soluções e equipamentos disponíveis nos centros de coleta no Brasil são seguros, eficientes e confiáveis.
“O meu sangue pode ser contaminado depois da doação”
Mito. O caminho do sangue, após a coleta, é totalmente seguro. Nos bancos de sangue há soluções inovadoras que ajudam em todo o processo.
“A triagem do sangue pode detectar diversos tipos de doenças”
Verdade. Após a doação, é realizada uma triagem que busca garantir a máxima segurança para as pessoas que vão receber a transfusão. Podem ser detectadas doenças como HIV, Sífilis, Doença de Chagas, HTLV I/II, Hepatites B e C. É importante ressaltar que os testes têm o objetivo de fazer a triagem do sangue e evitar contaminações e não de diagnóstico, portanto, não devem ser interpretados como diagnóstico definitivo.
“Se eu doei sangue uma vez, precisarei doar sempre”
Mito. Quem faz a primeira doação de sangue não é obrigado necessariamente a realizar mais vezes. No entanto, é um ato de solidariedade importante para se fazer regularmente – lembrando que uma doação pode salvar a vida de até quatro pessoas. O intervalo mínimo entre doações é de 60 dias para homens e 90 dias para mulheres, sendo que os homens podem doar no máximo 4 vezes em um ano e as mulheres 3 vezes nesse mesmo período. Para pessoas com mais de 60 anos, o intervalo mínimo entre as doações é de 6 meses.
“Todas as pessoas podem doar sangue”
Mito. Os critérios básicos para doar sangue são: ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos – menores de 18 anos precisam do consentimento formal do responsável legal; pessoas entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos; pesar no mínimo 50 kg; ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas. Além disso, é preciso estar alimentado – evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue e, caso seja após o almoço, aguardar 2 horas (veja mais abaixo).
Pré-requisitos para doar sangue
Com a chegada do inverno, a doação de sangue se torna um ato muito importante. Para doar, existem alguns requisitos, como:
Estar em boas condições de saúde;
Ter entre 16 e 69 anos;
Apresentar documento oficial com foto (RG, Carteira Nacional de Habilitação – CNH, Passaporte ou Carteira de Trabalho);
Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas que antecedem a doação.
Estar alimentado;
Pesar mais de 50 quilos;
Evitar comida gordurosa 3 horas antes da doação.
Passo a passo da doação
No hemocentro, o doador realiza primeiro um cadastro com dados pessoais e gerais. Depois, ocorre a triagem clínica, entrevista que avalia as condições de saúde e possíveis os riscos para quem vai receber.
A coleta do sangue dura em torno de 15 minutos, e é realizada com material esterilizado, descartável, sem riscos ao doador. Após o ato, é importante que quem doou se alimente, beba água e evite esforço físico exagerado.
Além disso, não deve ingerir bebidas alcóolicas por pelo menos 12 horas, fumar por cerca de 2 horas nem dirigir veículos de grande porte, trabalhar em andaimes e praticar paraquedismo ou mergulho.
Fonte: Transmontano Saúde e Roche Diagnóstica