Atualmente uma boa parte das mulheres conciliam a maternidade e o home-office que foi aderido por diversas empresas por conta da pandemia de Covid-19. Mesmo com a flexibilização das medidas de segurança, muitas companhias resolveram estender o trabalho remoto por tempo indeterminado ou definitivamente.
Levantamento da Catho, marketplace de tecnologia que conecta empresas e candidatos, mostra que 92% das mulheres que trabalham de casa também são as responsáveis pelos filhos. Christiana Mello, CGO-H da Catho e mãe de dois filhos, separou algumas dicas de como o setor de recursos humanos das empresas podem auxiliar as colaboradoras a conciliar maternidade e trabalho remoto. Confira:
Flexibilização de horários
Um dos atrativos do home-office é a possibilidade de trabalhar com horários mais flexíveis e isso faz toda a diferença quando se trata de maternidade. Afinal, a mulher consegue adequar seu expediente à rotina da casa.
Sem um horário engessado, fica mais fácil para ela se dedicar às atividades laborais nos momentos em que não precisa dar tanta atenção aos filhos ou às atividades domésticas. Assim, sofre menos interrupções, rende mais e atua com tranquilidade.
Incentivo ao debate
Ainda existe um certo preconceito contra as profissionais mães na hora das entrevistas de emprego. Por isso, é importante mudar essa cultura desde a base. O RH pode promover processos seletivos mais humanos, trabalhando a mentalidade da empresa para que essas colaboradoras sejam valorizadas.
Assim, vale debater sobre maternidade e home office como uma forma de oferecer oportunidade para as profissionais que estão fora do mercado de trabalho ou garantir mais qualidade de vida para aquelas que têm família e atuam presencialmente, no caso das empresas que voltaram ao presencial.
Apoio psicológico
É muito difícil para a mulher quando ela precisa escolher entre maternidade e trabalho. A sociedade cobra a dedicação à família, a empresa exige produtividade e atenção total ao cargo, e isso gera conflitos internos, insegurança, ansiedade e estresse.
O setor de RH pode promover apoio psicológico para essas profissionais a partir da gravidez, com programas de apoio à gestante, e no pós-parto, para que se sintam acolhidas quando tiverem um recém-nascido. A maternidade deve ser tratada com naturalidade, não como algo que impede a construção da carreira.
Momentos de interação
É interessante promover momentos de interação entre as colaboradoras mães, ainda que de forma remota. Eles permitem a troca de experiências, para que elas conheçam a realidade umas das outras e, ao mesmo tempo, consigam apoio entre si.
Isso as ajuda a perceber que a maternidade não atrapalha a vida profissional e que elas, portanto, podem buscar especializações e capacitações de liderança e ocupar cargos mais altos. Vale a participação de uma mulher de destaque da própria organização ou uma convidada, para que se sintam inspiradas.
Para muitas mulheres, o trabalho remoto é a saída para vivenciarem a experiência de serem mães e se dedicarem à carreira simultaneamente. Desde que a empresa esteja atenta e atue para auxiliar nesse sentido, ter filhos não interfere nas atividades profissionais, não prejudica a liderança feminina nem abala a competência, e isso precisa ser destacado dentro das organizações.
Mais uma vez, é preciso afirmar a importância do RH para promover debates sobre maternidade e home office, além de trazer estratégias que beneficiem a organização e as profissionais. Afinal, esse setor é responsável pela mediação dos conflitos e pelo melhor relacionamento entre os talentos e a empresa.