A temida alergia, presente no cotidiano de muitos, é uma resposta exagerada do sistema imunológico a determinadas substâncias. Elas possuem causas variadas, que podem incluir o contato com ácaros, alimentos, animais, medicamentos, picadas de insetos, látex, pólen e muito mais. Até mesmo mudanças climáticas ou estresse podem influenciar no seu surgimento.

Nem sempre é possível compreender a motivação para que o corpo passe a reagir exageradamente em certas ocasiões. Algumas alergias podem ter predisposição genética como principal causa de seu surgimento, mas, na maioria dos casos, a explicação não é clara.

Em algum momento da vida, o organismo identifica uma determinada substância como estranha e começa a desenvolver anticorpos, desencadeando uma série de reações que constituem a resposta alérgica. Portanto, é importante destacar que ninguém nasce alérgico. Trata-se de uma predisposição, aliada a fatores ambientais”, explica o médico Edcarlos Cajuela, alergista e imunologista do Cejam – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.

De modo geral, os sintomas podem variar desde formas leves, como espirros, coceiras, lacrimejamento e vermelhidão em pontos isolados da pele, até erupções cutâneas e inchaço das pálpebras, lábios, orelhas e genitais. No entanto, também têm a possibilidade de se manifestar de maneira grave, provocando desconforto respiratório, queda de pressão e perda de consciência.

As reações alérgicas podem afetar qualquer parte do corpo, mas uma grande parcela da população sofre principalmente com manifestações nas vias respiratórias, experimentando sintomas recorrentes como espirros, coriza, coceira nasal, tosse, chiado no peito e dificuldade para respirar”, acrescenta.

Mudanças no clima podem causar algumas formas de alergia

Rinite e asma alérgica são as doenças mais comuns e acometem 35% da população mundial segundo a OMS.

A chegada do inverno com as temperaturas acima da média, embora seja agradável, ajuda a aumentar a amplitude térmica e a acentuar a baixa umidade do ar. Essas mudanças climáticas aumentam a quantidade de poluentes e poeira no ar, irritando as vias aéreas e desencadeando alergias.

No Brasil, as alergias respiratórias mais comuns são a rinite alérgica, que acomete o nariz, e a asma alérgica, que ataca o sistema respiratório, em especial, os brônquios. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), 30% da população brasileira sofrem com esse tipo de rinite.

Os principais sintomas os espirros frequentes, coceira no nariz, nos olhos e garganta, nariz entupido, coriza clara e olhos lacrimejantes. Já a asma alérgica pode causar falta de ar, chiado no peito e dificuldade para respirar.

Alergias respiratórias ameaçam qualidade de vida

Doença silenciosa pode prejudicar sono, trabalho e bem-estar

Com a chegada do inverno e a consequente queda de temperatura em boa parte do país, os sintomas de alergia respiratória tendem a se agravar, afetando cerca de 30% dos brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

Alergias respiratórias

Dados da OMS apontam que aproximadamente 35% da população mundial sofrem de doenças alérgicas respiratórias. As alergias ocorrem quando o sistema imunológico reage de forma exagerada ao contato com algumas substâncias. Poeira, ácaros, fungos, pólen, poluição e pelos de animais estão entre os alérgenos mais comuns.

As duas principais inflamações – rinite e asma – podem ter impactos ainda mais significativos na saúde. A rinite, por exemplo, pode causar alterações no sono e no descanso, afetando consequentemente a capacidade de concentração, humor e memorização.

Em casos de rinoconjuntivites alérgicas, junção da rinite com a conjuntivite, pode haver alterações oculares e, em situações graves, crescimento anormal dos ossos da face.

Por outro lado, um indivíduo com asma pode enfrentar restrições nas atividades físicas e até mesmo nas atividades diárias, podendo ocorrer alterações estruturais no tórax e impactos no desenvolvimento do corpo como um todo.

Os tipos mais comuns de alergia respiratória

No mês dedicado ao Dia Mundial da Alergia, celebrado em 8 de julho, especialistas destacam os sintomas, impactos e tratamentos mais eficazes para essa condição que afeta cerca de 60 milhões de pessoas no Brasil.

Alergias respiratórias são respostas exageradas do sistema imunológico a alérgenos presentes no ar, como ácaros, pólen, pelos de animais e fungos“, explica Nanci Utida, diretora associada de assuntos médicos da Organon. Ela acrescenta que pessoas com histórico familiar de alergias têm uma predisposição genética que aumenta a sensibilidade a essas substâncias.

Entre os tipos mais comuns de alergias respiratórias estão a asma, rinite alérgica, sinusite e bronquite alérgica. “Além de espirros frequentes, coceira no nariz e garganta e coriza abundante, esses distúrbios podem causar sérias consequências para a qualidade de vida”, alerta a especialista. “Sintomas persistentes podem interferir no sono, causando fadiga e irritabilidade, afetar a produtividade e ainda gerar estresse e ansiedade.”

A relação entre alergias respiratórias e doenças como asma e bronquite crônica é significativa. “Pessoas com alergias respiratórias têm maior risco de desenvolver asma, uma vez que ambas compartilham mecanismos imunológicos semelhantes. A bronquite crônica, causada por fatores como tabagismo e infecções repetidas, também pode ser agravada por episódios de alergia“, explica.

Quanto ao tratamento, existem várias abordagens que visam aliviar os sintomas e prevenir crises. “O tratamento combina medicação, imunoterapia e mudanças ambientais para minimizar a exposição aos alérgenos”, diz a Dra. Utida. “Anti-histamínicos, descongestionantes, corticosteroides nasais, broncodilatadores e imunomoduladores podem ser prescritos para controlar os sintomas.”

Dicas que podem ajudar a evitar as crises alérgicas respiratórias

A alergista Maria Elisa Bertocco, do Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), dá algumas dicas:

  • Mantenha-se bem hidratado;
  • Mantenha os ambientes limpos, preferencialmente com pano úmido, para minimizar a presença de poeira e ácaros;
  • Lavar os agasalhos e cobertas que estavam guardados antes de utilizá-los;
  • Ventilar a casa e os locais fechados diariamente;
  • Deixar água em vasilhas ou baldes nos ambientes em caso de baixa umidade do ar.

Mais rara, a dermatite atópica – que atinge 8,2% das crianças entre 6 e 7 anos de idade – também pode se manifestar com a mudança de clima e tende a piorar em climas secos e frios por causa da baixa umidade do ar, banhos mais quentes e baixa hidratação da pele.

Entre seus sintomas estão a pele seca, coceira intensa, manchas avermelhadas e até espessamento devido à coceira intensa. “O quadro alérgico impacta a qualidade de vida e não tem cura, mas felizmente pode ser controlado”, diz a especialista.

Segundo ela, as doenças devem ser diagnosticadas apenas por um profissional médico, que também deve fazer a indicação do tratamento mais adequado. Geralmente inclui uma combinação de medidas preventivas e medicamentos que ajudam a controlar os sintomas de cada uma das condições, de acordo com o histórico de cada paciente e com as condições de saúde individuais”.

 

Alergias alimentares

Simultaneamente, as alergias alimentares também estão entre as mais prevalentes no país. Embora não existam estatísticas oficiais, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) estima que 8% das crianças de até dois anos de idade e 2% dos adultos tenham algum tipo de alergia dessa linha.

A alergia alimentar é uma reação anormal do organismo à alguma proteína presente nos alimentos. O problema surge quando o corpo identifica como ameaça substâncias que, na realidade, não são nocivas, desencadeando assim uma resposta imune para combatê-las”, ressalta o Dr. Edcarlos.

Segundo o especialista, leite de vaca, soja, amendoim, ovo, castanhas, trigo, peixe e frutos do mar são os alimentos responsáveis por 90% dessas alergias. “Nessas circunstâncias, os sinais e sintomas podem variar, incluindo coceira na boca ou garganta, inchaço dos lábios ou língua, erupções cutâneas, diarreia, náusea, vômito, tontura, dor abdominal e dificuldade para respirar.”

Para o diagnóstico de qualquer tipo de alergia, é necessário buscar ajuda médica, além de realizar exames físicos e laboratoriais, dependendo da suspeita. É importante ter esse acompanhamento para saber exatamente o que fazer e qual medicamento tomar em cada crise.

No caso da alergia alimentar, não existe um remédio específico para tratá-la, podendo ser feito o uso apenas em alguns casos. “O ideal é excluir completamente aqueles alimentos e substâncias que provocam alguma reação alérgica da dieta”, reforça o alergista.

Portanto, diante de qualquer sinal ou suspeita de alergia, busque ajuda especializada. A detecção precoce e o tratamento adequado são fundamentais para controlar os sintomas e prevenir episódios graves.

5 coisas que muita gente não sabe sobre rinite alérgica!

Vacina, herança genética e incidência maior em mulheres estão entre os aspectos desse problema, destaca médica do Hospital Paulista

Embora seja um problema comum à população (dados apontam que cerca de 40% dos habitantes do planeta sofram com algum tipo de alergia), muita gente não sabe, por exemplo, que há fatores genéticos relacionados à rinite alérgica.

A incidência maior em mulheres é outro aspecto que é curioso sobre o tema. Outra coisa que muita gente não sabe é que os sintomas podem surgir em qualquer idade. E mais: há vacina para o tratamento. Os sintomas são bastante conhecidos e os fatores que a provocam, idem.

A rinite alérgica, de forma bem resumida, é uma inflamação da mucosa nasal, que ocasiona espirros, coriza, congestão nasal, coceira no nariz, garganta e olhos, podendo ainda estar associada à sensação de cansaço, dor de cabeça e, até mesmo, perda de olfato. As causas dessas reações, por sua vez, quase sempre estão associadas ao contato com poeira, pólen, ácaros e pelos de animais.

Em família

O que muita gente não sabe, contudo, é que a origem desse problema pode estar ligada a fatores genéticos – sabia disso? Ou seja, filhos que têm pais com rinite são mais predispostos a desenvolver os sintomas ao longo da vida.

“Estudos científicos mostram que a predisposição genética desempenha um papel importante no desenvolvimento da rinite alérgica. Se um ou ambos os pais têm rinite alérgica, há uma maior probabilidade de que seus filhos também desenvolvam a condição”, confirma Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista em alergias respiratórias.

A médica pondera, no entanto, que a presença de fatores ambientais, como a exposição a alérgenos, também desempenha um papel significativo no desencadeamento da rinite alérgica. Ou seja, além da ligação consanguínea, os meios que vivemos e frequentamos podem ser variáveis decisivas nesta equação.

“A combinação de fatores genéticos e ambientais é o que realmente faz a diferença para o desenvolvimento e manifestação da rinite alérgica em indivíduos predispostos”, explica a especialista.

Em qualquer idade

Dra. Cristiane também destaca que a rinite alérgica pode aparecer em qualquer idade. “A rinite pode surgir em qualquer momento da vida. Embora muitas vezes se manifeste na infância, a rinite alérgica também pode surgir na adolescência ou na idade adulta, mesmo em pessoas que nunca tiveram sintomas antes. Portanto, é importante estar atento aos sintomas e procurar orientação médica para um diagnóstico correto e um tratamento adequado”, enfatiza.

Em mulheres

Outro aspecto curioso, que muitos desconhecem, é que a rinite alérgica é mais comum em mulheres do que em homens. “Estudos mostram que as mulheres têm uma maior prevalência de rinite alérgica em comparação com os homens. Essa diferença pode ser atribuída a fatores hormonais”, explica.

Existe vacina?

Com relação ao tratamento, a médica do Hospital Paulista destaca que existem várias formas de combater, assim como de prevenir a rinite alérgica. Uma delas é a imunoterapia específica para rinite, também conhecida como vacina de alergia.

“A imunoterapia funciona expondo gradualmente o paciente a pequenas quantidades do alérgeno. Isso ajuda a dessensibilizar o sistema imunológico, reduzindo a resposta alérgica do corpo ao alérgeno, ao longo do tempo, os sintomas da rinite alérgica e a necessidade de medicamentos a longo prazo”, reitera.

Ainda assim, o mais comum é o uso de medicamentos como anti-histamínicos, corticosteroides nasais e descongestionantes, para minimizar as reações. E para prevenir a rinite, claro, evitar o contato com alérgenos – ou seja, poeira, pólen, ácaros e pelos de animais.

Seja de um jeito, seja de outro, a especialista pondera que, antes de mais nada, é importante consultar um otorrinolaringologista para um diagnóstico adequado e um plano de tratamento personalizado.

Existe cura?

Com relação à possibilidade de cura da rinite, a Dra. Cristiane esclarece que isso ainda não é possível hoje. “A rinite alérgica pode ser controlada e gerenciada com tratamentos adequados, mas não pode ser completamente curada. No caso da imunoterapia, pode-se até criar uma resistência ao que a pessoa é alérgica.”

 

 

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