*Por Denis Szejnfeld
Dificuldades para urinar, acordar diversas vezes a noite para ir ao banheiro e incontinência urinaria podem estar relacionadas ao aumento da próstata ou hiperplasia prostática benigna. Comuns na população masculina com mais de 60 anos, esses sintomas podem ser sinais da hiperplasia prostática benigna (HPB), popularmente conhecida como próstata aumentada, problema que muitas vezes passa despercebido, mas atinge mais da metade dos homens nessa faixa etária.
A partir dos 60 anos, a próstata passa a aumentar progressivamente, por razões ainda não totalmente estabelecidas, o que leva ao surgimento da HPB e à obstrução do canal urinário. Como o próprio nome já diz, a HPB é uma condição benigna, que não pode se tornar um tumor, embora tenha alguns sintomas comuns ao câncer de próstata – por isso, é muito importante obter o diagnóstico correto com um especialista.
Mesmo que não possa ser prevenida, a boa notícia é que tem tratamento. Conheça as opções e os procedimentos:
Ressecção transuretal da próstata (RTU)
Cirurgia que extrai os tecidos aumentados da próstata pela barriga. Um dos tratamentos mais tradicionais contra a HPB, a RTU promove uma boa desobstrução da próstata, mas requer internação e uso de sonda por dois ou três dias. Complicações como incontinência urinária, sangramento e estenose do canal da uretra podem ocorrer em até 15% dos pacientes. Além disto, a ejaculação retrógrada ou a ausência de ejaculação acontece em praticamente todos os pacientes submetidos à RTU.
Prostectomia transvesical (PTV)
Remoção cirúrgica de parte da próstata através da bexiga. Também promove uma boa desobstrução, mas exige internação e pode ter efeitos colaterais.
Medicamentos
O tratamento medicamentoso dispensa a realização de procedimentos cirúrgicos, mas pode ter efeitos colaterais que comprometem a qualidade de vida, como tontura, perda de libido e impotência. Como a próstata segue aumentando, a medicação precisa ser tomada durante um bom tempo.
Embolização da próstata
Opção terapêutica mais recente. Procedimento minimamente invasivo realizado por um médico radiologista intervencionista. Por meio de uma artéria da perna ou do braço, o médico insere um catéter que, com o auxílio de um equipamento de imagem de alta definição, vai até a próstata. O médico então injeta microesferas que interrompem a circulação sanguínea na região acometida pela HPB, fazendo com que a próstata diminua de tamanho e os sintomas, gradualmente, deixem de se manifestar. Não provoca efeitos colaterais como incontinência e ejaculação retrógrada.
A opção por uma modalidade ou por outra depende das características individuais de cada paciente. É importante lembrar que a próstata continua aumentando com o tempo. Portanto, qualquer alternativa está sujeita a recidivas a longo prazo. No caso da embolização por exemplo, até 30% dos pacientes podem apresentar os sintomas novamente após quatro anos, período que sobe para oito anos no caso da RTU. Mas, como demonstramos, existem diversas alternativas a tomar.
* Denis Szejnfeld é Médico especialista em radiologia e diagnóstico por imagem, diretor clínico do CERTA Hospital Dia