As festas de fim de ano chegaram e, com a liberação da segunda parcela do 13º salário, que é paga até o dia 20 de dezembro, muitos consumidores cariocas já se preparam para as compras da ceia e o movimento nos mercados do Rio de Janeiro aumenta. No entanto, para garantir que a celebração não termine em mal-estar,
Para evitar problemas de saúde e fraudes, especialistas em vigilância sanitária destacam pontos cruciais que vão desde a gôndola do supermercado até a mesa de casa. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) e o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio) emitiram uma série de recomendações sobre a escolha, o preparo e o armazenamento dos alimentos típicos desta época.
Olho vivo no bacalhau e nos pescados
O bacalhau é o protagonista de muitas mesas, mas exige atenção redobrada. Segundo o Ivisa-Rio, o consumidor deve verificar se o sal utilizado é grosso e se a peça está livre de manchas avermelhadas ou pontos pretos. A nutricionista Alessandra Torres, da Suvisa/SES-RJ, recomenda priorizar o bacalhau seco no verão fluminense.
Ele deve estar firme e com coloração amarelo-claro. O odor deve ser característico, nunca forte”, orienta. Outro alerta importante é sobre a autenticidade: apenas as espécies Gadus morhua e Gadus macrocephalus podem ser vendidas como bacalhau legítimo. Tipos como saithe, ling e zarbo devem ser rotulados apenas como “pescado salgado”.
Para quem prefere peixes frescos, a orientação é observar se os olhos ocupam toda a órbita, se as guelras estão avermelhadas e se as escamas estão bem aderidas.
Carnes, aves e o risco do descongelamento
Na compra de carnes bovinas, suínas e aves (como o peru e o Chester), a cor e a textura são os melhores indicadores. Carnes bovinas devem estar avermelhadas e as suínas, rosadas.
A presença de água dentro da embalagem de produtos congelados é um sinal de alerta: pode indicar que o produto sofreu descongelamento prévio, comprometendo a segurança alimentar. Além disso, as autoridades recomendam conferir se o produto possui selos de inspeção (SIM-RIO, SIE ou SIF) e sugerem evitar carnes pré-temperadas devido ao alto teor de sódio e aditivos.
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A Vigilância Sanitária estadual alerta para os preços excessivamente baixos, especialmente em azeites, que podem ser fruto de fraude ou adulteração. No caso das frutas secas e oleaginosas (nozes e castanhas), o calor do Rio de Janeiro pode causar a “rancificação”. Pontos esbranquiçados nesses alimentos indicam oxidação da gordura, o que altera o sabor e pode causar desconforto gástrico.
1. Pescados e o “Legítimo Bacalhau”
A escolha do peixe exige rigor técnico para não levar um produto deteriorado ou ser enganado por espécies similares.
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Identificação: Somente os tipos Gadus morhua (Porto) e Gadus macrocephalus (Portinho) são considerados bacalhau legítimo. Outros como Saithe, Ling e Zarbo devem ser vendidos apenas como “peixe salgado seco”.
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Aspecto visual: O bacalhau seco deve estar firme, de cor amarelo-claro, sem manchas escuras (bolor) ou avermelhadas. O sal deve ser grosso e o odor característico, nunca excessivamente forte.
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Peixes frescos: Observe se os olhos ocupam toda a órbita e se estão brilhantes. As guelras devem estar bem vermelhas e as escamas firmes. Se o ventre do peixe estiver rompido, é sinal de estágio avançado de alteração.
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Dessalga segura: Nunca dessalgue o peixe fora da geladeira. O processo deve ser feito em água gelada, dentro da geladeira, trocando a água de 2 a 3 vezes ao dia.
2. Carnes e aves (congeladas e resfriadas)
As proteínas são os itens mais sensíveis ao calor intenso do Rio de Janeiro.
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Cadeia de frio: Verifique se há muito líquido acumulado dentro da embalagem plástica. Se houver gelo ou sangue líquido, o produto pode ter sido descongelado e congelado novamente, o que favorece bactérias.
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Coloração: A carne suína deve ser rosada; a bovina, vermelha (fuja das que puxam para o marrom); e o frango deve ter a cor típica, sem tons amarelados.
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Selos de inspeção: Todo produto de origem animal deve ter selos oficiais como SIM-RIO, SIE ou SIF, que garantem a procedência legal.
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Tempero caseiro: A recomendação é evitar carnes pré-temperadas de fábrica, que possuem excesso de sódio e aditivos (como glutamato), prejudiciais a hipertensos e diabéticos.
3. Frutas secas, oleaginosas e azeites
Muitos consumidores antecipam a compra desses itens, mas o armazenamento errado pode estragá-los.
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Rancificação: Nozes, castanhas e amêndoas podem sofrer oxidação devido ao calor. Se houver pontos esbranquiçados ou sabor alterado (ranço), não consuma, pois pode causar mal-estar.
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Venda a granel: Sempre verifique a crocância e a data de fracionamento do lote.
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Azeites: Desconfie de preços muito abaixo da média. Prefira azeites extravirgens com acidez em torno de 0,3% e em garrafas de vidro escuro, que protegem o óleo da luz e da oxidação.
4. Panificação e doces
Padarias costumam aumentar a produção de itens perecíveis nesta época.
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Validade real: A nutricionista Alessandra Torres alerta para padarias que dão prazos de validade muito longos (como 10 dias) para bolos e doces com leite e ovos. Esses produtos devem ser consumidos rapidamente.
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Doces caseiros: Pudins, quindins e rabanadas devem ir para a geladeira imediatamente após o preparo. Não é seguro deixá-los em temperatura ambiente “esfriando” por muito tempo.
5. Cuidados no preparo e ceia (o pós-compra)
O erro no manuseio pode estragar ingredientes de alta qualidade.
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Salpicão e maionese: Use maionese industrializada (mais segura que a caseira). O tempo máximo de consumo após o preparo é de 24 horas, mesmo sob refrigeração. Após o almoço do dia 25, a salada deve ser descartada.
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Contaminação cruzada: Nunca use a mesma faca ou tábua para cortar carne crua e depois picar legumes da salada sem higienizá-las. No armazenamento, mantenha carnes separadas de alimentos prontos.
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Geladeira cheia: Evite deixá-la “entulhada”. Se não houver espaço para o ar circular entre os potes, a temperatura sobe e a comida estraga mais rápido.
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Tempo de mesa: Pratos quentes, arroz e saladas não devem ficar mais de duas horas expostos à temperatura ambiente. Após a refeição, refrigere tudo imediatamente.
Como denunciar Caso o consumidor encontre irregularidades em estabelecimentos ou produtos no município do Rio, pode registrar uma denúncia na Central de Atendimento 1746 (telefone ou site).
Com informações da SES-RJ e Ivisa-Rio







