Filme conta com bom humor a jornada oncológica da produtora de cinema que criou o blog 'Estou com Câncer, e Daí?', agora também em livro
Clara é professora de matemática faz o maior sucesso como influencer educacional em seu canal na internet. Bem humorada, sarcástica e às vezes debochada, ela gosta de manter tudo sob controle, mas vai precisar aprender a lidar com a vulnerabilidade quando descobre que temcâncer de mama. Com coragem e resiliência, ela enfrenta dias ruins e outros melhores ao lado da filha adolescente, da mãe e de amigas leais. Em sua jornada de cura, Clara tem a chance de celebrar a vida e de ressignificar seus relacionamentos.
Esta é a sinopse de “Câncer com Ascendente em Virgem“, dirigido por Rosane Svartman, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 27 de março, ainda dentro do mês internacional da mulher . O filme é baseado na história real e inspiradora de Clélia Bessa, produtora da Raccord, que durante sua jornada oncológica, em 2008, lançou o emocionante e divertido blog “Estou com Câncer, e Daí?”, agora disponível no livro com o mesmo nome, lançado no último dia 12 naLivraria Janela, no Jardim Botânico.
Em “Estou com Câncer, e Daí?” (Editora Cobogó), Clélia Bessa aborda temas comuns a mulheres que enfrentam este tipo de câncer, como a manutenção da autoestima, a continuidade da vida amorosa, as emoções em torno da mastectomia, entre outras nuances experimentadas nesse momento delicado e desafiador. A obra, que conta com a colaboração de Bebeth Lissovsky, reúne esta coleção de textos revistos por Clélia, sendo uma poderosa ferramenta de empatia e informação sobre o câncer de mama.
O bom humor da escrita de Clélia é transferido para o longa “Câncer com Ascendente em Virgem“. Na trama, Clara (Suzana Pires) precisa confrontar seu estilo de vida acelerado e personalidade controladora quando é surpreendida pelo diagnóstico de câncer de mama.
Nesta dramédia, que combina o drama com pitadas de comédia, Clara começa a ver sua vida e suas relações sob uma nova perspectiva. Ela repensa o modo como conduz suas relações e se aproxima da mãe Leda (Marieta Severo), uma mulher mística e cheia de esperança, e da filha, Alice (Nathália Costa), uma adolescente criativa e independente.
Confira o trailer:
Uma reflexão sincera sobre o câncer de mama
Para a diretora Rosane Svartman, “Câncer com Ascendente em Virgem” promete inspirar o público, oferecendo uma reflexão sincera sobre o tema para toda a família
É um filme que celebra a vida. Clara é uma personagem que aprende muitas coisas sobre si mesma, sobre ser mãe, filha, mulher, ela aprofunda seus relacionamentos e passa a enxergar a vida com uma lente diferente. Ela descobre que tem a coragem de mudar de rota e aceita suas fragilidades, descobrindo assim sua força”, reflete.
Em “Câncer com Ascendente em Virgem”, o público vai acompanhar o cotidiano real de Clara, longe do glamour e da perfeição inalcançável. Assim como tantas outras mulheres, elaconcilia o trabalho com a vida familiar, as amizades e as relações amorosas do presente e do passado.
Acredito que a comédia e a leveza têm um alcance maior, abrindo caminhos que, de outra forma, poderiam permanecer fechados. Desde o começo, optamos por seguir esse tom e fazer do filme uma ‘dramédia’”, afirma Clélia Bessa.
Para Suzana Pires, que encarna Clara no filmem em homenagem a Clélia, “a mensagem do filme é: viva a vida com toda a sua potência, sua coragem e seus afetos. O público pode ir ao cinema esperando risadas, lágrimas e emoções, porque o filme entrega tudo isso de maneira leve. É um filme para sair do cinema com vontade de viver!”, entrega.
Sororidade entre as mulheres mais prática e menos romântica
Sensível e leve, o filme tem na formação de uma rede de apoio um dos pontos centrais da trama, que coloca em evidência o protagonismo feminino e a sororidade entre amigas de longa data e novas parcerias. As três gerações de mulheres passam a compartilhar suas vulnerabilidades e desafios mutuamente, numa troca profunda e verdadeira.
Clara conta com o apoio de Paula (Carla Cristina Cardoso), amiga antiga que reforça a alegria e amor pela vida, e de Dircinha (Fabiana Karla), comquemdivide os momentos de quimioterapia. As amigas mostram a importância de levar as situações da vida com positividade e bom humor.
A trama opta por mostrar a sororidade entre as mulheres de uma maneira menos romântica e mais prática. Elas se apoiam com firmeza, sem cair no melodrama”, destaca Suzana.
Fortalecimento dos vínculos familiares na doença
Durante sua jornada de cura e autodescoberta, Clara aproxima-se da mãe, Leda (Marieta), e da filha, Alice (Nathália Costa). Leda é uma mulher mística e divertida, apaixonada por samba. Enquanto Clara é pragmática e objetiva, Leda representa o lado mais intuitivo da família. Apesar das diferenças, elas enfrentam juntas as adversidades.
O jeito da Leda estar no roteiro é muito peculiar e engraçado. Ela é bastante mística. Eu me identifico com ela pelo lado da positividade. Quando eu tenho que encarar alguma situação difícil, eu sei que o meu olhar é sempre muito positivo, com uma energia voltada para superar aquilo. Eu gostei da função dela dentro do roteiro e da maneira na qual a Rosane conduziu”, revela Marieta.
Suzana Pires – que teve que raspar a cabeça para viver a fase de quimioterapia de Clara – também comenta sobre o trabalho com Marieta Severo. “Me apaixonei por ela na primeira leitura, quando me olhou nos olhos e, a partir dali, nossa conexão só cresceu. Nos tornamos uma família de maneira tranquila e fluida”.
Marieta Severo e Suzana Pires nos bastidores do filme “Câncer com Ascendente em Virgem” (Foto: Mariana Vianna)
Mãe-solo conta com apoio do ex-marido no tratamento
O filme mostra como os afetos se aproximam em meio a uma situação tão difícil, cada um à sua maneira. Nathália Costa interpreta Alice, uma adolescente criativa e independente, filha de Clara e neta de Leda. Ela tem aulas de matemática com a mãe na escola e dá forças para Clara em todos os momentos do tratamento, amadurecendo ao longo dessa jornada.
A personagem foi inspirada em Elisa Bessa, filha de Clélia, que acompanhou as cenas no set. As três gerações de mulheres passam a compartilhar suas vulnerabilidades e desafios mutuamente, numa troca profunda e verdadeira.
Clara também desempenha o papel de mãe solo, lidando com as inconsistências do ex-marido Renato (Ângelo Paes Leme), que, diante do diagnóstico de Clara, ele procura se tornar um pai mais presente para a filha, Alice. A personagem de Fabiana Karla conta com presença do marido, que permanece ao lado dela, segurando sua mão e participando do tratamento.
Isso é algo raro, pois, infelizmente, ainda é muito mais comum vermos mulheres acompanhando seus maridos em tratamentos, enquanto o inverso ainda é difícil. Acho que essa reflexão também serve como um alerta para que essa realidade mude.”, diz a atriz.
Renato, ex-marido de Clara, traz alívio cômico à trama. Ele atravessa um dilema interno sobre juventude e amadurecimento. A autoconfiança de Clara é abalada quando ela conhece Ju (Julia Konrad), a namorada bem mais jovem de Renato. Aparentemente perfeita, Ju surpreende Clara ao colocar à prova os padrões de beleza e mostrar o seu lado vulnerável.
“O câncer não é uma sentença”
Conhecida por seus papeis bem-humorados, Fabiana Karla avalia que ‘Câncer com Ascendente em Virgem’ reforça que o câncer não é uma sentença e que as pessoas podem e devem buscar tratamentos, e quanto mais cedo a doença for descoberta e mais conhecimento se tiver sobre ela, maiores serão as chances.
É um alerta importante, mas apresentado de forma leve e envolvente. A comédia, mais uma vez, brilha ao abordar temas difíceis de maneira acessível, mostrando que é possível tratar desses assuntos com sensibilidade e delicadeza. O público pode esperar um filme emocionante, cheio de mensagens sobre amizade, família e autocuidado, mas também divertido e leve.
O elenco também conta com Mariana Costa, Yuri Marçal, Heitor Martinez e Gabriel Palhares. O roteiro é assinado por Suzana Pires, em parceria com Martha Mendonça e Pedro Reinato, e conta com a colaboração da autora Ana Michelle, Rosane Svartman e Elisa Bessa, filha de Clélia.
O papel do médico oncologista na jornada do paciente
No filme, a atriz negra Maria Gal vida à Dra. Carolina, uma médica oncologista que tem um papel fundamental na jornada da protagonista Clara, vivida por Suzana Pires.
“Minha personagem não é apenas a médica dela, mas também uma presença que traz acolhimento e clareza em um momento tão delicado. Temos várias cenas juntas, e a relação entre as duas evolui ao longo da história, indo além da consulta fria e técnica – há empatia, trocas profundas e até momentos de leveza no meio desse turbilhão”, destaca Maria Gal.
Com uma atuação sensível e envolvente, Maria Gal traz humanidade para a personagem, que se torna um pilar de apoio para Clara. A atriz compartilha que sua conexão com a história vai além da ficção: “Minha conexão com o tema do câncer vai além da ficção. Tenho uma prima que está passando por essa batalha, então esse filme tem um significado especial para mim. É uma história que me toca profundamente e que reforça a importância da ciência, do amor e do apoio em meio aos desafios da vida.”
A luta contra doenças graves, especialmente aquelas ainda sem cura, é um tema que toca profundamente Maria Gal. Além da experiência com sua prima, a atriz enfrenta uma batalha pessoal ao acompanhar de perto a jornada de sua mãe, diagnosticada com Alzheimer.
Ver alguém que você ama lidar com uma doença tão desafiadora nos ensina muito sobre paciência, amor e a importância de estar presente. Assim como o câncer, o Alzheimer nos mostra o quanto o apoio da família e dos amigos é essencial para atravessar os momentos mais difíceis”, reflete Maria Gal.
Durante essa jornada, a personagem de Maria Gal surge como um farol de acolhimento e empatia, reforçando a importância do cuidado médico aliado ao apoio emocional. “Sempre vi a família como uma fortaleza. Nos momentos mais difíceis, é o afeto e a presença dos nossos que nos sustentam. Seja segurando a mão, arrancando um sorriso ou apenas estando ali, sem precisar dizer nada. Esse filme traz essa verdade à tona de uma maneira sensível e real”, reflete a atriz.
Mastologistas apoiam o filme
Sociedade de Mastologia e Femama apostam na cultura como meio de sensibilização sobre o câncer de mama
Com o objetivo de ampliar a conscientização e levar mais conhecimento sobre o câncer de mama em lugares onde muitas vezes a informação de qualidade não chega, a FEMAMA se uniu à Raccord Produções em apoio ao longa-metragem“Câncer com Ascendente em Virgem”. A parceria busca contornar os preconceitos em torno do tema e envolver as pessoas em um importante diálogo sobre o câncer de mama, rompendo tabus e usando a arte e a cultura como ferramenta de sensibilização.
Inspirado em uma história real, que se assemelha a tantas outras histórias vividas pelas mulheres brasileiras, o filme coloca luz neste assunto tão importante. A arte é uma forma poderosa de sensibilização, faz com que as pessoas se identifiquem e se mobilizem, e essa é justamente essa a intenção da Femama em apoiar a produção”, afirma a mastologista Maira Caleffi, presidente fundadora da Femama.
A médica, que está atuando como consultora técnica na divulgação do longa, lembra que o câncer de mama é uma questão de saúde pública no Brasil e quase metade dos diagnósticos são realizados em estágios avançados da doença, o que impacta diretamente nas chances de cura e na qualidade de vida das pacientes ao longo da jornada de tratamento,
Para a mastologista Maria Julia Calas, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia do Rio de Janeiro (SBM Rio). O filme passa leveza, relatando os diferentes momentos de uma jornada de tratamento, sobretudo, passando uma mensagem positiva e contagiante sobre a alegria de viver. “Há muita vida após o câncer de mama. É essa mensagem que a SBM e o Instituto sempre transmitem em suas ações. Precisamos unir forças, pois, assim, somos sempre mais fortes”, diz a especialista.
Preta Gil grava música inédita para trilha sonora do filme
“Tudo Vai Passar”, composta por Flavia Tygel, fala sobre esperança e celebração pela vida
Conhecida por sua luta contra o câncer de intestino, Preta Gil gravou a música inédita “Tudo Vai Passar”, que Flavia Tygel compôs para a trilha sonora original do filme“Câncer com Ascendente em Virgem”. O clipe foi dirigido, em julho do ano passado, pela atriz Jeniffer Dias e contou com a participação de Clélia Bessa, produtora do filme, da diretora Rosane Svartman, e de outras mulheres da equipe.
Eu mantenho a minha fé através do amor que eu tenho pela vida, pela vontade de viver, vontade de ver a minha neta crescer, de realizar muitas coisas. Eu valorizo muito a minha existência. Tudo isso mantém a minha fé e vai renovando a minha fé. É o amor pela vida”, afirma Preta Gil no depoimento que antecede o clipe.
Preta Gil pode cantar com muita propriedade sobre o que está falando. Nossa escolha foi muito pessoal, feita por nós três, mas de uma forma bem intuitiva e afetiva. Esperamos que essa pérola grude como chiclete no público!”, diz Clélia, cuja história inspirou o filme e aposta no sucesso da canção. ” A Raccord tem uma tradição em apostar na trilha sonora de seus filmes, “Solteiro no Rio de Janeiro” até hoje toca nas pistas de dança, quase 30 anos depois”, ressalta a produtora.
A trilha sonora também conta com a interpretação de “Fullgás” por Mart’nália. “Essa é a trilha sonora da minha geração, uma música da minha vida. Quem nunca se esbaldou com Marina Lima numa pista de dança?”, lembra Clélia.
Coproduzido pela Globo Filmes e RioFilme, e com distribuição da Downtown Filmes, o filme é patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Magazine Luiza e Oncoclínicas, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS, e conta com parcerias com o Instituto Dona de Si, Femama, Oncoguia e investimento FSA/BRDE/Ancine.
Clélia Bessa, Elisa Bessa, Fabiana Egrejas, Flavia Tygel, Isabela Costa, Jeniffer Dias, Luisa Dowsley, Natara Nery, Paula Azzam e Rosane Svartman no coro feminino (Foto: Reprodução)
Agenda Positiva
Filme encerra Conferência de Lideranças em Saúde da Mulher
“Câncer com Ascendente em Virgem”encerrou nesta segunda-feira (25) a sessão solene da 12ªConferência de Lideranças em Saúde da Mulher, organizada pela Femama em Brasília, que contou com a presença das atrizes Suzana Pires e Fabiana Karla.
O cinema consegue chegar no coração das pessoas, e o filme certamente vai despertar e conscientizar muitas mulheres sobre a importância dos exames de rastreamento na prevenção. Junto com a Femama, assumimos uma missão muito importante, de levar essa mensagem para as mulheres que mais sofrem com as desigualdades do nosso país”, disse Suzana Pires.
A Conferência de Lideranças em Saúde da Mulher tem por objetivo reunir lideranças dos poderes executivo, legislativo, judiciário e sociedade civil para dialogar sobre os temas mais importantes da agenda pública de saúde, com destaque para a oncologia.
O evento convida todo o ecossistema de atenção à saúde para pensar sobre o acesso, forças e fragilidades no SUS e na regulação da saúde suplementar, bem como a necessidade de promoção de políticas públicas a partir de um recorte de gênero. Em 2025, sua 12ª edição propõe uma reflexão sobre a Medicina de Precisão.
Um evento como esse é muito importante, pois traz conhecimento sobre um tema que antes era considerado tabu. Estou recebendo uma aula e, diante de tantos dados sobre o câncer, vejo que toda a equipe do filme está fazendo uma linda contribuição para que a doença seja muito mais vista”, diz a atriz Fabiana Karla.
O evento – que incluiu uma audiência pública sobre o tema na Câmara dos Deputados no dia 26 – reuniu em Brasília, entre os dias 25 e 27 de março, as principais lideranças da rede Femama, especialistas em governança, figuras públicas que viveram a jornada oncológica, parlamentares e gestores públicos para debater ações e projetos sobre o câncer na mulher.
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