As biópsias são fundamentais para o diagnóstico das doenças, em especial, das oncológicas. A presença do médico patologista durante esse procedimento permite que a coleta do material seja feita com exatidão e que uma primeira análise identifique com rapidez se a amostra testa positivo para o câncer e já neste primeiro momento seja preparada para estudos posteriores e mais específicos sobre o tipo de neoplasia.

Neste Dia do Médico Patologista (5 de agosto), trazemos informações importantes de especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz sobre a biópsia e o trabalho desses profissionais, fundamental para o diagnóstico de doenças, especialmente do câncer em estágio inicial, favorecendo o tratamento dos pacientes, com maiores chances de cura.

Biópsia: o que é e como funciona

Venâncio Alves, professor e médico patologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que as biópsias são o ato cirúrgico pelo qual é feita a coleta de um fragmento do tecido (conjunto de células) que será analisado naquele exato momento para confirmar se a suspeita de neoplasia procede.

  1. “A partir da coleta, o material que é encaminhado ao laboratório passa por exames mais complexos, como os anatomopatológicos, os citopatológicos e os imunohistoquímicos, que vão estabelecer o tipo de doença. A partir desses resultados os oncologistas poderão definir a melhor abordagem para cada paciente,”, esclarece.

O patologista explica ainda que as biópsias podem ser feitas basicamente de três maneiras:

1 – Por um médico clínico em consultório, quando as lesões são de fácil acesso, como acontece em lesões de pele, de linfonodos superficiais (gânglios) ou outros nódulos palpáveis;

2 – Por um cirurgião, em uma sala cirúrgica, em situações em que a área suspeita de câncer se encontra em um local de difícil acesso;

3 – Por um médico radiologista intervencionista, que além de analisar as imagens por meio de ultrassom, tomografias, ressonâncias magnéticas e exames de PET scan, identifica os nódulos e coleta amostras para que sejam analisadas pelo patologista.

Trabalho em equipe traz resultados mais precisos

Flávio Pimentel, radiologista intervencionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, reitera a importância da biópsia realizada com a presença do patologista. “Cada tumor pode se apresentar de uma maneira diferente e não ser uniforme. O tecido retirado pode ser composto predominantemente por fibrose (cicatriz) ou necrose (com muitas células mortas) e isso pode impedir um diagnóstico preciso”.

Por isso é importante que o patologista cheque a qualidade e a quantidade do material coletado, para ter certeza de que os fragmentos coletados são suficientes para o diagnóstico. “Se aquela amostra coletada inicialmente não for satisfatória, uma outra é coletada já neste mesmo ato e o paciente não precisa voltar ao hospital para fazer uma nova biópsia”, destaca.

O especialista conta que os patologistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz utilizam uma técnica chamada de congelação. “Essa técnica congela a amostra de tecido retirada, o que permite que o material seja imediatamente submetido a cortes finos e análise microscópica, capaz de avaliar se é câncer ou não, e se a amostra é suficiente”, explica Pimentel.

“Essa segurança na adequação da amostra é importante, não só para o paciente, que já sai com o diagnóstico, mas também para o sistema de saúde, no sentido de prevenir repetição de procedimentos (com aumento do custo e perda de tempo valioso), e para a equipe médica, que consegue identificar a doença e pode começar a planejar o tratamento com maior rapidez”, assegura.

 

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