Em uma iniciativa pioneira, a Fundação Oswaldo Cruz inaugura nesta segunda-feira (13/12), o Biobanco Covid-19 (BC19-Fiocruz). Localizado no Rio de Janeiro, no campus Expansão, o BC19-Fiocruz possibilitará a concepção e condução de pesquisas, desenvolvimento tecnológico e ensaios clínicos relacionados à Covid-19, independentemente da localização geográfica do material biológico humano e dos vírus.

Com capacidade para armazenar até um milhão e meio de amostras de materiais biológicos humanos e não humanos em condições adequadas de temperatura, umidade e pressão, a nova unidade da Fundação permitirá aos pesquisadores desenvolver estratégias baseadas em evidências, projetar protocolos de tratamento e previsões baseadas na medicina de precisão.

Segundo a Fiocruz, o Biobanco contribuirá de forma decisiva para a ciência brasileira. A partir dos dados armazenados no Biobanco, a unidade passará a trabalhar com outros vírus, bactérias, fungos e protozoários, além de amostras humanas associadas a diferentes doenças, após a pandemia de Covid-19.

(Clique na imagem para ampliar) 

Alto nível de biossegurança

O empreendimento de 1100 m2 de área funcionará como um centro provedor de serviços altamente qualificados e materiais biológicos, com áreas laboratoriais com classificação de nível de biossegurança 2 (NB2), permitindo colaborações nacionais e internacionais, além de fortalecer o mercado interno e reduzir a dependência internacional do Brasil na área.

O projeto do BC19-Fiocruz é fruto de debates que envolveram potenciais usuários a partir de um grupo de trabalho constituído por profissionais de diferentes áreas da instituição como engenharia, arquitetura, qualidade, biossegurança e bioproteção, virologia, biologia molecular, entre outros.

O empreendimento contou com investimento do Ministério da Saúde estimado em 40 milhões de reais, entre o projeto, a obra e a estruturação do parque tecnológico permanente, além de um apoio complementar do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. A gerente geral do BC19-Fiocruz, Manuela da Silva, destaca o pioneirismo da iniciativa:

“O Biobanco representa uma resposta concreta à demanda urgente do SUS, proporcionando uma estrutura pioneira em um momento de emergência sanitária e traz o resultado de um antigo projeto para implantar o Centro de Recursos Biológicos em Saúde da Fiocruz constituído por vírus, bactérias, fungos e protozoários e outros materiais biológicos de interesse taxonômico, epidemiológico e biotecnológico, que garantirá o apoio para a preparação e rápidas respostas às futuras emergências de saúde pública”.

Legado para o SUS

A construção do empreendimento teve como base três princípios valorizados pela Fiocruz: sustentabilidade, acessibilidade e conforto dos usuários. Sua estrutura será permanente, constituindo mais um legado para o SUS. Futuramente, será possível ampliar o projeto, com expansão horizontal e vertical em mais um pavimento.

“Coerente com nossa missão institucional de contribuir para a superação da crise causada pela pandemia de Covid-19, iniciamos hoje a operação do nosso Biobanco, com base para ações de pesquisa e vigilância em relação à Sars-CoV-2 e suas variantes de preocupação, frente a novos cenários de emergência sanitária. Trata-se de uma construção que muito contribuirá para o nosso Sistema Único de Saúde [SUS]”, destaca a presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima.

O projeto conta com autonomia no abastecimento de água; sistema de descontaminação de efluentes com Estação de Tratamento de Esgoto próprio; central de gases diversos, incluindo nitrogênio líquido, destinado aos equipamentos de criopreservação; além de diversos sistemas específicos para garantir a segurança e a rastreabilidade das amostras, atendendo aos requisitos legais de qualidade, biossegurança e bioproteção.

 

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *