Cerca de 80% das informações que recebemos vêm da nossa visão, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia. No mundo inteiro, as doenças oculares mais comuns provocam sérias dificuldades sociais, no trabalho e na qualidade de vida de milhões de pessoas. Pesquisas realizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, se iniciativas de alcance mundial e regional não forem tomadas, em 2020 existirão no mundo 75 milhões de pessoas cegas e mais de 225 milhões de portadores de baixa visão. O estudo revela que 90% dessas pessoas são habitantes dos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.

No entanto, entre 60 e 75% desses casos são evitáveis ou curáveis. “Entre esses casos, podemos destacar a perda visual decorrente de catarata, glaucoma e infecções corneanas. Ou ainda, deficiências que ocorreram pela falta de prescrição de óculos em determinados tipos de grau na infância. Portanto, é fundamental que a população adquira o hábito de cuidar da saúde dos olhos, sobretudo, se incentivado desde cedo”, alerta a oftalmologista do Hospital São Vicente de Paulo, Renata Rezende, especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia e membro da Academia Americana de Oftalmologia.

Inverno exige cuidados especiais

Nessa época do ano as pessoas tendem a ficar mais próximas e em locais fechados, aumentando a chance de transmissão de infecções virais de vias aéreas superiores, comumente associadas a quadros oculares, como é o caso das conjuntivites virais associadas às faringites por adenovírus. Há ainda registros de doenças oculares causadas pelo vírus do herpes simples, desencadeadas pela recorrência de infecções virais sistêmicas e febre.

A alergia ocular é outro problema que requer atenção. Ela se manifesta em indivíduos predispostos e é mais frequente nesta época do ano, pois seu principal fator desencadeante é o ácaro, presente nos casacos e cobertores que, muitas vezes não são lavados e arejados com frequência. A dica é eliminar o ácaro, bem como poeira, pelos e produtos químicos. Edredons, mantas e cobertores devem ser lavados e arejados com frequência. Travesseiros com proteção plástica ajudam a proteger os olhos. Também é importante não levantar poeira na casa, especialmente no quarto do alérgico. O ideal é substituir a vassoura por panos úmidos na limpeza desses cômodos. Ambientes arejados evitam proliferação do ácaro e melhoram a qualidade do ar que respiramos, reduzindo as crises alérgicas.

“A baixa umidade do ar pode ainda ressecar os olhos, situação que pode afetar, especialmente, os usuários de lente de contato que devem seguir as recomendações do oftalmologista quanto ao uso de lubrificantes oculares apropriados, soluções de desinfecção, cuidados de higiene, periodicidade de descarte das lentes e ao número de horas de uso por dia indicado, recomendações que são variáveis de acordo com o problema de cada paciente”, destaca Renata Rezende, doutora em Oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo, possui título de especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia e fellow em Córnea e doenças externas no Hospital Wills Eye, da Universidade Thomas Jefferson, na Filadélfia (EUA). Autora de artigos científicos em publicações nacionais e estrangeiras de Oftalmologia. É professora assistente do curso de pós-graduação em Oftalmologia da PUC-Rio, membro da Academia Americana de Oftalmologia e oftalmologista do Hospital São Vicente de Paulo (RJ).

 

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