Cada vez os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, nem sempre com a devida orientação para doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV. Por isso, jovens entre 16 e 24 anos representam o grupo com maior aumento dos casos de contaminação.
Segundo o Ministério da Saúde, a epidemia de Aids tem se concentrado principalmente, entre populações vulneráveis e nos mais jovens. Entre os jovens do sexo masculino, a infecção cresce em todas as faixas etárias. Entre jovens de 20 a 24, por exemplo, a taxa de detecção subiu de 16,2 casos por 100 mil habitantes, em 2005, para 33,1 casos em 2015.
Para a diretora do Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, essa vulnerabilidade pode ser explicada por várias hipóteses, como o fato dos jovens não frequentarem os serviços de saúde e a própria negação de sua condição do soropositivos. A diretora também ressaltou a necessidade de criar formas inovadoras de comunicação com esse público, como a maior interação na redes sociais.
Orientação nas escolas do Rio
Para orientar esses jovens sobre a prevenção da doença, um projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) esta semana prevê a criação do “Programa Educacional de Combate e Controle ao HIV/AIDS” nas escolas da rede pública do Estado do Rio de Janeiro.
O objetivo é disseminar informações e esclarecimentos sobre o tema desde o início da vida sexual dos jovens. Ações educativas pontuais nas escolas públicas e uma mobilização principalmente na semana do Dia Mundial de Luta contra a Aids são algumas das propostas do projeto de lei.
“Os jovens começam a vida sexual cada vez mais cedo. Não há melhor espaço de formação e informação como a escola para apresentar aos adolescentes as condutas preventivas dessa doença que assola milhares de pessoas e continua se espalhando no mundo, em especial nessa faixa etária”, destacou a deputada estadual Marcia Jeovani (DEM-RJ), autora do projeto de lei nº 2.287/2016. Se aprovada, a lei prevê que a Secretarias de Saúde e Educação ofereçam total assistência a jovens que forem identificados com a doença durante a campanha realizada nas unidades de ensino.
O I Encontro Carioca de Discussão das Políticas Públicas sobre Prevenção de HIV/AIDS para a Juventude , que será realizado no dia 2 de dezembro, na Universidade Veiga de Almeida (UVA), tem como objetivo discutir estratégias para oferecer um atendimento que contemple com eficiência as demandas da população jovem no âmbito da saúde sexual.
O encontro prevê um cronograma repleto de atrações para o público jovem, profissionais da saúde e pessoas interessadas na temática, como a oferta do teste rápido para HIV, cujo resultado sai em 30 minutos. Estarão presentes representantes da esfera federal, estadual, municipal, organizações civis e da iniciativa privada.
Campanha nas igrejas
Uma das novas estratégias para ampliar o acesso à prevenção e diagnóstico de Aids é acionar a Igreja Católica, com sua grande capilaridade. Aproveitando o Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado no dia 1º de dezembro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Pastoral da Aids, lançou esta semana, em parceria com o Ministério da Saúde, a campanha “Nós Podemos Construir um Futuro sem Aids” que incentiva o diagnóstico precoce e o tratamento do HIV/Aids.
A ação tem como objetivo disseminar informações sobre a doença, as formas de prevenção e tratamento na comunidade católica. A campanha contará com o apoio de 11 mil paróquias em todo o país. Protagonizada pela cantora Fafá de Belém, que participou de forma voluntária na produção, a campanha é composta por filme para televisão, mini doc e depoimentos que falam de prevenção, tratamento, estigma e preconceito, além das peças gráficas; cartaz e folder. Os materiais, produzidos pelo Ministério da Saúde, serão divulgados em vídeo, rádio, internet e nas celebrações católicas.
“São 11 mil paróquias e milhares de voluntários motivando a testagem, dando acolhimento aos que tiverem teste positivo. É importante ressaltar que o tratamento é gratuito no SUS e que as pessoas devem iniciar esse tratamento o mais rápido possível para conviver melhor com o vírus”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
A ação da Igreja Católica reforçará a importância de conhecer o diagnóstico do HIV precocemente, o que aumenta a qualidade de vida do soropositivo. Uma das metas estabelecidas pelo Unaids é ter 90% das pessoas testadas até 2020. A meta 90-90-90 também tem como objetivo ter 90% da população soropositiva tratada e 90% com carga viral indetectável neste período. A testagem e o tratamento para HIV são ofertados, gratuitamente, no Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: Ministério da Saúde e Assessoria da deputada Marcia Jeovani, com redação