O Dia Mundial de Conscientização da Artrite Reumatoide, celebrado em 12 de outubro, foi criada com objetivo de conscientizar a população sobre essa doença autoimune crônica, que afeta mais de 2 milhões de brasileiros e que, em casos mais graves, pode levar até a perda de mobilidade.
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória, autoimune, crônica e progressiva, com causa ainda desconhecida, que provoca dor, rigidez e inchaço nas articulações, desgaste nas cartilagens e nos ossos, além de deformidade nas mãos e nos pés.
A doença afeta duas vezes mais mulheres do que homens, sendo a maior incidência, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), entre mulheres na faixa dos 30 aos 55 anos, mas também atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as idades, inclusive crianças.
A forma juvenil da doença – Artrite Idiopática Juvenil ou Artrite Reumatoide Juvenil – tem início antes dos 16 anos e acomete número menor de articulações. As principais manifestações clínicas são caracterizadas por dor, inchaço e aumento de temperatura de uma ou mais articulações. A dor pode ser mínima ou inexistente.
Apesar de não ter cura, a artrite reumatoide tem tratamento e pode ser controlada”, afirma o reumatologista José Eduardo Martinez, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). A doença pode afetar ainda outros órgãos como pulmões, coração e vasos sanguíneos.
A adesão ao tratamento e o acompanhamento contínuo de um reumatologista, segundo o especialista, são essenciais para controlar os sintomas, minimizar a progressão da doença e reduzir o risco de danos irreversíveis às articulações, tecidos e órgãos. “A conscientização é fundamental para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, evitando assim complicações mais sérias”, ressalta o presidente da SBR.
Além de medicamentos imunossupressores e anti-inflamatórios, terapias ocupacionais e fisioterapia, é muito importante que o paciente faça adaptações ao seu estilo de vida, adquirindo o hábito de fazer exercícios físicos de forma regular e ter uma alimentação equilibrada. Esses fatores contribuem para a manutenção de uma vida com qualidade e produtiva”, conclui Martinez. É sempre bom lembrar que em caso de dúvida o paciente deve procurar um médico reumatologista.
Hábitos saudáveis e acompanhamento médico são fundamentais para evitar complicações
O dia 12 de outubro marca o Dia Nacional de Conscientização sobre a Artrite Reumatoide, uma data dedicada a alertar a população sobre uma das doenças autoimunes mais incapacitantes e subdiagnosticadas do país. A artrite reumatoide afeta cerca de 1% da população mundial e, quando não tratada precocemente, pode comprometer articulações, causar deformidades e impactar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Segundo o reumatologista Dr. Carmo de Freitas, um dos pioneiros da especialidade no Triângulo Mineiro, o diagnóstico precoce é a chave para o controle da doença.
A artrite reumatoide pode se manifestar de forma discreta no início — com dor e rigidez nas articulações das mãos, punhos e joelhos, principalmente pela manhã — e ser confundida com outros problemas. Quanto mais cedo o paciente busca o reumatologista e inicia o tratamento, menores são os danos articulares e maiores as chances de levar uma vida ativa e produtiva”, explica o médico, que soma mais de 50 anos de carreira e 45 mil pacientes atendidos.
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Conheça os principais sintomas e desafios da doença
Entre os principais sinais da artrite reumatoide estão dor, inchaço, calor e rigidez nas articulações, que costumam piorar com o repouso. O cansaço constante, febre baixa e perda de peso também podem aparecer, o que torna o diagnóstico clínico e laboratorial essencial.
A doença não se resume às articulações — ela pode afetar outros órgãos, como pulmões, coração e olhos. Por isso, é fundamental o acompanhamento contínuo, mesmo em períodos de melhora”, alerta o especialista.
Tratamento e qualidade de vida
O tratamento da artrite reumatoide evoluiu significativamente nas últimas décadas, com medicamentos capazes de controlar a inflamação e impedir a progressão da doença. No entanto, o Dr. Carmo enfatiza que o sucesso do tratamento vai além dos remédios.
“O autocuidado é uma parte fundamental da reabilitação. Alimentação equilibrada, atividade física regular e controle do estresse são pilares que ajudam o organismo a responder melhor ao tratamento. A automedicação, por outro lado, é um grande risco — pode mascarar sintomas e retardar o diagnóstico”, reforça.
A importância do acompanhamento médico
Com uma trajetória marcada pela dedicação à reumatologia e ao cuidado humanizado, o Dr. Carmo de Freitas destaca que consultas regulares e exames de rotina são fundamentais, mesmo para quem não apresenta sintomas intensos.
Cuidar da saúde não é apenas tratar doenças, mas preveni-las. A artrite reumatoide é um lembrete de que o corpo dá sinais — e aprender a escutá-los é o primeiro passo para preservar a qualidade de vida”, conclui.
A SBR disponibiliza gratuitamente em seu site (www.reumatologia.org.br) uma cartilha informativa, elaborada pela comissão científica de Artrite Reumatoide da entidade, com linguagem simples e acessível para a população. A cartilha traz desde o que é a artrite reumatoide até o tratamento e cuidados pessoais necessários.
Com mais de 15 milhões de brasileiros afetados, doenças reumáticas ganham destaque em outubro
Outubro é um mês marcado pela mobilização em torno de diversas causas de saúde, entre elas, a conscientização sobre as doenças reumáticas. Essas condições englobam mais de 120 enfermidades diferentes, que vão muito além das conhecidas “dores nas articulações”. Elas podem comprometer músculos, ossos, tendões e até órgãos internos, afetando de maneira significativa a qualidade de vida de milhões de pessoas.
No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 15 milhões de pessoas são acometidas por esse conjunto de enfermidades. Com sintomas que variam de dor crônica, rigidez e inchaço até fadiga intensa, as doenças reumáticas podem limitar a mobilidade e dificultar atividades simples do dia a dia. O diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado são essenciais para garantir qualidade de vida e evitar complicações.
Muitos ainda acreditam que o reumatismo é apenas uma dor da idade. Esse é um mito perigoso, porque várias doenças reumáticas podem acometer pessoas jovens, inclusive crianças. Quanto antes o diagnóstico é feito, maiores são as chances de controlar a doença e preservar a funcionalidade”, afirma a reumatologista Cláudia Goldenstein Schainberg.
Datas de conscientização
Durante o mês, diversas datas reforçam a necessidade de olhar com atenção para a saúde reumática e o papel dos profissionais envolvidos.
- 12 de outubro – Dia Mundial da Artrite Reumatoide: condição inflamatória crônica que afeta principalmente as articulações, podendo gerar deformidades e perda funcional se não tratada adequadamente.
- 18 de outubro – Dia do Médico: data que celebra a dedicação dos profissionais de saúde, incluindo os reumatologistas, fundamentais no diagnóstico e tratamento das doenças reumáticas.
- 20 de outubro – Dia Mundial da Osteoporose: doença silenciosa que enfraquece os ossos e aumenta o risco de fraturas, muitas vezes descoberta apenas após a primeira ocorrência.
- 29 de outubro – Dia Mundial da Psoríase: enfermidade autoimune que se manifesta na pele e pode evoluir para artrite psoriásica, comprometendo articulações e mobilidade.
- 30 de outubro – Dia Nacional de Luta contra o Reumatismo: momento para ampliar o debate público, combater preconceitos e incentivar o diagnóstico precoce dessas doenças.
Essas datas reforçam a importância da informação e do combate ao preconceito. Muitas vezes, pacientes sofrem em silêncio ou têm sintomas minimizados, quando na verdade precisam de investigação cuidadosa e tratamento adequado”, acrescenta Goldenstein Schainberg.
A atuação do reumatologista é fundamental nesse contexto. É esse especialista que avalia os sintomas, solicita exames adequados e indica o tratamento mais eficaz para cada paciente. Acompanhamento regular pode reduzir dores, preservar a mobilidade, prevenir deformidades e proporcionar uma vida com mais autonomia.
Nosso papel é mostrar ao paciente que ele não está sozinho. Hoje temos tratamentos modernos que ajudam a controlar a inflamação, reduzir as dores e manter uma vida ativa. O mais importante é que ninguém deve conviver com dor sem procurar ajuda especializada”, reforça a médica Cláudia Goldenstein Schainberg.
As ações de outubro buscam ampliar o conhecimento sobre as doenças reumáticas, derrubar mitos e reforçar a importância do acompanhamento médico. Informação é o primeiro passo para quebrar estigmas, incentivar a prevenção e garantir mais qualidade de vida para os pacientes.
Com Assessorias