Academias de ginástica, estádios e ginásios esportivos, cinemas, teatros, museus, galerias e exposições de arte, convenções, conferências, entre outros, terão que exigir comprovante de imunização para acesso do público na cidade do Rio de Janeiro. A vacinação também será condicionante para que as pessoas sejam submetidas a cirurgias eletivas nas redes pública e privada e sejam incluídas ou mantenham acesso ao Programa Cartão Família Carioca.

A exigência de apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19 foi determinada em decretos municipais publicados nesta sexta-feira (27/08), no Diário Oficial, que estabelecem regras para acesso a uma série de estabelecimentos e para atendimento em alguns serviços. As medidas são tomadas em meio ao recrudescimento da pandemia na cidade, por conta da circulação já predominante da variante Delta (leia mais sobre o novo boletim epidemiológico abaixo).

Decreto semelhante na cidade São Paulo também prevê a mesma exigência para eventos com público superior a 500 pessoas, mas basta comprovar a primeira dose da vacina. Assim como no Rio de Janeiro, ficam de fora da exigência os bares e restaurantes – que, todos sabemos, são alguns dos principais pontos de aglomeração, especialmente de pessoas mais jovens.

O comprovante de imunização poderá ser garantido por meio da certificação digital da plataforma ConecteSUS, ou com a apresentação do comprovante ou da caderneta de vacinação em papel, ao ingressar nos locais coletivos ou outros casos. De acordo com a Prefeitura do Rio, a quantidade de doses registradas exigida deverá estar de acordo com o calendário vacinal da cidade no momento.

Comprovante de vacinação: sem vacina, sem trabalho e sem lazer

O prefeito do Rio, Eduardo Paes – que perdeu o pai, Valmar Souza Paes, de 78 anos, para a Covid-19 há dois meses – disse que o objetivo da nova medida é “criar um ambiente difícil para aqueles que não querem se vacinar, que acham que vão se proteger sem a aplicação do imunizante e terão uma vida normal”.

“Não terão (uma vida normal). Vão ter dificuldades na hora de ter uma cirurgia eletiva, um programa de transferência de renda, e estarão impossibilitadas de terem lazer e trabalho sem se vacinar”,  disse Paes, durante a divulgação do 34º Boletim Epidemiológico, no Centro de Operações Rio (COR), na Cidade Nova.

Ainda segundo Paes, essa é uma preparação para a reabertura, “para que possamos voltar a uma situação de normalidade”. Na sua opinião, “estamos chegando numa fase em que vamos conviver com a doença até que ela seja erradicada” e por isso, “não faz sentido estar cheio de restrições com todo mundo imunizado”.

“Queremos permitir, num determinado momento, que as casas de shows, teatros e museus possam voltar a funcionar. É de interesse dos donos desses equipamentos culturais que quanto mais rigor na fiscalização, mais cedo vamos poder anunciar a reabertura da cidade’, afirmou o prefeito.

No final de julho, Paes chegou a anunciar uma programação especial de um ano inteiro para festejar a volta à normalidade no Rio de Janeiro, a começar em 2 de setembro deste ano. Foi duramente criticado, assim como não foi bem recebida a ideia de fazer um “carnaval fora de época” em  setembro, em Paquetá, ilha onde prefeitura e Fiocruz realizam uma pesquisa para avaliar a eficácia e efetividade da vacinação.

Na semana passada, Paes voltou a surpreender a opinião ao anunciar que, em meio ao crescimento de casos de Covid-19 no município, onde a variante Delta, a mais transmissível, já é predominante. Voltou atrás também após sofrer sérias críticas.

Secretário de Saúde, Daniel Soranz, apresenta novos dados: medidas de proteção à vida foram prorrogadas até 13 de setembro (Fabio Motta/Prefeitura do Rio)

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Cenário epidemiológico: avanço da variante Delta

A 34ª edição do Boletim Epidemiológico da Covid-19, divulgada nesta sexta-feira, mostra que os casos da doença têm aumentado no município do Rio nas últimas sete semanas. Esse efeito pode estar sendo causado pela circulação da variante Delta, que, como estudos apontam, tem maior transmissibilidade.

Na última semana, 38 novos casos de diferentes variantes do vírus foram identificados na cidade, sendo 28 moradores locais e os demais pacientes que foram atendidos na cidade, mas moram em outros municípios.

Desde a identificação do primeiro caso de novas variantes, o município contabiliza 1.284, sendo 1.035 residentes. Entre os que moram na cidade, 874 casos da Gamma, 148 da Delta e 13 da Alfa.

“Em oposição à tendência de aumento dos casos por Covid-19, o índice de óbitos mantém queda sustentada, o que pode ser relacionado como reflexo da imunização, que tem como principal objetivo prevenir casos graves e mortes”, informou a Secretaria Municipal de Saúde. Dos moradores infectados por essas cepas, 59 faleceram, seis permanecem internados e 970 já são considerados curados.

De volta à bandeira laranja: risco alto

Por causa da disseminação da nova cepa de origem indiana e do aumento do número de casos notificados, o boletim do município aponta ainda o mapa de risco da cidade para Covid-19 retornando ao estágio de atenção. Todas as 33 regiões administrativas (RAs) do município estão classificadas com risco alto (laranja) para transmissão do coronavírus pela quarta semana seguida. As medidas de proteção à vida foram prorrogadas até 13 de setembro, mantendo o nível de alerta para risco alto.

O 34º boletim mostra que, desde março de 2020, o município do Rio soma 441.078 casos de Covid-19, com 31.763 óbitos. Em 2021 são 226.084 casos e 12.720 mortes. A taxa de letalidade deste ano está em 5,6%, contra 8,9% em 2020; e a de mortalidade, em 191 a cada 100 mil habitantes, contra 285,9/100 mil no ano passado. A incidência da doença é de 3.394/100 mil, quando em 2020 era de 3.227,5/100 mil.

Fonte: Prefeitura do Rio e Globonews

 

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