Pelo 11º ano consecutivo, o Brasil participa nesta sábado (30) da campanha Hora do Planeta, um movimento global que usa o apagar de luzes durante uma hora, das 20h30 às 21h30, como símbolo e mensagem de um desejo e um compromisso de conexão com o planeta, com o meio ambiente e nossa vida.
Milhares de cidades e monumentos ao redor do mundo apagarão suas luzes para chamar a atenção da sociedade sobre a urgência em combater o aquecimento global. Além das cidades e dos municípios, várias empresas confirmaram sua participação, que vai desde o apagar de luzes até a realização de grandes eventos, passando pelo apoio na divulgação.
No Rio de Janeiro, o Bondinho Pão de Açúcar, cartão-postal que representa a cidade internacionalmente, participará mais uma vez da ação lançada pela ONG WWF – World Wide Fund for Nature, ou “Fundo Mundial da Natureza”.
A Accor também participa do ato simbólico, motivando todos os hotéis e colabroadores da América do Sul a realizarem iniciativas que se adequem às suas realidades, como apagar as luzes das áreas comuns e da fachada do hotel, jantar à luz de velas e ainda propor aos hóspedes que também apaguem as luzes e os equipamentos de ar-condicionado.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o Grand Mercure Copacabana contará com velas acesas na recepção e no restaurante, desligará as luzes no lobby e no restaurante e instalará velas aromatizadas nos quartos de alguns hóspedes vips. As ações fazem parte do programa global de desenvolvimento sustentável da rede, chamado Planet 21.
Para apoiar a Hora do Planeta, o Grupo Santander apagará as luzes de seus principais centros administrativos em todos os países onde opera. No total, serão mais de 60 prédios no Brasil, Espanha, Reino Unido, México, Estados Unidos, Argentina, Portugal, Alemanha, Polônia e Chile. No Brasil, o Farol Santander (edifício Altino Arantes), símbolo da cidade de São Paulo, também dará uma pausa em sua nova iluminação.
Ainda em São Paulo, a Mapfre apagará as luzes de seus escritórios no Edifício MAPFRE e WT Morumbi, em adesão à Hora do Planeta. Além de oito anos apoiando a iniciativa, desde 2013, a empresa participa do Programa Brasileiro GHG Protocol, publicando anualmente o relatório de suas emissões de gases de efeito estufa.
Em 2018, adquiriu créditos de carbono para compensar as emissões de gases de efeito estufa do 18º Congresso de Corretores de Seguros (Conec) e também como parte de uma campanha que envolveu clientes de seguro Auto no Dia Mundial Sem Carro.
Feira de Trocas em São Paulo
Também neste sábado, o Trocaí realiza sua tradicional feira de trocas na Galeria do Rock, um espaço multicultural e democrático localizado no centro de São Paulo, uma das diversas atividades que ocorrerão nesse dia ao redor do País. O evento reunirá pessoas para trocar roupas, acessórios, brinquedos, livros e objetos com o objetivo de levar a conscientização por meio de uma experiência diferente.
Todo e qualquer ato que pudermos fazer no nosso dia a dia pelo meio ambiente é válido. Seja repensar nossos hábitos de consumo, reduzir consumo de energia e água ou ter práticas sustentáveis como a reciclagem, o importante é começarmos a ser responsáveis pelos nossos atos”, diz Giovana Cuginotti, co-fundadora do Trocaí.
Criado em 2015, o Trocaí é um projeto de economia colaborativa que propõe uma reflexão sobre os hábitos de consumo da sociedade. Dentre as atividades realizadas pelo projeto estão: as feiras de troca de roupas, brinquedos, acessórios e objetos; palestras e cursos sobre economia colaborativa e consumo consciente; oficinas de moda sustentável e oficinas para crianças.
Para participar basta escolher até 7 itens entre roupas, objetos pequenos, livros, sapatos, acessórios, brinquedos que não usa mais. Os itens passam por uma curadoria, que certifica se estão bem conservados, seminovos ou nunca usados.
Cada item que passa na curadoria dá direito a um vale-troca e cada vale dá direito à uma troca. Com o voucher em mãos, é só passear pela feira e escolher qualquer item exposto. Os itens que não passarem pela triagem serão direcionados para doação ou possível reciclagem.
Risco às espécies com emissões de carbono
Recentemente, a WWF Brasil divulgou um estudo que indica uma tendência de redução da superfície hídrica na Amazônia brasileira. Em média, foram perdidos 350 km2 de área coberta por ambientes aquáticos por ano. Pesquisas demonstram ainda que, nos últimos anos, o número de queimadas aumentou, além de perdas na produção pela extensão do período seco e o racionamento de água que se estende pelo país, chegando pela primeira vez à capital federal.
As mudanças climáticas colocam em risco de extinção espécies de plantas e animais nas áreas mais naturais do mundo, caso as emissões de carbono continuem a subir. A Amazônia, por exemplo, pode perder 69% das suas espécies de plantas até a virada do século. Os dados, publicados pela revista Climatic Change, são alarmantes, mas sinalizam o que já vem acontecendo em nosso país.
O Bondinho Pão de Açúcar, situado em uma Unidade de Conservação dentro da Mata Atlântica, destaca que se dedica a práticas sustentáveis e defende a bandeira do turismo ecológico e sustentável. Única atração turística do mundo que possui o Selo Verde, da ABNT, o parque adota 40mil m² de áreas verdes da unidade de conservação do Pão de Açúcar, dentre elas a Trilha do Morro da Urca e a Pista Cláudio Coutinho – áreas da Mata Atlântica e de grande valor socioambiental.
O parque realiza ainda um trabalho de recuperação da flora e fauna, com grande valor na defesa da paisagem local e conservação da biodiversidade. Em cinco anos, foram recuperadas mais de 500 árvores da Mata Atlântica, que estavam ameaçadas de queda, a ação contribuiu ainda com o plantio de 1.700 mudas nativas da Mata Atlântica.
Santander quer eliminar o plástico até 2020
Desde que lançou seu plano de eficiência em 2016, o Santander realizou mais de 250 iniciativas, com um investimento de 69,8 milhões de euros, com foco na conscientização dos funcionários, conservação de energia, de matérias-primas e redução de resíduos e emissões.
Em 2001, o Banco começou a medir seu impacto ambiental, quantificando seu consumo de energia, geração de resíduos e emissões de gases de efeito estufa. Desde 2011, o Santander implementou vários planos de eficiência energética e sustentabilidade para minimizar esse impacto.
Com este intuito, o Santander Brasil anunciou recentemente que se tornará plastic free até 2020. O Banco é líder em financiamento para energias renováveis no país. Também vem atuando para implementar o consumo energia renovável em sua rede de agências e sedes administrativas. A meta é alcançar 53% de energia renovável.
Um novo plano de eficiência energética e sustentabilidade para o período 2019-2021 pretende estabelecer metas mais ambiciosas para ajudar a reduzir seu consumo, desperdício e geração de emissões de suas atividades, contribuindo para fomentar uma economia de baixo carbono.
Mais sobre a Hora do Planeta
A Hora do Planeta nasceu em 2007 na Austrália e em 2008 se tornou uma campanha global. O Brasil aderiu já no ano seguinte. Em 2018, a campanha alcançou 188 países e milhares de cidades, incluindo 100 prefeituras no Brasil. Mais do que os resultados de economia de energia, a campanha busca sensibilizar as pessoas sobre as mudanças climáticas e seu impacto na biodiversidade e na vida das pessoas, gerando resultados durante todo o ano.
A Hora do Planeta é um ótimo momento para prefeituras, empresas e indivíduos demonstrarem sua preocupação com o meio ambiente e com sua relação na nossa qualidade de vida. O ato simples de apagar as luzes por uma hora deve ser um chamado para uma mudança de atitude ao longo de todo o ano”, afirma Mauricio Voivodic, diretor-executivo do WWF-Brasil.
Destaques
A Hora do Planeta é uma ação voluntária e que tem ganhado mais força a cada ano. Além dos monumentos que serão apagados como símbolo de adesão, chama a atenção os eventos agendados para as cinco regiões do país. Entre as elas, graças à parceria com os escoteiros, estão diversos grupos de crianças e jovens. Veja alguns dos destaques:
- Centro-oeste: pedal noturno organizado pela Prefeitura de Campo Grande (MS) e com apoio do WWF-Brasil fará um tour histórico, com paradas para explicação sobre todos os monumentos que estarão com as luzes apagadas.
- Sudeste: em Uberlândia (MG), será promovido um luau com escoteiros e várias instituições municipais.
- Norte: a cidade de Palmas (TO) fará apresentações culturais acústicas, além da construção do símbolo da Hora do Planeta (+60) com velas.
- Sul: em Jandaia do Sul (PR), a Universidade Federal do Paraná fará uma ação educativa aberta ao público envolvendo palestras, distribuição de panfletos e posts nas redes sociais. Todas as atividades estão vinculadas a um projeto de extensão intitulado “Práticas Ambientais Sustentáveis”.
- Nordeste: em Natal (RN), o Instituto Ancestral realizará o Projeto Eco Praça na praça da árvore de Mirassol, que desenvolverá oficinas de compostagem.
Além disso, o próprio WWF-Brasil vai realizar ou apoiar eventos em cada uma das cidades em que tem sede. Além do pedal já confirmado em Campo Grande (MS), estão sendo desenvolvidas ações em Brasília (DF), Fernando de Noronha (PE), Manaus (AM), Rio Branco (AC) e São Paulo (SP).
Como participar
Prefeituras, empresas e indivíduos podem cadastrar suas ações no site oficial da Hora do Planeta. Nele, há dois mapas, um com os monumentos que serão apagados e outro com os eventos abertos ao público, contribuindo para a divulgação e mobilização. Além disso, estão disponíveis diversos materiais educativos e de divulgação da campanha.
Da Redação, com Assessorias