O ator Edson Celulari venceu a luta contra um linfoma não-Hodking e agora está de volta às telas (Reprodução de Internet)
O ator Edson Celulari venceu a luta contra um linfoma não-Hodgking e agora está de volta à telinha (Reprodução de Internet)

Nos últimos sete anos, um tipo de câncer no sangue pouco conhecido da população passou a ganhar as manchetes do país. Chamada de linfoma, a doença já acometeu várias personalidades. Como os atores Édson Celulari e Reynaldo Gianechinni, a ex-presidente Dilma Rousseff e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. O linfoma atinge diretamente o sistema linfático, responsável pela defesa natural do organismo contra infecções – importante parte do nosso sistema imunológico.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 12 mil brasileiros são diagnosticados anualmente com linfomas. A incidência é duas vezes maior que a registrada há 25 anos. Esse tipo de câncer é um dos 13 ligados ao aumento do peso corporal. O crescimento constante no número de casos preocupa especialistas. Além disso, a doença está entre os 10 cânceres mais comuns entre homens e mulheres na Região Sudeste. Em geral, existe um desconhecimento do que leva ao surgimento da neoplasia.

Neste Dia Mundial da Conscientização sobre o Linfoma (15 de setembro), Vida & Ação detalha essa doença para os leitores. Os linfomas podem ser classificados como Hodgkin e não-Hodgkin. O primeiro é mais raro e afeta especialmente jovens entre 15 e 25 anos. Em menor escala, atinge adultos na faixa etária de 50 a 60 anos. No Linfoma não-Hodgkin o grupo de risco é de pessoas na terceira idade (mais de 60 anos). Para Mariana Oliveira, hematologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas, apesar de não haver prevenção, a chave para deter a evolução progressiva do tumor é o conhecimento.

“A boa notícia é o fato dos linfomas terem alto potencial curativo. O diagnóstico precoce é fundamental para alcançar o êxito no processo terapêutico. Por isso o esclarecimento à população é essencial”, afirma a especialista. Segundo ela, as chances de remissão em pacientes com linfomas de Hodgkin chega a superar 80% dos casos. Isso se o diagnóstico acontece ainda no estágio inicial. Já os não-Hodgkin de baixo-grau (não agressivos) têm altas taxas de sobrevida, superando a marca de 10 anos.

Sintomas e tratamento

O principal sintoma é o aumento nos gânglios linfáticos (linfonodos ou ínguas, em linguagem popular). Eles podem surgir nas axilas, na virilha e/ou no pescoço dor abdominal. Perda de peso, fadiga, coceira no corpo e febre são outros sintomas. Pode ainda acometer órgãos como baço, figado, medula óssea, estômago, intestino, pele e cérebro.

“As duas categorias (Hodgkin e não-Hodgkin) apresentam outros subtipos específicos, com características clínicas diferentes e prognósticos variáveis. Por isso o tratamento não segue um padrão, mas usualmente consiste em quimioterapia, radioterapia ou a combinação de ambas as modalidades”, explica.

Em certos casos, terapias alvo-moleculares, que têm como meta de ataque uma molécula da superfície do linfócito doente, podem ser indicadas. “Estas proteínas feitas em laboratório atuam como se fossem um ‘míssil teleguiado’, que reconhece e destrói a célula cancerosa do organismo”, ressalta. Dependendo da extensão dos tumores e eficácia das medicações, pode haver a indicação de transplante de medula óssea, diz a médica.

Atenção para as ínguas

As ínguas podem ser o indício do desenvolvimento de tumores malignos, como o linfoma. Mas não é apenas nesta doença que elas surgem. Os principais tipos de câncer relacionados ao aparecimento de ínguas são os linfomas, os melanomas e as leucemias. Câncer de mama, de próstata, de rim, do trato intestinal, de pulmão e das regiões da cabeça e do pescoço também apresentam o sintoma.

A hematologista Caroline Rebello, do Núcleo de Oncologia e Hematologia do Hospital Samaritano (Botafogo), explica que os gânglios linfáticos são órgãos responsáveis pela resposta imunológica do corpo.  O aumento dos linfonodos significa uma provável resposta a algum processo infeccioso ou inflamatório.

“Quando a íngua é indolor, tem textura endurecida ou petrificada, tamanho maior que 2,25 centímetros e está presente nessas áreas por mais de 15 dias, é recomendável procurar um médico o quanto antes”, alerta. A médica destaca ainda que, em pessoas mais magras, esses nódulos são, geralmente, mais visíveis e palpáveis.

As ínguas podem surgir na forma de pequenos caroços também após a ocorrência de lesões ou infecções, quando é importante avaliar se o tamanho do gânglio está aumentado, por meio de medição feita por especialista. “Outro indicativo de que a pessoa deve procurar um médico imediatamente é quando estão associados sinais de febre, emagrecimento, sudorese repentina e perda de apetite, bem como coceira localizada ou tosse”, observa.

Mas nem toda íngua representa, necessariamente, a possibilidade de um câncer. “Os nódulos podem estar relacionados à tuberculose, ao vírus HIV, ao lúpus ou à sarcoidose. Estas últimas são doenças autoimunes. A melhor maneira de prevenir situações mais graves é por meio da análise de um especialista. Ele poderá avaliar do que se trata e orientar como proceder”, pontua a especialista.

Fontes:   Centro Paulista de Oncologia (CPO) e Hospital Samaritano (RJ)

 

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *