Dos R$ 20 milhões repassados pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a implementação de ações de enfrentamento à Covid-19 nas favelas, R$ 5,5 milhões já foram usados para viabilizar 54 projetos relacionados à segurança alimentar, à saúde mental e sexual, além de ações de arte, cultura e esporte, que beneficiaram diretamente 120 mil pessoas.

Nesta segunda-feira (15/08), representantes da Fiocruz apresentaram, no auditório da sede do Parlamento fluminense, os resultados referentes à destinação dessa doação. A reunião contou com a participação do presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), e da deputada Renata Souza (Psol), integrante da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia.

Os recursos repassados pela Casa, no início do ano passado por meio da Lei 8.972/2020, foram revertidos em investimentos para 75 favelas nos municípios do Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Petrópolis, Duque de Caxias, Queimados, São Gonçalo, Niterói e São João de Meriti.

“Os dados demonstram um impacto muito significativo dessa execução orçamentária pelas organizações da sociedade civil, e a população fluminense tem cooperado para o enfrentamento da pandemia e mitigação dos efeitos da pandemia nos territórios periféricos”, destacou o coordenador executivo do Plano de Enfrentamento à Covid-19 da Fiocruz, Richarlls Martins.

O levantamento apresentado na reunião apontou que 80% das ações são voltadas ao enfrentamento da fome, com 195 toneladas de alimentos e mais de 25 mil refeições distribuídas para famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza. Além disso, 30% dos projetos atuam com parcerias agroecológicas, agricultura familiar e alimentação orgânica, por meio de cozinhas comunitárias, distribuição de refeições e hortas comunitárias.

Também foi oferecido atendimento psicológico a 400 pessoas, por meio de parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os alunos de psicologia da instituição prestaram acompanhamento psicoterapêutico, além de realizarem pesquisas na área de saúde mental. As medidas de prevenção à covid também foram foco dos projetos implementados – 75% deles distribuíram kits de higiene, máscaras e álcool em gel.

O presidente da Alerj enfatizou que é fundamental não somente combater à covid, mas prestar assistência às pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade. “Temos três milhões de fluminenses passando fome no estado. Estamos desenvolvendo aqui novas tecnologias sociais. É uma honra ajudar e poder ver o resultado de todo esse trabalho”, declarou o deputado André Ceciliano.

Para a deputada Renata Souza, que presidiu a reunião, a parceria entre Alerj e Fiocruz é um sucesso. “Os 54 projetos foram apresentados inicialmente pelo edital proposto pela Fundação Oswaldo Cruz, então temos a favela e a periferia como protagonistas da sua própria história. Estamos confiando na continuidade desse projeto”, afirmou.

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