O município do Rio de Janeiro tem um caso confirmado da variante Ômicron do vírus SARS-CoV-2 e investiga 94 casos em que há suspeita de infecção por essa mutação do coronavírus. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (30) pela Secretaria Municipal de Saúde.No último dia 25, a Secretaria de Estado de Saúde havia anunciado a investigação de 43 casos suspeitos de ômicron em nove municípios, sendo 28 na capital. A Prefeitura de Nilópolis anunciou que o caso naquele município era positivo, mas a SES não confirmou.
O Centro de Informação Estratégica em Vigilância em Saúde (Cievs) do município trabalha na investigação e monitoramento dos casos, e todos apresentaram apenas sintomas leves. Segundo a secretaria, nenhum dos pacientes precisou ser internado.
A secretaria informou que, entre os casos, há também pacientes de unidades privadas (laboratórios e hospitais), e algumas amostras serão encaminhadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para sequenciamento genômico para confirmação.
Na última semana, a SMS-Rio identificou aumento do índice de positividade dos testes para covid-19, subindo de 0,7% para 5,5%. Isso significa que a infecção é confirmada em cinco pessoas a cada 100 que realizam o exame.
Taxas de positividade para Covid-19 e Influenza aumentam em rede privada
Um novo levantamento realizado pela rede de saúde integrada Dasa identificou aumento recente na taxa de positividade para SARS-CoV-2, que passou de 3,34% em 18 de dezembro de 2021, para 11,40% em 26 de dezembro de 2021, com base nos exames realizados nas mais de 900 unidades ambulatoriais da rede espalhadas pelo Brasil.
No dia 4 de dezembro, a positividade era de 1,38%. A média da taxa de positividade anual (2021) para Covid-19 da Dasa, até o dia 26 de dezembro, é de 23,37%, com picos nos meses de abril e maio, quando a positividade chegou a 40%.
Com base nos exames realizados em todas as unidades ambulatoriais nacionais da Dasa, a taxa de positividade para Influenza passou de 17%, em 19 de dezembro de 2021, para 24%, em 25 de dezembro de 2021,. No dia 1 de dezembro, a taxa de positividade era de 7%.
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Teleatendimento de casos de Covid-19 e Influenza dobra em uma semana
Na semana das festas de final de ano, os números de atendimentos por telemedicina para casos de Influenza e covid–19 entre os associados da Saúde Digital Brasil dispararam, saltando de 7 mil para 15 mil, nos últimos sete dias. A Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital, organização sem fins lucrativos que congrega entidades que atuam na cadeia de prestação de serviços de telemedicina, representam 90% deste mercado no Brasil.
Segundo Caio Soares, presidente da Saúde Digital Brasil, esses números são alarmantes e demandam cuidados redobrados por parte da população, sendo inclusive bastante semelhantes aos números de atendimentos registrados em pleno o pico da pandemia, em março de 2021. Esses números observados entre os associados também coincidem ao número de hospitalizações de casos suspeitos de Covid–19 no município de São Paulo, que segundo nota do Observatório COVID BR tem crescido rapidamente desde o início de dezembro.
O especialista explica quem a telemedicina, além de desafogar o sistema de saúde e evitar tanto a subutilização de especialistas quanto a superutilização do sistema, pela agilidade que proporciona e pelo volume de dados que registra, consegue evidenciar, do ponto de vista populacional, os movimentos que acontecem de saúde e o adoecimento com alguma antecedência. O que, nesse caso, é bem preocupante.
“Isso tem se mostrado bastante verdadeiro durante a pandemia toda e nos coloca mais uma vez em alerta. Realizando uma análise estatística com base nas curvas de crescimento dos atendimentos via telemedicina, no caso da Covid–19, por exemplo, percebemos que eles permitem antecipar a informação entre cinco e sete dias em relação ao que é observado no presencial. Ou seja, se já há uma tendência crescente antes das festas, imagine durante este período em que as pessoas tendem a relaxar com os cuidados”, ressalta Soares.
Festas de fim de ano influenciam nos resultados
Segundo o virologista da Dasa, José Eduardo Levi, o aumento na positividade de Covid-19 e Influenza pode ter sido influenciado pelas festas de fim de ano, quando parte da população deixou de usar a máscara em encontros com maior concentração de pessoas. A nova variante Ômicron, nos casos da Covid-19, é outro possível fator para o crescimento da positividade.
A Dasa alerta para o cuidado com a saúde em relação às celebrações de final de ano, quando há maior circulação das pessoas e, consequentemente, maior exposição a infecções virais. A rede reforça a importância do uso da máscara e, no surgimento de qualquer sintoma gripal, evitar encontros familiares.
Caio Soares, presidente da Saúde Digital Brasil, também alerta para a necessidade de evitar o máximo aglomerações, seguir com os cuidados de higiene, uso de máscaras, a vacinação segue sendo muito importante neste mimento. Além disso, procurar um médico e realizar o teste sempre que tiver sintomas ou contato com contaminados também é importante para o controle e combate a pandemia.
Amostras prováveis de ômicron em Minas Gerais
Já o Grupo Pardini divulgou que, por meio do seu Sistema de Vigilância Genômica de SARS-CoV-2 em parceria com o Laboratório de Biologia Integrativa da UFMG, encontrou 140 amostras prováveis da variante Ômicron. Dessas, 95 são de Minas Gerais. A Secretaria de Saúde do estado já foi notificada.
Do total, cinco casos suspeitos são de São Paulo capital. Os testes que identificaram a suspeita foram feitos entre 10 e 22 de dezembro. As amostras já foram encaminhadas para sequenciamento e os resultados devem sair em 2 semanas. O grupo registrou um aumento de 14% na realização de testes de COVID na semana epidemiológica 51 em relação à 50, com 28k testes contra 24,6k. Em Minas Gerais, o crescimento de realização de testes foi o dobro do registrado no Brasil, com 28% (15,6k vs 12,2k).
No total, considerando o mês de dezembro até aqui, já foram realizados pelo Grupo Pardini 136.599 testes de Covid. Em novembro, o número total foi de 130.560. A positividade nacional aumentou na última semana, chegando a 6,2%, sendo 2,7% a mais que na semana epidemiológica 50. Em Minas Gerais, a positividade saiu de 2,5% para 6% – aumento de 3,5 p.p.
Com Agência Brasil e Assessorias