O Rio de Janeiro é a capital brasileira com maior índice de diagnósticos de diabetes no país, de acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2020, do Ministério da Saúde. A cidade é seguida de Maceió e Porto Alegre.
A doença é mais prevalente nas mulheres do que nos homens. A maior incidência é entre as mulheres cariocas, com 12,4% de diagnósticos no sexo feminino, seguido do Recife (12,2%) e de Maceió (11,4%). Entre os homens, o Rio de Janeiro apresenta taxa de 9,8%, a quarta maior do país.
Segundo Lara Bessa, médica endocrinologista da Clínica Felippe Mattoso e Labs a+, integrantes do Grupo Fleury no Rio de Janeiro, esse aumento expressivo pode estar relacionado com o aumento da prevalência de obesidade e sedentarismo, principais fatores de risco para o Diabetes.
“Esse dado deve servir de alerta para nossa sociedade e motivar mudanças urgentes nos nossos hábitos de vida. O Atlas da IDF também evidencia que muitos pacientes não sabem que apresentam a doença. Isso causa grande preocupação, pois o primeiro passo para um bom controle é um diagnóstico e seguimento adequados”, alerta a médica.
De acordo com estimativas da Sociedade Brasileira de Diabetes, para cada paciente com diabetes, existem pelo menos três com risco de ter a doença. No Brasil, já são quase 17 milhões de brasileiros vivendo com Diabetes. É o problema de saúde com alta incidência, atingindo pelo menos 12,5 milhões de brasileiros adultos.
No mundo todo, dados da décima edição do Atlas do Diabetes, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), mostram que 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos de idade têm diabetes, um crescimento de 16% em dois anos.
A incidência cada vez maior da doença é ainda mais preocupante, levando em consideração que o mundo ainda enfrenta a pandemia de covid-19.
Muitos artigos foram publicados mostrando aumento de risco de hospitalização e morte por Covid-19 em pacientes com Diabetes Mellitus. O risco é maior quando o diabetes não está bem controlado, com uso regular de medicamentos, alimentação balanceada, atividade física regular e acompanhamento médico adequado”, destaca a médica.
Para ela, no momento, a principal recomendação é vacinar-se, evitar aglomerações com uso de máscara, seguindo as orientações do órgão de saúde de cada município, além de manter a doença bem controlada.
Como saber se tenho Diabetes?
Para saber se tem a doença, a pessoa pode recorrer a exames de rotina.
Segundo a ADA(American Diabetes Association), o diagnóstico de diabetes ocorre quando o paciente apresenta: Glicemia de jejum > ou = 126 mg/dl OU Hemoglobina glicada ( HbA1c) > ou = 6,5 % OU Teste de tolerância oral a glicose (75g) com glicemia aos 120 min > ou = 200 mg/dl OU Paciente com sintomas de hiperglicemia e glicemia aleatória > ou = 200mg/dl
“Para realizar o diagnóstico, o paciente deve apresentar dois exames alterados, com exceção de pacientes com sintomas de hiperglicemia e com glicemia aleatória > ou = 200mg/dl”, esclarece.
Quem deve fazer o rastreio do Diabetes
Ainda de acordo com a médica, o rastreio para Diabetes Mellitus está indicado nos seguintes casos:
– todos os pacientes maiores que 45 anos
– adultos maiores de 45 anos com obesidade (IMC ≥ 30 kg/m 2) ou sobrepeso (IMC entre 25 -30 kg/m 2) com um dos seguintes fatores de risco:
1 – ter um parente de 1º grau com DM; síndrome dos ovários policísticos ou outras condições associadas a resistência insulínica;
2 – sedentarismo;
3 – história prévia de DMG;
4 – história previa de Hipertensão arterial sistêmica, Doença Cardiovascular,dislipidemia com HDL < 35 mg/dL e/ou triglicerídeos > 250 mg/dL .
O que é Diabetes Mellitus?
Diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica que se caracteriza pelo aumento de glicose no sangue ( hiperglicemia). Ao falarmos sobre DM, não podemos deixar de falar sobre a insulina. A insulina é um hormônio produzido pelas células beta-pancreáticas que tem como grande função o controle do transporte de glicose do sangue para o interior das células. Assim, se não produzimos insulina em quantidade apropriada ou ela tem sua ação diminuída, acumulamos glicose no sangue e desenvolvemos DM.
Um em cada 10 adultos tem Diabetes, segundo dados recentes divulgados pela Federação Internacional de Diabetes (IDF). São mais de 530 milhões de pessoas com a doença, um aumento de 16% desde o último levantamento da IDF, realizado em 2019. No Brasil, o número de pessoas com Diabetes atingia 16,8 milhões até 2019. No ranking mundial, o país ocupa a quinta colocação em termos de pessoas com Diabetes, depois da China, Índia, dos Estados Unidos e do Paquistão.
Tipos de Diabetes
Atualmente, de acordo com a Associação Americana de Diabetes ( ADA ), a doença pode ser classificada em 4 tipos:
– Diabetes tipo 1: nesse tipo ocorre lesão autoimune de células pancreáticas produtoras de insulina, com queda em sua produção.
– Diabetes tipo 2: é o tipo mais comum, relacionado, principalmente, com resistência insulínica. Assim, no início da doença, o pâncreas produz insulina, mas ela não consegue agir, sendo necessário um aumento de produção insulínica a fim de manter o controle de glicose. É sobre esse tipo que vamos nos referir nas perguntas seguintes.
– Diabetes gestacional : aumento de glicemia que ocorre na gestação. Durante a gravidez, a placenta produz hormônios que dificultam a ação da insulina, assim o pâncreas da mãe tem que produzir uma quantidade maior de insulina para conseguir um controle adequado da glicose. Entretanto, algumas grávidas não conseguem aumentar a produção o bastante e ocorre hiperglicemia.
– Outros tipos específicos de DM: Diabetes monogênico; diabetes relacionado a medicamentos; diabetes por doença do pâncreas exócrino ( fibrose cística, pancreatite);diabetes relacionado a endocrinopatias; diabetes secundário a drogas e outros.
Sintomas
O DM normalmente é assintomático e por isso muitos pacientes acabam convivendo com a doença por anos, antes de serem diagnosticados. Os sintomas ocorrem quando a hiperglicemia atinge níveis muito elevados (usualmente > 250 mg/ dl). Os principais são: aumento da sede, aumento do volume de urina, aumento da fome, perda de peso, mal-estar. Mesmo quem não apresente fator de risco, deve fazer uma glicemia anual após os 45 anos. Isso porque o diabetes é uma doença que não apresenta sintomas, pelo menos no início.
Fatores de risco
Dentre os fatores de risco para desenvolvimento da doença estão as escolhas alimentares, a obesidade e o sobrepeso. Além do sedentarismo, outros fatores influenciam no desenvolvimento da doença, como ter idade acima de 45 anos, síndrome dos ovários policísticos; história prévia de DMG ou outras doenças, como hipertensão arterial sistêmica e doença cardiovascular, ou ainda possuir um parente de 1º grau com DM.
Complicações
O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nos rins, nos nervos e olhos, tendo relação direta com a catarata e possível cegueira.
Formas de prevenção
A melhor forma de prevenção é manter hábitos de vida saudáveis, com uma alimentação balanceada, prática de exercícios físicos regulares e evitar ganho de peso.
Agenda Positiva
‘Hora de Agir’ alerta para autocuidado no diabetes
Na semana dedicada ao Dia Mundial do Diabetes (14/11), o canal Hora de Agir, lançado pela FQM e no ar desde agosto, terá ações especiais sobre o tema. Os influenciadores digitais Fred Prado (@vidadediabetico) e Sonia Vanat (@soniavanat), que irão compartilhar suas experiências e ajudar a esclarecer dúvidas sobre o assunto, ao lado de profissionais de saúde.
O projeto discute temas como o diagnóstico, tratamento e a prevenção da doença com informações nas redes sociais (Facebook e Instagram) e no site. O objetivo é mostrar que com cuidados corretos e hábitos saudáveis é possível que diabéticos tenham uma vida ativa e com os níveis de açúcar no sangue controlados. Para isso, a informação é essencial na hora de identificar o diabetes.
As páginas do Hora de Agir contam com materiais informativos para pacientes, familiares e amigos de diabéticos, ou aqueles que ainda não receberam o diagnóstico da doença. Ao longo do mês, as redes sociais do canal também incluirão outras ações, como publicações especiais, dicas, vídeos e curiosidades.
Livro destaca diabetes infantojuvenil
Para os pequenos, o tema Diabetes deve ser tratado de maneira lúdica. Por isso, a editora Colli Books, especializada em literatura infantojuvenil, separou uma dica de livro para facilitar a conversa dos pais ou responsáveis com a garotada. “Luke, o macaco atleta”, da escritora Isa Colli, alerta sobre a obesidade infantil, que pode desencadear doenças como colesterol alto e diabetes.
Na história, as crianças são influenciadas pelo exemplo do macaco atleta, que incentiva a prática de atividades físicas e a alimentação saudável. “Fico feliz de estar ajudando a multiplicar ações positivas. Já recebi vários relatos de pais dizendo que seus filhos se inspiraram em Luke para melhorar a alimentação”, afirma Isa.
Luke, o macaco atleta pode ser encontrado nos sites Amazon, Bol, Kobo, Books.google, além das lojas Magalu, Shoptime, Fnac, Americanas e Submarino. Mais informações: collibooks.com.
Com Assessorias