Por Simone Noronha*
Desde que essa palavrinha entrou na moda, me identifiquei como cringe. Das coisas ultrapassadas listadas pela chamada geração Z, descobri que até Harry Potter, Game of Thrones e café estão na lista. Figurinhas de WhatsApp, emojis, pagar boleto, Friends… tudo cringe. Mais do que uma brincadeira da internet, ser ou não ser cringe trouxe à tona uma das principais diferenças entre as gerações: a velocidade.
Enquanto nós, os cringes nascidos na geração X ou Millenial, entramos na era digital já adolescentes ou adultos, a geração Z já nasceu conectada. Dominam a internet facilmente, dão aula para os próprios pais que não sabem entrar numa reunião online e não se cansam nunca de aprender. Para eles, o mundo digital também é o mundo real. E vice-versa.
Vejo isso na minha casa. Tenho dois pré-adolescentes de 11 anos que sabem conversar sobre quase tosos os assuntos, desde guerras napoleônicas. Otto Von Bismarck (tive que ir no Google pra saber que foi ele, unificador da Alemanha) até as marcas de vacina contra a Covid. De celular na mão, eles pesquisam vídeos, tutoriais, aprendem sobre tudo e sabem resolver problemas digitais com uma velocidade que nem dá tempo da gente aprender.
E é justamente a velocidade da era digital que faz a diferença da Geração Z. Conectados, os jovens nascidos depois de 1995 está se tornando o maior grupo populacional do mundo. A Organização das Nações Unidas (ONU), que já apontou os “Zs” como 31,5% da população em 2019.
Mais criativos, menos ligados em hierarquia
O mercado de trabalho já está de olho na geração Z. De acordo com Eliane Caetano, coordenadora de Recrutamento e Seleção da RH Nossa, a forma espontânea de comunicação, a agilidade das redes sociais e a velocidade de aprendizado rápido dão a essas pessoas a capacidade de encontrar soluções práticas para desafios que outras gerações precisariam de muito mais tempo para resolver.
São profissionais que podem ter dificuldades com hierarquia, cumprir horário fixo ou manter uma rotina de trabalho que não seja desafiadora. Mas quando esses detalhes são bem resolvidos, a geração Z consegue realizar diversas tarefas ao mesmo tempo, lidar bem com situações imprevistas e encarar as dificuldades como um desafio de apresentar soluções.
Tudo isso sem contar com a identificação com o empreendedorismo. Outro dia falei com meu filho de 19 anos sobre o concurso do Banco do Brasil, que seria interessante ele fazer. Nem deu tempo de eu terminar de explicar. “Mãe, você acha mesmo que eu vou gostar de trabalhar num lugar chato desses, preenchendo planilhas de Excell?”.
Resposta típica de um filho Z para uma mãe cringe. O banco que lute!
Gostei da resposta do Marquinho
Muito interessante a matéria! Super me identifiquei como uma mãe cringe! Rss