Para estar presente em cada momento da vida dos filhos é preciso ter saúde. E para ter saúde é preciso se cuidar. Celebrado no dia 12 de agosto nesse ano, o Dia dos Pais serve como uma oportunidade de despertar sobre a importância dos cuidados da saúde masculina, a fim de melhorar a qualidade de vida dos homens. Pois os cuidados de prevenção devem começar desde a adolescência.
Dados do Ministério da Saúde apontam que 31% dos homens ainda não têm o hábito de ir ao médico. Desses que não vão, 55% afirmam que não precisam. Muitas doenças podem ser prevenidas quando os homens procuram os serviços de saúde regularmente. Com o aumento da idade, há uma tendência à redução de massa muscular e aumento do tecido gorduroso, o que reduz a taxa metabólica (metabolismo). E, assim, ocorre uma tendência do aumento de colesterol, glicemia, triglicérides. Também há chance de neoplasias malignas (câncer), cuja incidência é aumentada com a idade. Dessa forma é importante procurar o médico sempre que tiver alguma dúvida, mas também periodicamente, antes que apareçam sintomas de doenças.
Para o cardiologista e Clínico Geral do HCor (Hospital do Coração) Abrão Cury ter uma alimentação balanceada e saudável – evitando os excessos -, além da prática regular de atividades físicas, são atitudes essenciais para quem quer prevenir doenças. “São ações que ajudam a manter a saúde cardiovascular, por exemplo. Também traz bem-estar psicológico e melhora a autoestima”, orienta Dr. Cury.
Fique de olho na saúde do seu pai: com a vida cada vez mais corrida e o estresse diário, aumenta cada vez mais a preocupação com o bem-estar e a saúde, fundamental para garantir qualidade de vida. No entanto, se o seu pai é do tipo relapso, que não se preocupa com a saúde, e vai ao médico apenas quando precisa, fique de olho. Aproveite o dia dos pais e o incentive a fazer um check-up, independentemente da idade ou de estar se sentindo bem.
Sabendo que o cuidado pode prevenir ou mesmo antever problemas que vão ocorrer mais à frente, listamos algumas dicas com os exames frequentemente recomendados para os homens:
Após os 30 anos: exame de sangue para avaliar a função renal e hepática, os marcadores tumorais e as taxas de colesterol, glicemia, tireoide e triglicérides e eletrocardiograma.
Após os 40 anos: exame de sangue para avaliar a função renal e hepática, os marcadores tumorais e as taxas de colesterol, glicemia, tireoide e triglicérides, exames urológicos e de hormônios, exame da saúde da próstata (apenas para homens com histórico de câncer na família).
Após 50 anos: todos os exames acima são recomendados, exame da próstata torna-se obrigatório anualmente e, em caso de alterações, a cada seis meses.
Prevenção é o melhor remédio: a descoberta precoce de certas doenças é um importante passo no processo de cura. No entanto, os homens ainda deixam para procurar um médico somente quando já está seriamente doente, ou seja, o check-up preventivo costuma ser desprezado. “Felizmente, essa mentalidade está começando a mudar, e cada vez mais, as pessoas percebem que o check-up é uma ferramenta importantíssima para a manutenção da saúde. Homens com mais de 35 anos são aconselhados a realizar esse procedimento pelo menos uma vez ao ano, assim permanecem cientes do que está acontecendo com o seu organismo”, aconselha o cardiologista e responsável pelo Clinic Check- up HCor (Hospital do Coração), Dr. César Jardim.
Os filhos têm papel fundamental na saúde dos pais. São eles que motivam, acompanham, marcam as consultas, participando mais ativamente da rotina do pai. “Apesar de nos últimos anos o comportamento masculino ter melhorado, ainda existem muitos homens que não procuram o médico. Os homens, além de fazer menos exames preventivos, tendem a fumar e beber mais, além de serem mais sedentários e terem, na média, mais sobrepeso”, esclarece Dr. César Jardim.
Segundo o cardiologista, não há idade limite para começar a fazer exames preventivos. Caso o homem fume, esteja acima do peso, tenha antecedentes familiares e seja sedentário, deve iniciar uma rotina de exames a partir dos 30 anos, com acompanhamento médico. “Se os resultados estiverem dentro de índices normais, os exames devem ser repetidos a cada dois anos e, se alterados, semestralmente ou a critério do especialista. Caso não tenha antecedentes ou fatores de risco, os exames devem ser iniciados, no máximo, aos 40 anos de idade, e repetidos também a cada ano. Se o paciente já é portador de doenças como hipertensão arterial e diabetes, a rotina de exames deve ser mais complexa e definida caso a caso, de acordo com a medicação utilizada”, alerta Dr. Jardim.
A importância da medicina preventiva: a medicina preventiva tem merecido cada vez mais espaço, visto que nos últimos anos os exames têm se tornado menos invasivos e muito mais precisos. Entre as doenças cardiovasculares, a principal é a aterosclerose, que provoca deposição de gordura e entupimento de artérias do corpo humano, causando o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (derrame), além da insuficiência renal e a doença vascular periférica, entre outras.
Para o aparecimento da doença é necessária a presença de fatores de risco, como tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, colesterol elevado e diabetes. “Se controlarmos os fatores de risco, e a isto aliarmos uma vida saudável, com alimentação regrada (não significa sem sabor) e exercícios adequados, reduziremos em 90% o risco do aparecimento do infarto”, explica Dr. César Jardim.
No que diz respeito às doenças cardiovasculares, além da identificação e controle dos fatores de risco, o HCor conta com o ecocardiograma tridimensional e angiotomografia de artérias coronárias, no qual pode identificar a concentração de cálcio nesses vasos e a presença de placas de aterosclerose, além de ressonância magnética e tomografia computadorizada do coração.
“Também são feitas orientações nutricionais para reeducação alimentar, para atividade física, pois é evidente que cada um de nós tem sua parcela de responsabilidade, já que algumas medidas preventivas estão relacionadas diretamente aos nossos hábitos de vida”, finaliza Dr. César Jardim.
Meditação pode ajudar
Sou um bom pai? Tenho sido um bom filho pro meu pai, que talvez não seja tão jovem assim? Algum dia, muitos de nós, já nos questionamos sobre nossas relações com nossos filhos, com nossos pais. Dentro da contemporaneidade, vivemos em condições imediatistas, tecnológicas, por vezes intolerantes e, em muitos casos, superficiais. Sem que percebamos, acabamos nos afastando, pouco a pouco, daquele ideal de pai presente e companheiro que um dia sonhamos ser.
Quando estamos próximos, pode ser difícil manter o foco, buscando distração na TV, notebook ou celular, sem que haja interação real. Diante dos problemas do dia a dia, a busca por soluções rápidas e práticas acaba empobrecendo os diálogos. Com isso, faz-se necessário refletirmos sobre nossas atitudes e, se fizer sentido, adotar novos hábitos que ajudem a cultivar qualidades que possam estar enfraquecidas como a atenção, o equilíbrio emocional e a empatia. Um novo hábito que pode ajudar neste sentido é a meditação.
Presença e compreensão trazem o equilíbrio
Às vezes, as respostas não são exatas. “Como cultivar a presença nas relações pais e filhos” é uma dessas questões que devem ser trabalhadas rotineiramente.
A meditação é uma prática que pode ajudar a fortalecer qualidades como:
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Foco, para aprendermos a enxergar o outro e ouvi-lo atentamente e com o coração, ainda que a criança esteja contando, empolgada (pela oitava vez), como fez “aquele gol”;
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Equilíbrio, para sempre mantermos nossa mente sã emocionalmente e não perdemos a paciência, ainda que precisemos repetir diariamente que não pode comer doce antes do almoço;
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Empatia, para compreender, com genuíno interesse, o mundo interno dos nossos filhos, que pode ser bem diferente do nosso.
- Da Redação, com Assessorias