Casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) apontam sinal de estabilidade ou oscilação nas últimas seis semanas e de aumento nas últimas três semanas no Brasil, mostrou o Boletim InfoGripe da Fiocruz, . Divulgado nesta quinta-feira (18/9). A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 37, período de 7 a 13 de setembro, destaca que a retomada do crescimento das hospitalizações por influenza A tem contribuído para o aumento dos casos de SRAG entre jovens, adultos e idosos no Distrito Federal e Goiás. 
Um dos pontos de atenção do levantamento é a retomada do crescimento dos casos de SRAG pelo vírus da influenza A em algumas regiões do Centro-Oeste. “Já observamos uma consolidação desse movimento em Goiás e no Distrito Federal”, afirma a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e responsável pelo Boletim InfoGripe, Tatiana Portella.

Aumento de casos de Covid-19 entre idosos

A Covid-19 tem impulsionado o crescimento dos casos de SRAG, especialmente entre os idosos no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo. Ainda se nota um leve crescimento nas notificações de SRAG por Covid-19 em alguns outros estados do Centro-Sul (Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul), Nordeste (Bahia, Piauí e Paraíba) e no Pará, embora ainda sem causar um aumento nas hospitalizações por SRAG nesses estados.

Segundo a pesquisa, 8 das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco nas últimas duas semanas, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 37: Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rondônia.

O rinovírus tem contribuído para o aumento dos casos de SRAG nessas regiões, especialmente nas crianças e adolescentes de 2 a 14 anos, porém com sinal de interrupção do crescimento no Distrito Federal. No Amazonas, observa-se uma desaceleração do crescimento dos casos de SRAG por VSR nas crianças de até dois anos.

Cinco das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 37: Brasília (DF), Florianópolis (SC), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA).

Prevalência

Nas quatro últimas semanas, a prevalência entre os casos positivos foi de:

  • 47,3% de rinovírus,
  • 17,7% de vírus sincicial respiratório,
  • 17,3% de Sars-CoV-2 (Covid-19),
  • 10,2% de influenza A e
  • 1,7% de influenza B

Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de:

  • 42,8% de Sars-CoV-2,
  • 28,8% de rinovírus,
  • 21% de influenza A,
  • 8,6% de vírus sincicial respiratório e
  • 1,2% de influenza B

 

Mais de 176 mil casos e 10.5 mil mortes por SRAG

Em 2025, já foram notificados 176.451 casos de SRAG, sendo 93.788 (53,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 62.192 (35,2%) negativos, e ao menos 8.995 (5,1%) aguardando resultado laboratorial.

Referente aos óbitos de SRAG em 2025, já foram registrados 10.577 óbitos de SRAG, sendo 5.555 (52,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 4.058 (38,4%) negativos e ao menos 176 (1,7%) aguardando resultado laboratorial.

Dentre os óbitos deste ano, observou-se 52% de influenza A, 1,8% de influenza B, 12% de vírus sincicial respiratório, 13,6% de rinovírus e 21,7% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os óbitos positivos foi de 42,8% de Sars-CoV-2 (Covid-19), 28,8% de rinovírus, 21% de influenza A, 8,6% de vírus sincicial respiratório e 1,2% de influenza B.

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Medidas de prevenção

Diante desse cenário, Portella reforçou a necessidade de manter as medidas de prevenção. “A principal forma de prevenção contra os casos graves e óbitos, tanto pelos vírus da influenza quanto pela Covid-19, é a vacinação. Portanto, reforçamos mais uma vez a necessidade de que as pessoas dos grupos prioritários estejam em dia com suas vacinas”.

Ela também orientou sobre medidas de cuidado em situações de sintomas gripais. “Mantemos as recomendações de sempre, como isolamento ou uso de máscara em caso de aparecimento de sintomas de gripe ou resfriado e uso de máscara dentro dos postos de saúde. Para as pessoas que estão em regiões com crescimento dos casos de SRAG em níveis mais elevados, é importante também usar máscara em locais fechados e com maior aglomeração de pessoas”, concluiu.

InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.

RJ: cenário epidemiológico de covid-19 tem tendência de redução

No Rio de Janeiro, a taxa de positividade dos testes rápidos — no Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede particular; apresentou redução de solicitações de leitos de adultos e crianças atendidos nas unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estaduais com sintomas gripais. É o que indicou o boletim Panorama Covid, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ),  na quarta-feira (16).

O estudo aponta que cinco dos oito indicadores precoces têm apresentado tendência de redução.  Nos testes feitos na rede pública, a taxa de positividade caiu de 16,8% para 11,2%; na rede particular, o índice diminuiu de 14,1% para 8%. As solicitações de leitos adultos passaram de 652 em agosto para 562 no início de setembro. 

O número de pacientes adultos com sintomas gripais que buscaram atendimento nas UPAs do estado teve redução na primeira semana de setembro. Entre 10 e 16 de agosto, foram 1.613 pacientes. Entre 31 de agosto e 6 de setembro, foram 1.490.

Os atendimentos pediátricos apresentaram crescimento em agosto, mas voltaram a recuar. De 10 a 16 de agosto, foram 873 crianças atendidas. Em seguida, entre 17 e 23 de agosto, o número cresceu para 1.182 pacientes; de 24 a 30 de agosto, recuou para 1.088. A tendência de redução permaneceu na primeira semana de setembro, quando foram contabilizados 1.040 atendimentos.

O número de casos confirmados de covid-19 também apresenta estabilização. O modelo de nowcasting — que corrige o atraso entre os primeiros sintomas e a data de notificação — estima que tenham ocorrido 239 casos de 24 a 30 de agosto.

Das amostras que chegaram ao Laboratório Nacional de Saúde Pública (Lacen-RJ) na última semana, há predominância do rinovírus entre crianças e do vírus da covid-19 entre idosos. Por isso, a secretaria reforça a necessidade de os idosos buscarem a unidade básica de referência para tomar a vacina.

Com Agência Fiocruz e SES-RJ

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