O estudo também alerta para a manutenção do quadro de aumento do número de casos de SRAG nas crianças e adolescentes de 2 a 14 anos no Nordeste e no Centro-Sul associados ao rinovírus. Além disso, ainda se observa um leve aumento de SRAG entre os idosos a partir de 65 anos por Covid-19, no Amazonas e na Paraíba. Ceará e Rio de Janeiro também apresentam um aumento nas notificações por Covid-19 nas últimas semanas, porém ainda sem causar impacto na tendência geral dos casos de SRAG.
Neste ano, já foram notificados 159.663 casos, sendo que em 53,4% foram detectados a presença de vírus respiratório. Entre os casos positivos, 45,5% foram provocados pelo vírus sincicial, seguido por influenza A (25%). Nas quatro últimas semanas, a prevalência dois dois vírus permanece.
Vacinação e máscara
A Fiocruz reforça a importância da vacinação em dia contra a Covid-1, principalmente de idosos e pessoas imunocomprometidas, que devem tomar doses de reforço a cada seis meses. A orientação é que crianças e adolescentes com sintomas de gripe ou resfriado fiquem em casa e evitem ir à escola, para não transmitir o vírus. Se não for possível, o ideal é que usem uma máscara.
Em relação às crianças e aos adolescentes, se apresentarem sintomas de gripe ou resfriado, o ideal é que fiquem em casa e evitem ir à escola, evitando transmitir esses vírus respiratórios a outras crianças”, reforça a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe,
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Estados e capitais
Nenhuma das 27 unidades federativas (UF) apresenta sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 33. No entanto, 18 UF ainda registram incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e Sergipe.
Cinco das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 33: Cuiabá (Mato Grosso), João Pessoa (Paraíba), Maceió (Alagoas), Natal (Rio Grande do Norte) e Salvador (Bahia).
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 9,4% de influenza A, 1,6% de influenza B, 37,7% de vírus sincicial respiratório, 40,4% de rinovírus e 9,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Quanto aos óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 33,1% de influenza A, 3,9% de influenza B, 20,9% de vírus sincicial respiratório, 26,7% de rinovírus e 14,2% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Quadro nacional
Em nível nacional, o cenário atual sugere que a situação de cada indicador se encontra nos seguintes níveis: os casos de SRAG apresentam queda na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e estabilidade ou oscilação na tendência de curto prazo (últimas três semanas).
Em 2025, já foram notificados 159.663 casos de SRAG, sendo 85.237 (53,4%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 55.175 (34,6%) negativos e pelo menos 8.851 (5,5%) aguardando resultado laboratorial.
Entre os casos positivos neste ano, observou-se que 25% são de influenza A, 1,1% de influenza B, 45,5% de vírus sincicial respiratório, 24,6% de rinovírus e 7% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 9,4% de influenza A, 1,6% de influenza B, 37,7% de vírus sincicial respiratório, 40,4% de rinovírus e 9,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Médicos do trabalho lançam guia com cuidados para evitar adoecimento
A Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) lançou nesta quinta-feira (21) um guia com orientações sobre como cuidar da saúde no ambiente laboral. O documento foi distribuído, em formato digital, para sindicatos, empresas e órgãos públicos, e destaca a importância de encontros periódicos, não apenas no momento da admissão ou rescisão de contratos, com funcionários.
Segundo a entidade, em junho, mais de 330 mil brasileiros maiores de 18 anos de idade solicitaram ao governo federal afastamento das atividades profissionais. Desse total, 76% dos benefícios concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram motivados por doenças.
“Um número que se repete mês após mês, com pequenas variações, compondo um ciclo silencioso de alto impacto econômico e social”, avaliou a Anamt.
Os dados mostram que lesões por esforço repetitivo, dores lombares e doenças crônicas recorrentes ocupam o topo do ranking dos motivos de afastamento, seguidas por transtornos mentais e comportamentais. O comunicado destaca uma “percepção equivocada” da atuação do médico do trabalho já que ela não passa, necessariamente, pelo diagnóstico de uma doença.
De acordo com a Anamt, a contribuição do médico do trabalho acontece, sobretudo, no campo da prevenção, seja identificando sinais e sintomas junto ao trabalhador e orientando sobre como proceder na sequência; seja apoiando empresas a criarem ambientes e práticas saudáveis capazes de reduzir os riscos de adoecimento.
Guia
A publicação aborda questões que vão desde a relevância de exames ocupacionais como admissional, periódico e mudança de função até a necessidade de o trabalhador estar atento a detalhes do local de trabalho e da rotina para apontar eventuais problemas que precisam ser corrigidos pelo empregador, incluindo a existência de riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos, entre outros.
O guia alerta ainda para questões “aparentemente banais”, mas que podem desencadear quadros clínicos agudos ou graves, como exposição a variações de temperatura, ao som em alto volume e a produtos químicos, além de levantar peso excessivo ou fazer o mesmo movimento repetidas vezes, o que pode implicar em lesões na coluna e nos membros.
Outro destaque do documento diz respeito a máquinas sem proteção e à obrigatoriedade do uso de equipamento de proteção individual (EPI) indicado para cada função.