O calendário anual da saúde inclui o inusitado ‘Dia Mundial do Mosquito’, lembrado em 20 de agosto. A importância da data vem do alto número de vítimas de arboviroses – doenças transmitidas por mosquitos – no mundo inteiro. Em países tropicais como o Brasil, essas doenças são velhas conhecidas, principalmente o Aedes aegypti, transmissor da dengue, há décadas bastante conhecida da população. Mais recentemente, descobriu-se que ele também causa outras doenças que  podem ter desfechos graves, como zika e chicungunya.]

Uma pesquisa financiada por uma multinacional que fabrica repelentes revela o nível autodeclarado de informação da população brasileira sobre doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, malária, Zika e chikungunya. O levantamento aponta lacunas significativas de conhecimento, mesmo entre pessoas que se declaram constantemente preocupadas com o tema.

Os resultados do estudo da SC Johnson evidenciam a necessidade de fortalecer ações educativas contínuas, acessíveis e didáticas, que mobilizem diferentes perfis da população para uma prevenção mais eficaz. Apesar do alto grau de exposição que levou o país a registros históricos de dengue em 2024, segundo o Ministério da Saúde, apenas 41,7% dos brasileiros afirmam ter informações completas e específicas sobre a doença, incluindo formas de prevenção e tratamento.

Por outro lado, apenas 3,7% dizem conhecer a dengue apenas pelo nome. A maioria (54,5%) possui algum nível de informação parcial: 9,9% conhecem apenas noções gerais, 25,8% reconhecem os sintomas e 18,8% estão familiarizados com o tratamento.

Alta percepção de risco, mas prevenção ainda desigual

As mulheres demonstram estar mais informadas: 43,7% dizem ter conhecimento completo sobre a dengue, contra 38,6% dos homens. A diferença também se reflete no conhecimento sobre Zika e chikungunya: entre os homens, os percentuais caem para 23,1% e 22,5%, respectivamente, enquanto a média feminina se mantém em 27%.

E, de fato, a falta de informação se torna ainda mais evidente quando o foco recai sobre outras enfermidades transmitidas por mosquitos. Apenas 27% dos brasileiros afirmam ter informações completas sobre Zika e 25% sobre chikungunya, ambas arboviroses associadas ao Aedes aegypti. No caso da malária, cuja transmissão ocorre pelo mosquito Anopheles, apenas 18% se consideram bem-informados, enquanto 22% dizem conhecer a doença apenas pelo nome.

A pesquisa revela que quase 70% dos brasileiros se preocupam com doenças transmitidas por mosquitos o tempo todo, e não apenas durante surtos ou no verão, quando a proliferação de mosquitos é mais comum. No entanto, essa preocupação nem sempre se traduz em ações concretas, como o uso correto de repelentes ou a eliminação de criadouros.

Os dados da pesquisa são um alerta claro: o contato com a doença é alto, mas a informação para prevenção ainda não é satisfatória. A boa notícia é que há caminhos possíveis e acessíveis para melhorar esse cenário, como a disseminação de conhecimento sobre as doenças e os cuidados necessários, e a adoção de medidas simples, porém eficazes, que começam dentro de casa e se multiplicam nas comunidades.

¹Pesquisa encomendada pela SC Johnson e conduzida de forma independente com 1.067 brasileiros. Para participar, os indivíduos deveriam ter mais de 18 anos e ter utilizado repelente nos últimos 12 meses. Levantamento realizado online entre março e abril de 2025.

Estado do Rio alerta para incidência de arboviroses também no inverno

Criadouros do Aedes aegypti devem ser eliminados no inverno para evitar novas epidemias durante o verão

O Dia Mundial do Mosquito é uma boa oportunidade para reforçar a prevenção à dengue, chikungunya e zika, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, causador também da febre amarela urbana. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) adverte que, embora a incidência dessas doenças diminua durante o inverno, o período é oportuno para eliminar criadouros do mosquito.

Boa parte das pessoas associa a presença do mosquito ao verão e aos períodos de chuvas intensas. No entanto, os ovos do Aedes aegypti podem suportar longos períodos secos e as larvas surgirão quando a temperatura e a umidade estiverem mais altas.

Importante destacar que o período de inverno é uma oportunidade para reforçar as ações de eliminação dos criadouros do mosquito. Assim, reduzimos a possibilidade de aumento dos índices de infestação no verão, protegendo nossa população”, explica Mário Sérgio Ribeiro, subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde.

Registros de dengue, chycungunya e zika

Em  2025, até o momento, foram registrados, em todo o estado do Rio de Janeiro, 27.750 casos prováveis de dengue, com 1.113 internações e 17 óbitos. Em relação à chycungunya, foram registrados 1.693 casos prováveis, 78 internações e 5 óbitos. Não houve casos de zika foram descartadas ao longo de 2025, assim como aconteceu em 2024 e 2023. Os dados disponíveis no Monitora RJ estão sujeitos a alterações.

A febre amarela urbana

Além de dengue, chikungunya e zika, o Aedes aegypti transmite o vírus da febre amarela urbana. No entanto, o último registro da doença no país foi em 1942. Houve casos mais recentes de febre amarela silvestre, em áreas rurais e de mata. Neste caso, o vírus é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes.

Transmissor de oropouche não é mosquito

Diferente do que muita gente pode imaginar, o maruim, que transmite a febre oropouche, não é um mosquito, mas um inseto. A oropouche é, no entanto, uma arbovirose, assim como a dengue, a chikungunya e a zika. Arboviroses são doenças transmitidas por artrópodes, animais invertebrados entre os quais estão gafanhotos, aranhas, centopeias etc. O termo “arbovírus” deriva de “arthropod-borne virus”, que significa vírus transmitidos por artrópodes.

Campanha 10 minutos salvam vidas

O Governo do Estado convoca a população a manter permanentemente a campanha “10 minutos salvam vidas”, para combater o Aedes aegypti não somente nas residências, mas também em outros ambientes de vivência, como trabalho, lazer, estudo, religioso etc.

É importante verificar e eliminar focos em caixas d’água, calhas, galões, poços e locais que armazenam águas de chuva. Também podem estar em recipientes como pneus, pratos de xaxim, garrafas e baldes. Por isso se deve fazer uma checagem de dez minutos por semana, para evitar que esses locais se transformem em criadouros do mosquito.

As principais dicas para se manter protegido contra mosquitos

A SES-RJ recomenda guardar garrafas com a boca para baixo, ralos abertos devem ser vedados, bandejas de ar-condicionado e de geladeiras e congeladores devem ser inspecionadas; pratos de vaso de planta devem ser preenchidos com areia até a borda; lonas de cobertura devem ser esticadas, e as águas de piscinas e fontes devem ser tratadas com cloro.

Segundo a SC Johnson, além do uso do repelente, outras ações simples também ajudam a manter os mosquitos longe.

  • Use roupas claras, leves e que cubram a maior parte do corpo. Elas ajudam a proteger a pele e proporcionam conforto térmico.
  • Evite o uso de perfumes ou loções muito perfumadas. Alguns aromas podem atrair mosquitos.
  • Elimine os focos de água parada. Vasos de plantas, calhas, garrafas e outros recipientes devem estar sempre limpos e secos para evitar a proliferação de mosquitos

Dicas na hora de escolher e aplicar os repelentes

  • Escolha e use o produto ideal para você e sua família. Cada fórmula tem uma recomendação de uso, e, por isso, sempre leia o rótulo e siga as instruções do fabricante para garantir eficácia e segurança.
  • Aplique o repelente na pele exposta e sobre as roupas (não é necessário aplicar por baixo delas). Uma camada uniforme já é suficiente para garantir a proteção.
  • Se for usar protetor solar, aplique-o sempre primeiro. Depois que o protetor for absorvido pela pele, o repelente deve ser aplicado por cima.
  • Reforce a aplicação após o banho ou em caso de suor excessivo, ajudando a proteção se manter ativa ao longo do tempo.
  • Para aplicação no rosto, prefira espalhar com as mãos. Assim, você evita o contato direto do produto com olhos, boca e nariz. No caso de crianças, o ideal é que um adulto aplique primeiro nas mãos e, depois, espalhe na pele da criança.
  • Mesmo quem já está com sintomas deve usar o repelente. Isso evita que mosquitos piquem a pessoa infectada e transmitam o vírus para outras pessoas.
  • Evite aplicar o produto em excesso. Mais repelente não significa mais proteção — o uso correto é o que faz a diferença.
  • Evite o contato com olhos, boca, mucosas, cortes ou pele irritada. Em caso de contato acidental com os olhos, lave imediatamente com água em abundância.

Com Assessorias

 

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