Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças e adolescentes de até 14 anos permanecem em alta em todo o país após a volta às aulas. como já havia sido observado na semana anterior. É o que aponta a última edição do Boletim Infogripe, divulgado nesta quinta-feira (20), no Rio de Janeiro, pela Fiocruz. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 14, período de 9 a 15 de fevereiro. 
Na faixa etária, o crescimento de casos de SRAG está relacionado à volta às aulas, quando as crianças passam mais tempo em ambientes fechados e em maior contato, favorecendo a transmissão dos vírus respiratórios”, esclarece a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella.

A tendência de aumento nos casos na faixa etária até os 14 anoa atinge incidências de alta a moderada no Distrito Federal e no estado de Goiás, na região Centro-Oeste. Nesta região, as infecções por vírus sincicial respiratório (VSR), o que tem provocado aumento de casos de SRAG entre bebês de até 2 anos.

Geralmente, o VSR circula mais durante o inverno, mas somente este ano foram registrados mais de 460 casos de SRAG motivados pelo vírus em todo o país, com 16 mortes. Também foi observada uma elevação de casos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Sergipe.

Recomendação é usar máscara e não ir para a escola

porque alunos passam mais tempo em salas fechadas

No caso das crianças e adolescentes, a recomendação da Fiocruz é que os pais ou cuidadores que evitem levar as crianças para a escola, caso elas apresentem algum sintoma de síndrome gripal.

Se não for possível fazer esse isolamento com a criança e não tiver ninguém que possa cuidar dela dentro de casa até ela se recuperar, a gente recomenda que a criança ou adolescente vá para escola usando uma boa máscara, se for possível”, ressalta a pesquisadora.

Em relação aos idosos, diante desse quadro de aumento de casos de Covid-19 em algumas regiões do país, a especialista reforça a importância da vacinação contra o vírus, especialmente para as pessoas dos grupos prioritários, que precisam se vacinar todo ano ou até mesmo a cada seis meses, no caso dos idosos.

O uso de máscara é recomendado também para as pessoas que moram nos estados que apresentam aumento de casos de SRAG. A recomendação é usar máscaras principalmente em locais fechados, com maior aglomeração de pessoas, e também dentro dos postos de saúde”, diz.

O termo SRAG designa os casos de síndrome gripal que evoluem com comprometimento da função respiratória, geralmente exigindo hospitalização. Somente em 2025, já foram notificados 11.037 casos de SRAG, sendo 3.721 (33,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 4.091 (44,4%) negativos, e ao menos 1.573 (14,3%) aguardando resultado laboratorial.

Entre os casos positivos, 50,2% foram para Sars-CoV-2 (Covid-19), 20,2% para rinovírus; 12,4% para VSR; 6,6% para influenza A; 3% para influenza B.  Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 50.6% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 19,5% para rinovírus; 14,7% para VSR; 7% para influenza A; 2,1% para influenza B. 

Covid-19, a infecção viral mais letal

A covid-19 continua sendo a infecção viral mais letal: as mortes por SRAG este ano passam de 1 mil e mais de 81% dos óbitos com diagnóstico confirmado de algum vírus foram causados por covid-19. A maioria das vítimas eram idosos.

Em quatro estados, a pesquisa observou aumento de casos com sinais característicos de covid-19: Mato Grosso, Roraima, Sergipe e Tocantins. Neste último, chama a atenção a quantidade de ocorrências entre jovens e adultos.

O aumento de casos de SRAG entre idosos, com sinais característicos de Covid-19, se mantém nas regiões do Norte e Centro-Oeste do país (Mato Grosso, Rondônia e Tocantins), além de Sergipe. 

Além disso, sete unidades federativas apresentam níveis de alerta ou risco nas tendências de curto e longo prazo, independentemente da causa: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.

Já em outros estados do Norte (Amapá, Pará e Maranhão), as ocorrências de SRAG associados à Covid-19 seguem em desaceleração ou em início de queda.

Gráficos do InfoGripe.

 

Alerta para aumento da SRAG no DF e mais seis estados

Há um sinal aumento de SRAG nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Sete das 27 unidades federativas apresentam nível de atividade de SRAG em alerta ou risco até a Semana Epidemiológica 7: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Dentre essas unidades da federação, quatro também sinalizam crescimento de SRAG. São elas Distrito Federal, Goiás, Sergipe e Tocantins.

A atualização aponta que oito das 27 capitais sinalizam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco, nas últimas duas semanas – Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Palmas (TO), Teresina (PI) e Porto Velho (RO).  Entre elas, sete apresentam de crescimento de SRAG: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Palmas (TO), Teresina (PI). 

Da Agência Fiocruz, com Redação

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