Na faixa etária, o crescimento de casos de SRAG está relacionado à volta às aulas, quando as crianças passam mais tempo em ambientes fechados e em maior contato, favorecendo a transmissão dos vírus respiratórios”, esclarece a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella.
A tendência de aumento nos casos na faixa etária até os 14 anoa atinge incidências de alta a moderada no Distrito Federal e no estado de Goiás, na região Centro-Oeste. Nesta região, as infecções por vírus sincicial respiratório (VSR), o que tem provocado aumento de casos de SRAG entre bebês de até 2 anos.
Geralmente, o VSR circula mais durante o inverno, mas somente este ano foram registrados mais de 460 casos de SRAG motivados pelo vírus em todo o país, com 16 mortes. Também foi observada uma elevação de casos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Sergipe.
Recomendação é usar máscara e não ir para a escola
porque alunos passam mais tempo em salas fechadas
No caso das crianças e adolescentes, a recomendação da Fiocruz é que os pais ou cuidadores que evitem levar as crianças para a escola, caso elas apresentem algum sintoma de síndrome gripal.
Se não for possível fazer esse isolamento com a criança e não tiver ninguém que possa cuidar dela dentro de casa até ela se recuperar, a gente recomenda que a criança ou adolescente vá para escola usando uma boa máscara, se for possível”, ressalta a pesquisadora.
Em relação aos idosos, diante desse quadro de aumento de casos de Covid-19 em algumas regiões do país, a especialista reforça a importância da vacinação contra o vírus, especialmente para as pessoas dos grupos prioritários, que precisam se vacinar todo ano ou até mesmo a cada seis meses, no caso dos idosos.
O uso de máscara é recomendado também para as pessoas que moram nos estados que apresentam aumento de casos de SRAG. A recomendação é usar máscaras principalmente em locais fechados, com maior aglomeração de pessoas, e também dentro dos postos de saúde”, diz.
Entre os casos positivos, 50,2% foram para Sars-CoV-2 (Covid-19), 20,2% para rinovírus; 12,4% para VSR; 6,6% para influenza A; 3% para influenza B. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 50.6% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 19,5% para rinovírus; 14,7% para VSR; 7% para influenza A; 2,1% para influenza B.
Covid-19, a infecção viral mais letal
A covid-19 continua sendo a infecção viral mais letal: as mortes por SRAG este ano passam de 1 mil e mais de 81% dos óbitos com diagnóstico confirmado de algum vírus foram causados por covid-19. A maioria das vítimas eram idosos.
Em quatro estados, a pesquisa observou aumento de casos com sinais característicos de covid-19: Mato Grosso, Roraima, Sergipe e Tocantins. Neste último, chama a atenção a quantidade de ocorrências entre jovens e adultos.
O aumento de casos de SRAG entre idosos, com sinais característicos de Covid-19, se mantém nas regiões do Norte e Centro-Oeste do país (Mato Grosso, Rondônia e Tocantins), além de Sergipe.
Além disso, sete unidades federativas apresentam níveis de alerta ou risco nas tendências de curto e longo prazo, independentemente da causa: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.
Já em outros estados do Norte (Amapá, Pará e Maranhão), as ocorrências de SRAG associados à Covid-19 seguem em desaceleração ou em início de queda.
Alerta para aumento da SRAG no DF e mais seis estados
Há um sinal aumento de SRAG nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Sete das 27 unidades federativas apresentam nível de atividade de SRAG em alerta ou risco até a Semana Epidemiológica 7: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Dentre essas unidades da federação, quatro também sinalizam crescimento de SRAG. São elas Distrito Federal, Goiás, Sergipe e Tocantins.
A atualização aponta que oito das 27 capitais sinalizam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco, nas últimas duas semanas – Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Palmas (TO), Teresina (PI) e Porto Velho (RO). Entre elas, sete apresentam de crescimento de SRAG: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Palmas (TO), Teresina (PI).
Da Agência Fiocruz, com Redação