Depois de receber em seu consultório muitas mulheres com dúvidas sobre a endometriose, o ginecologista Marco Aurélio Pinho de Oliveira resolveu escrever um livro sobre o assunto. “Endometriose Profunda — o que você precisa saber” surge como uma das primeiras publicações a tratar de forma simples sobre a doença, que já atinge aproximadamente 7 milhões de mulheres apenas no Brasil.
Em forma de perguntas e respostas, o livro explica, por exemplo, quais as razões de a endometriose profunda causar infertilidade, o papel da alimentação no desenvolvimento da enfermidade, bem como os sintomas mais frequentes e os tratamentos disponíveis. Chefe do Ambulatório de Endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto e professor da Faculdade de Medicina da Uerj, ele fala mais sobre o assunto no Canal ViDA & Ação no Youtube.
“A endometriose não é tão conhecida quanto outras doenças. Há informações disponíveis, mas elas costumam estar dispersas ou em linguagem inacessível. Além disso, é difícil para o público ter certeza se o que está lendo é confiável ou não. A proposta do livro é justamente sanar essas dúvidas”, afirma o médico.
Segundo ele, a endometriose é um processo inflamatório decorrente do crescimento das células do endométrio, que reveste o interior do útero, em outras regiões do organismo. Diversos órgãos do sistema reprodutivo e até mesmo o intestino e a bexiga podem ser acometidos. O problema pode causar cólicas menstruais intensas e dor nas relações sexuais, bem como ao evacuar e urinar. A infertilidade é outra queixa bastante comum.
Diagnóstico e tratamento
O desconhecimento sobre a doença, aliado a sintomas muitas vezes ignorados pelos profissionais de saúde, facilita que muitas portadoras convivam com os sintomas por 8 a 10 anos até descobri-lo. Mas uma ressonância magnética ou a ultrassonografia com preparo intestinal são as principais formas de diagnosticar o problema.
Se a análise clínica e por imagem sugerir endometriose, o tratamento pode ser feito inicialmente com contraceptivos hormonais de uso contínuo — modalidade eficaz porque as dores são mais intensas no período menstrual. Já as mulheres que não responderem positivamente devem ser submetidas à laparoscopia, procedimento cirúrgico minimamente invasivo que permite a retirada completa dos focos.
“A vontade de engravidar é outro aspecto importante. Aquelas que desejam ter filhos têm duas alternativas: a cirurgia por laparoscopia ou a fertilização in vitro, especialmente indicada quando a doença não é muito extensa e a paciente não sentir dores”, complementa Marco Aurelio.
Dicas para controlar
Embora não seja possível evitar a endometriose, existem estratégias capazes de reduzir as chances de a doença se desenvolver e agravar. Adotar uma dieta balanceada é uma delas. Veja algumas orientações presentes no livro:
1) Para cozinhar, substitua óleos hidrogenados por óleo de coco extra-virgem.
2) Substitua sal comum por sal marinho.
3) Evite temperos prontos e sucos de caixinha.
4) Prefira frutas inteiras a sucos naturais. Se consumida sem as fibras, a frutose aumenta o estresse oxidativo do corpo, o colesterol, os triglicerídeos e a resistência à insulina — o que pode alterar o metabolismo da glicose.
5) Reduza açúcares e farinhas brancas.
6) Evite adoçantes. A stevia (planta com capacidade adoçante) pode ser usada.
7) Priorize alimentos que minimizam a resposta inflamatória do organismo, como hortaliças, carnes magras, atum, salmão, bacalhau, ovos, queijo cottage, azeite de oliva e óleo de coco, feijões, sementes de girassol/abóbora/linhaça, amêndoas (sem sal), castanhas do pará e de caju, abacate, limão, uva e goiaba.
Colaboração: Magic | RM Comunicação Estratégica