A frase “o cão é o melhor amigo do homem” é mais do que um clichê, sendo uma realidade compartilhada por milhões de pessoas. Esses companheiros fiéis, que nos acompanham ao longo de toda a vida, merecem cuidados especiais à medida que envelhecem. Por isso, neste 1º de outubro, Dia Internacional da Pessoa Idosa e também o Dia do Cão Idoso, é a oportunidade para reforçar a importância de garantir que os cães mais velhos possam desfrutar de uma vida confortável e saudável na chamada “melhor idade”.

Um estudo de referência realizado pela Purina em seu centro de pesquisa dedicado a avançar o conhecimento sobre a nutrição animal, revelou que uma dieta adequada é um dos fatores mais importantes para prolongar a vida saudável dos cães. Ao monitorar 48 Labradores Retrievers durante toda a vida, os pesquisadores descobriram que manter uma condição corporal ideal desde filhote e durante toda a vida pode melhorar a expectativa de vida e os parâmetros de saúde em cães.

Na pesquisa, os cães alimentados com 25% menos calorias do que seus companheiros, viveram, em média, 1,8 anos a mais – o equivalente a 15% de expectativa de vida. Além disso, esse controle alimentar retardou o aparecimento de doenças crônicas, como a osteoartrite, sem prejudicar o desenvolvimento esquelético ou o metabolismo. Esses resultados ressaltam o impacto significativo que uma nutrição equilibrada pode ter no bem-estar e na longevidade dos cães.

“Assim como os humanos, os cães também enfrentam mudanças significativas à medida que envelhecem. Por isso, é fundamental que os tutores estejam atentos às necessidades específicas dessa fase da vida.  Fatores como o porte do cão influenciam diretamente na determinação da idade ideal para ajustes na alimentação, o que pode ajudar a minimizar os efeitos do envelhecimento e manter a vitalidade por mais tempo. Os avanços na medicina e na nutrição ajudaram a aumentar as expectativas de vida de animais de estimação e pessoas, mas viver mais é melhor se esses anos adicionais também forem saudáveis.”, explica Luciana Pellegrino, médica veterinária da Purina.

Outra pesquisa demonstrou que uma intervenção precoce por meio de uma nutrição direcionada utilizando triglicerídeos de cadeia média (TCMs ou MCTs pela sua sigla em inglês) acrescido de outros nutrientes pode ajudar a dar suporte à função cerebral de cães à medida que eles envelhecem.

Assim, a meia-idade é o momento certo para que os tutores e os médicos veterinários tracem um plano adequado e conversem sobre o envelhecimento, os sinais de um envelhecimento anormal e as estratégias para promover a saúde cerebral.

Com intervenções nutricionais focadas podemos conseguir mitigar as reações em cadeia que levam às alterações irreversíveis que causam o declínio cognitivo. Combinações de determinados nutrientes podem fornecer benefícios adicionais além daqueles obtidos com a suplementação com um único nutriente.” explica a Dra. Luciana.

Além de uma alimentação adequada, é crucial oferecer aos cães idosos outros cuidados que contribuam para a manutenção de sua qualidade de vida. A prática de exercícios regulares, como caminhadas leves e brincadeiras adaptadas, é essencial para manter a mobilidade e fortalecer os músculos. Cães idosos também se beneficiam de atividades mentais, como brinquedos interativos, que estimulam o cérebro e que podem ajudar a retardar o declínio cognitivo.

Não podemos esquecer, também, da saúde bucal: a escovação regular dos dentes e o uso de produtos específicos são fundamentais para evitar o acúmulo de tártaro e doenças nas gengivas, problemas frequentes em cães mais velhos.

Orientações da veterinária

Para apoiar os tutores nessa fase da vida dos seus pets, Dra. Luciana Pellegrino também compartilha algumas orientações fundamentais, que envolvem desde a escolha da alimentação ideal até cuidados diários, garantindo que os cães idosos recebam a atenção e o carinho necessários para viverem com saúde e bem-estar.

  • Adapte à alimentação às novas necessidades

Com o passar dos anos, o metabolismo dos cães se torna mais lento, resultando em menor necessidade calórica. Alimentos formulados para cães sêniores, com níveis adequados de proteína e gordura e outros nutrientes, ajudam a manter a massa muscular magra e evitam o ganho de peso excessivo.

  • Promova a saúde cognitiva

O envelhecimento pode levar a um declínio cognitivo, afetando a memória e a capacidade de aprendizagem dos cães. Além de fornecer um ambiente enriquecido cognitivamente aos cães, com oportunidades para que eles possam utilizar a energia mental para brincar, cheirar, buscar, entre outras atividades, considere conversar com o médico veterinário sobre fornecer um alimento que tenha nutrientes com benefícios adicionais a saúde cerebral.

  • Mantenha o peso para prevenir problemas articulares

Cães idosos têm maior predisposição ao ganho de peso, o que pode sobrecarregar as articulações e aumentar o risco de osteoartrite e reduzir a expectativa de vida. Oferecer dietas especificas para cães seniores ricas em ácidos graxos ômega-3, como o EPA, pode apoiar a saúde e a mobilidade das articulações, além de reduzir inflamações.

  • Realize check-ups veterinários regulares

Consultas periódicas ao médico veterinário são essenciais para identificar precocemente problemas comuns relacionados à idade, como doenças cardíacas, renais e articulares. Uma nutrição adequada, aliada a exames regulares, pode prevenir o avanço dessas condições.

  • Adapte o ambiente e mantenha uma rotina de atividades leves

Cães idosos podem apresentar dificuldades para se locomover e se adaptar a mudanças. Proporcione um ambiente seguro, com rampas em vez de escadas, materiais antiderrapantes para os pisos mais escorregadios e ofereça atividades físicas leves, como caminhadas curtas, que ajudem a manter a mobilidade e estimulem o bem-estar geral.

Com essas orientações e visitas regulares ao médico veterinário é possível proporcionar aos cães uma vida longa, ativa e feliz.

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