A semana dedicada ao Dia Mundial da Saúde Sexual (4/9) e ao Dia do Sexo (6/9) acende o alerta para o comportamento dos brasileiros na intimidade. O sexo casual é uma prática comum e cada vez mais aceita. Segundo levantamento do Sexlog, a maior rede social de sexo e swing do Brasil, dos mais de 29 mil entrevistados, 85% já tiveram relações casuais, sendo que 87% afirmam se sentir satisfeitos e felizes após a experiência.
Mas essa liberdade sexual está, de fato, associada ao bem-estar e à autoestima? A terapeuta sexual Thais Plaza explica que a relação entre sexo casual e autoestima depende de diversos fatores, como a forma como cada pessoa se relaciona com seu próprio corpo, desejos e limites.
O sexo casual por si só não é algo que fortalece ou diminui a autoestima de alguém. O que realmente faz a diferença é a consciência que essa pessoa tem sobre suas experiências. Para quem vê o sexo casual como uma forma livre e espontânea de prazer, essa prática pode ser altamente positiva. No entanto, para aqueles que criam expectativas ou sentem frustração ao não desenvolver um vínculo emocional, a experiência pode ser um gatilho para inseguranças”, afirma.
As motivações para o sexo casual
De acordo com os dados do Sexlog, a principal motivação para o sexo casual é o prazer e a diversão (88%). No entanto, 8% dos entrevistados afirmam buscar uma conexão emocional momentânea, o mesmo número se repete entre aqueles que veem essa prática como uma alternativa à falta de um relacionamento fixo.
A terapeuta sexual reforça que é essencial alinhar expectativas e praticar a autorresponsabilidade afetiva: “O importante é perceber se existe coerência entre o que a pessoa deseja e o que ela vive. Dessa forma, a experiência pode ser mais positiva e menos frustrante”.
Para a CMO do Sexlog, Mayumi Sato, os resultados da pesquisa mostram que o sexo casual se tornou mais aceito socialmente, com 66% dos entrevistados afirmando que há uma aceitação maior hoje do que anos atrás. “Vivemos uma era de mais liberdade sexual e menos tabus, e o sexo casual faz parte dessa mudança de mentalidade. Mas para que ele seja uma experiência prazerosa, é essencial que os envolvidos estejam na mesma sintonia e conscientes de seus desejos”, comenta.
Os usuários da plataforma também compartilham suas experiências e percepções sobre encontros casuais. Cah*, que está no meio liberal há oito anos, relata que o sexo casual faz parte do estilo de vida dela e pode, eventualmente, evoluir para algo mais sério.
Depende de muitos fatores, mas, no geral, sexo casual é sempre bem-vindo”, diz. Já Amynus*, ressalta que, apesar de ser uma experiência prazerosa, algumas pessoas buscam mais do que apenas troca de prazer. “O problema é que muita gente quer algo a mais, o que deveria acontecer naturalmente”, afirma.
O envolvimento emocional, aliás, é um ponto de atenção. Para 57% dos entrevistados, o sexo casual pode, às vezes, levar a sentimentos mais profundos. Daniel* viveu isso na prática: após anos de amizade, ficou com uma amiga e, apesar de deixar claro que não queria envolvimento, percebeu que ela criou sentimentos inesperados. “Ela dizia que não se apaixonaria, mas depois começou a sofrer com a situação, então precisei me afastar”, conta.
Diferentes percepções entre as gerações
Outro ponto relevante é a diferença geracional e de gênero na percepção sobre sexo casual. Segundo a pesquisa do Sexlog, os mais jovens, especialmente aqueles entre 18 e 25 anos, veem o sexo casual como algo natural e inserido no contexto de liberdade sexual, com 72,4% dessa faixa etária afirmando que não associam a prática a culpa ou arrependimento. Já entre os entrevistados acima dos 45 anos, 39,1% relataram que, apesar de praticarem, ainda sentem resquícios de julgamento social.
Mulheres enxergam melhora na autoestima
Em relação ao gênero, 68,3% das mulheres afirmam que o sexo casual melhora a autoestima e o autoconhecimento, enquanto entre os homens, esse percentual sobe para 74,5%, sendo que muitos associam a prática a uma reafirmação de sua sexualidade. Esses dados mostram que, apesar da crescente aceitação, diferentes fatores influenciam a forma como cada grupo encara o sexo casual.
A pesquisa do Sexlog indica que, para a maioria, o sexo casual é uma experiência positiva. Mas o segredo para que ele funcione sem arrependimentos ou frustrações está na clareza de intenções, na responsabilidade afetiva e na liberdade para vivê-lo sem culpa ou imposições sociais. Afinal, como aponta Thais Plaza, “o empoderamento surge quando a pessoa entende que tem o direito de viver o próprio prazer sem justificativas ou culpas”.
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Casais e solteiros experientes explicam como se destacar com respeito, paciência e boas conversas
O Dia do Solteiro, comemorado em 15 de agosto, é uma oportunidade de celebrar a liberdade, a autonomia e as múltiplas formas de se relacionar. No universo dos encontros, especialmente no meio liberal, ser solteiro não significa estar sozinho, e sim aberto a novas conexões, experiências e amizades.
Segundo Gustavo Ferreira, head de marketing do Ysos, aplicativo para quem busca relações não-monogâmicas, os comportamentos respeitosos são o que diferenciam solteiros bem-vindos pelos casais daqueles que não chamam atenção.
O meio liberal é pautado pelo diálogo, consentimento e respeito. Solteiros que compreendem isso não apenas vivem experiências mais ricas, mas também ajudam a fortalecer a comunidade, tornando-a mais segura e acolhedora.”
Mas nem tudo são flores. Embora os relacionamentos liberais sejam reconhecidos por sua comunidade engajada e pelas boas práticas de convivência, ainda é comum encontrar solteiros curiosos ou inexperientes que não sabem se portar, seja na abordagem inicial ou durante o encontro. Para entender como evitar gafes e tornar-se um convidado bem-vindo no meio liberal, o Ysos conversou com quem costuma se dar bem nas interações.
O que os casais têm a dizer
Para Cezar e Reh, que estão há mais de uma década no meio liberal, a principal dica para solteiros é simples: educação e paciência. “Não tem jeito, a única possibilidade do solteiro ser bem-vindo é ter respeito e educação, que é o que a grande maioria dos casais busca”, diz Reh. Segundo eles, muitos solteiros pecam na pressa, não leem os perfis e partem para abordagens genéricas ou invasivas.
O casal reforça que um bom papo é mais valioso do que um corpo bonito. “Gostamos de sintonia. O que afasta é o desespero e o desrespeito às regras do casal”, afirma Cezar. Para eles, o Ysos se destaca por ter uma comunidade mais consciente, graças às ações educativas e ao blog do app, que ajuda novos usuários a entenderem melhor a etiqueta do meio.
Já Alex e Janaina, conhecidos como Casal Libido, destacam a importância de tratar o casal como uma unidade. “Quando a pessoa chega falando apenas com um dos dois, já se afasta do nosso interesse. Um bom perfil, conversa respeitosa e paciência contam muito”, comenta Janaina. Eles lembram ainda que cada casal tem suas regras e dinâmicas próprias, por isso não existe uma fórmula única para agradar.
A visão de um solteiro que sabe jogar
Gabriel, solteiro há 11 anos e usuário do Ysos há três, também aprendeu com os erros. No começo, era afobado e conversava com muitas pessoas ao mesmo tempo, acreditando que isso aumentaria as chances. Com o tempo, percebeu que qualidade de interação é mais importante que quantidade. “Ler o perfil antes de puxar conversa e ter um bom papo faz toda a diferença. Um ‘não’ ou a falta de resposta fazem parte, e respeito é a base de tudo”, afirma.
Para ele, os maiores erros dos solteiros são não respeitar as regras do casal, achar que a mulher é “obrigada” a sair com ele ou não conhecer a etiqueta de eventos liberais. “O meio é sobre liberdade e prazer sem culpa, mas isso exige maturidade e empatia.”
Dicas para não ser um solteiro sem noção no meio liberal
- Leia o perfil antes de iniciar contato: Evite perguntas já respondidas e mostre interesse genuíno.
- Respeite as regras do casal: Cada relacionamento tem seus limites, e eles precisam ser respeitados.
- Não seja afobado: A pressa pode afastar oportunidades valiosas.
- Trate todos com educação: Gentileza e cordialidade são sempre atraentes.
- Tenha um perfil completo: Fotos adequadas e informações detalhadas aumentam as chances de conexão.
- Seja paciente: Conquistar confiança leva tempo.
- Não objetifique: Lembre-se que todos estão ali para compartilhar prazer, não para serem usados.
- Valorize a conversa: A química começa no diálogo.
- Aceite um “não”: É parte do jogo.
- Priorize segurança e consentimento: São os pilares de qualquer interação saudável.
Com Assessorias




