No dia em que a Itália registrou 475 mortes pelo novo coronavírus, o maior já registrado em um país num só dia, o Brasil viu subir para 428 o número de casos confirmados do Covid-19, de acordo com as informações repassadas pelos estados ao Ministério da Saúde nesta quarta-feira (18). Até o momento, quatro mortes estão confirmadas, todas no Estado de São Paulo. Estão em investigação 11.278 casos suspeitos e outros 1.841 já foram descartados.
No Estado do Rio, são 63 casos confirmados, a maioria (55) na capital, seguidas de Niterói (6), Barra Mansa (1) e Guapimirim (1). As capitais Rio e São Paulo registram casos de transmissão comunitária, quando não é identificada a origem da contaminação. Com isso, o país entra em uma nova fase da estratégia brasileira, a de criar condições para diminuir os danos que o vírus pode causar à população por meio da prevenção.
Alguns países também declararam emergência, como Portugal e Chile. O Reino Unido fechou as escolas – metade dos estudantes do planeta, segundo a Unesco, já está sem aulas. A boa notícia do dia é que em 24 horas não foi registrado nenhum caso de transmissão na China, o que reforça a percepção de que a doença está desacelerando desde que começou a pandemia.
No Rio de Janeiro, bandeiras de mais de 150 países foram estendidas no Cristo Redentor, em homenagem às nações que já foram contaminadas pela pandemia mundial. O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, e o reitor do Santuário, Padre Omar Raposo, celebraram uma cerimônia aberta a poucos jornalistas.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que as ações realizadas pelo Brasil para o enfrentamento ao coronavírus são semelhantes às de países desenvolvidos, como a Inglaterra.
Nós estamos muito atentos a como o mundo está conduzindo essa situação e esperamos passar por essa pandemia estressando ao mínimo o sistema de saúde, mas sabendo que podemos ter momentos em que medidas de maior restrição venham a ser necessárias”, destacou o ministro.
Ele ainda ressaltou a importância do trabalho dos profissionais de saúde. “A saúde sabe do tamanho do enfrentamento deste desafio. Todos os profissionais de saúde do Brasil estão convocados para trabalharem na linha de frente. Esse setor, em um momento como esse, é extremamente importante para nós”, concluiu.
Capacitação de laboratórios
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, esteve em Belém (PA), nesta quarta-feira (18), para encerramento da capacitação dos 27 laboratórios públicos do país. Na ocasião, o secretário afirmou que as medidas para enfrentamento ao coronavírus são de responsabilidade de todos.
“Estamos sendo testados o tempo todo de um desafio que é mundial e o Brasil tem se mostrado capaz, mesmo sendo um país que é continental. Fazemos parte de uma única equipe e estamos fazendo esse trabalho a várias mãos, discutindo com os estados e com os municípios”, observou.
Para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar as mãos com água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas.
Para manter a população informada a respeito do novo coronavírus, o Ministério da Saúde atualiza diariamente, os dados na Plataforma IVIS, com números de casos descartados e suspeitos, além das definições desses casos e eventuais mudanças que ocorrerem em relação a situação epidemiológica.
Compra de equipamentos de proteção no Rio
No Rio, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informa que providenciou a compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para abastecer unidades que receberão vítimas do Novo Coronavírus (Covid-19). O objetivo é atender pacientes em estado grave e a força de trabalho da saúde.
Até o momento, foram adquiridos 1,5 milhão de máscaras cirúrgicas, 150 mil máscaras de proteção, 300 mil óculos de proteção e 600 mil aventais, além gorros cirúrgicos e luvas de proteção. As entregas serão feitas pelos fornecedores seguindo solicitação da SES.
De acordo com o Ministério da Saúde, o uso da máscara de proteção é recomendado a quem tem sintomas respiratórios, como tosse, espirros ou dificuldades em respirar. Ainda segundo o MS, a utilização serve para evitar a transmissão no coronavírus para as pessoas ao seu redor e no momento em que for procurar o atendimento médico.
A máscara também é indicada para profissionais e familiares que prestam atendimento aos indivíduos com suspeita ou confirmação de coronavírus. No caso dos profissionais da saúde, eles devem utilizar a máscara ao entrar em uma sala com pacientes ou quando for tratar um indivíduo com sintomas respiratórios.
Reforço meu pedido à população assintomática: seja solidária e deixe esse material disponível nas prateleiras para quem realmente precisa, pois o uso indiscriminado desses equipamentos não garante a proteção”, disse o secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos.
Com Assessorias