Diariamente, o município de São Paulo produz, em média, 12 mil toneladas de lixo domiciliar. Por ano, são gerados mais de 3,6 milhões de toneladas de resíduos. Esses números colocam a cidade no topo do ranking das que mais geram lixo no País. O volume poderia cobrir até 53 metros de altura de toda a Avenida Paulista.

Diante deste enorme desafio, a coleta seletiva de lixo representa um avanço para o meio ambiente, pois contribui para a reciclagem e reaproveitamento de numerosos materiais, incluindo o plástico, cujo descarte na natureza e nos oceanos representa um grande dano para os ecossistemas. Entretanto, apenas 7% dos resíduos coletados são reciclados, apesar de que, tecnicamente, 40% do lixo poderiam passar por esse procedimento.

Apenas 22% dos municípios brasileiros têm programas de coleta seletiva, o que mostra que o país ainda está longe de ter uma capacidade desejável de reciclar cerca de 78 milhões de toneladas do lixo que produz anualmente, segundo levantamento da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). Deste montante, 75% dos brasileiros não separam o seu montante por falta de informação.

Além da reciclagem, é importante que cada cidadão cumpra a sua parte. Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho,  e ao Dia Nacional da Reciclagem, celebrado na mesma data, ViDA & Ação traz uma lista de 10 procedimentos e atitudes que cada cidadão pode e deve adotar para contribuir com a coleta de resíduos.

A primeira e mais importante atitude sustentável é não sujar e não atirar resíduos, papéis, latas de refrigerantes, garrafas, embalagens e entulhos nas ruas, terrenos baldios e praças.

O saco de lixo deve ser colocado na calçada duas horas antes da passagem do caminhão.

Se o caminhão passa à noite, o saco pode ser deixado na calçada a partir das 18 horas.

O saco plástico de resíduos colocado sobre o portão, na rua ou sobre muretas, dificulta a coleta e frequentemente arrebenta, causando sujeira. O correto é deixá-lo na calçada ou em um lugar de fácil acesso para o coletor e fora do alcance de animais.

Os resíduos não podem ficar descobertos se forem colocados na rua fora do horário de coleta, ficando expostos à chuva, ao sol e à manipulação de animais.

Utilize um saco exclusivo para descartar os resíduos comuns.

Aproveite bem o saco, mas não o encha até a boca. Deixe um espaço para que ele possa ser amarrado com firmeza.

Antes de descartar o resíduo, remova o excesso de água e de outros líquidos.

Embrulhe os cacos de vidros, lâmpadas quebradas ou objetos pontiagudos em folhas de jornais e sinalize para o coletor escrevendo “vidro”, antes de descartá-los. Isso evitará acidentes durante o manuseio e no transporte do saco.

Use o bom senso. Para colaborar com o trabalho dos coletores, quando os sacos estiverem muito pesados, divida-os em embalagens plásticas resistentes.

No trânsito, colabore com o trabalho dos coletores, evitando pressionar a passagem quando o caminhão da Loga estiver na frente, tendo cuidado com o movimento dos coletores, evitando acidentes e respeitando o seu trabalho.

Akatu lança especial sobre Reciclagem

O impacto positivo do descarte adequado de resíduos, como embalagens e sobras de alimentos, é o foco do material preparado para marcar o Dia do Meio Ambiente e Dia Nacional da Reciclagem (5/6) pelo Instituto Akatu, organização não governamental sem fins lucrativos que trabalha pela mobilização da sociedade para o consumo consciente.

O tema dos Resíduos vem ganhando maior destaque na mídia, principalmente em função das recentes discussões sobre economia circular e sobre os resíduos plásticos nos oceanos. Para trazer ainda mais luz sobre o assunto, o Akatu divulga o volume de resíduos gerado pelos brasileiros, os materiais mais descartados, os impactos sociais e ambientais do descarte inadequado, além de orientar as pessoas a aplicar os 4 Rs – Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

O especial do Akatu reúne estudos sobre o tema realizados por diferentes instituições, além de apontar caminhos para que o consumidor faça o descarte adequado. Confira neste link as principais dificuldades da reciclagem no Brasil e dicas de como fazer o descarte adequado.

Coleta seletiva em São Paulo

A coleta seletiva é um sistema de recolhimento de materiais como papéis, plásticos, vidros e metais, que podem ser reutilizados ou reciclados. O reaproveitamento proporciona economia de matéria-prima, minimiza a quantidade de resíduos que seriam depositados no aterro sanitário e contribui para o desenvolvimento sustentável.

“Não há por que atirar objetos nos logradouros públicos ou em espaços comuns de condomínios. Uma postura de cidadania e respeito ao direito de todos a um meio ambiente saudável é uma grande contribuição à qualidade da vida urbana”, afirma Valnei Souza Nunes, presidente da Loga – Logística Ambiental de São Paulo, responsável pela coleta, tratamento e destinação correta dos resíduos sólidos e de saúde na Região Noroeste da capital paulista.

O Movimento Recicla Sampa visa ampliar a coleta seletiva na cidade de São Paulo. Trata-se de parceria entre a Loga e a EcoUrbis, concessionárias de limpeza urbana, com apoio institucional da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb). A meta é reduzir em 500 mil toneladas de resíduos enviados aos aterros sanitários municipais durante quatro anos, conforme o Plano de Metas da Prefeitura de São Paulo para 2020.

Ação em colégio de Brasília

Em 5 de junho comemora-se o Dia Nacional da Reciclagem, criado há 10 anos pela Lei no 12.055 de 2009. Embora a data vise a conscientizar a população sobre o tratamento correto do lixo, 66% dos brasileiros afirmam saber pouco ou nada sobre a coleta seletiva segundo pesquisa de 2018 do Ibope. Projetos de conscientização são, portanto, essenciais para educar a população e aumentar a porcentagem do lixo que é reciclada corretamente.

Em Brasília, o Projeto Fênix – realizado pelo Centro Universitário IESB – promove ações de conscientização em escolas e de qualificação técnica junto a três cooperativas de catadores da capital. O objetivo é aproximar os catadores da sociedade e divulgar boas práticas que ajudam na coleta seletiva. Além disso, os catadores recebem treinamentos sobre direitos sociais, segurança no trabalho e outros temas.

“Nós levamos para a discussão assuntos pertinentes a esses profissionais. Por exemplo, levamos o pessoal do curso de Enfermagem para falar sobre segurança e as doenças que podem surgir se não houver uma proteção adequada”, diz a coordenadora do curso de Serviço Social do IESB, Fernanda Scalzavara. “Paralelamente a isso, por pedido das próprias cooperativas, nós levamos ações de conscientização para escolas com uma metodologia bem didática, como se fosse um jogo”, continua.

O Projeto Fênix possui o selo Cátedra Unesco sobre os Desafios Sociais Emergentes e leva membros das cooperativas para ensinar aos estudantes como descartar corretamente o lixo, o que pode ou não ser reciclado e como lidar com materiais perigosos – como vidro – para evitar ferimentos aos catadores. As ações acontecem todos os semestres e, no mês passado, uma delas foi realizada na Escola Classe 209 Sul.

Da Redação, com Assessorias

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