Até a tarde deste sábado (21/3), em todo o Brasil, o número de casos de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, subiu de 904 para 1.128 nas últimas 24 horas. O número de mortes aumentou de 11 para 18, , divulgou o Ministério da Saúde, com base em informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde até às 16h. Das 27 unidades da Federação, apenas o Estado de Roraima não tem nenhum caso confirmado até o momento.

O Maranhão registrou hoje a primeira ocorrência da doença, detectada em um viajante que chegou de outro estado. A maior concentração está na Região Sudeste, com 642 casos, sendo 459 em São Paulo (3,3%), onde 15 pessoas morreram e pelo menos 30 estão internadas em estado grave. As outras três vítimas fatais são no Estado do Rio de Janeiro, que tem 119 casos (2,5%).  Em seguida, a região Nordeste, que soma 168 casos, a região Sul, com 154 casos, o Centro-Oeste com 138 e a região Norte, com 26.

Pelo segundo dia seguido, o Ministério da Saúde não divulgou o número de casos suspeitos no Brasil. Na última informação a respeito, estes passavam de 8 mil somente no Rio. Até sexta-feira (20), eram 1.701 casos suspeitos, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde.  O secretário executivo do MS, João Gabbardo dos Reis, explicou que o reconhecimento de transmissão comunitária (quando não é mais possível traçar a origem da contaminação) em todo o país fez o conceito de casos suspeitos perder o sentido.

“Estamos numa situação em que já está caracterizada a transmissão comunitária. Agora qualquer brasileiro que apresentar síndrome gripal pode ser considerado um caso suspeito, por isso não faz mais nenhum sentido divulgar esse número. Não precisa ter viajado ao exterior ou ter contato com conhecido”, justificou Gabbardo.

Assim como a Organização Mundial de Saúde (OMS) faz, passam a ser divulgados apenas casos confirmados, óbitos e índice de letalidade. A taxa de letalidade pela doença no Brasil, por enquanto, é de 1,6%, enquanto no mundo, está acima de 3,5%. De acordo com o secretário de Vigilância Epidemiológica, Wanderson Oliveira, ainda é cedo para ter nível de confiabilidade nesse dado, já que a doença ainda não chegou à curva de crescimento, que deve atingir seu maior pico no final de abril. A tendência, pelas análises de especialistas, é que o país tenha uma explosão de casos no final de abril, o que pode levar a um colapso na rede de saúde.

REGIÃOCASOSPORCENTAGEM
Norte262,3%
Nordeste16814,9%
Sul15413,7%
Sudeste64256,9%
Centro-Oeste13812,2%
TOTAL:1.128 casos

Subnotificação reforça necessidade de isolamento social

De acordo com o Ministério da Saúde, o volume de casos assintomáticos chega a 80%, por isso as medidas de distanciamento social são importantes. “Nem sempre esses casos são suspeitos de coronavírus entram nos hospitais com quadro de pneumonia e bastante complexos. Nos casos graves ou que evoluem para óbito, estamos investigando todos os casos, estamos no começo de um período ainda de aumento de casos leves, moderados e graves. Precisamos acompanhar por mais algum tempo para saber se essa subnotificação é elevada ou mais baixa”, disse o secretário.

Segundo ele, as medidas de distanciamento social não são tão restritivas. Ele ainda explica que o isolamento social é uma medida não farmacológica para conter o avanço do novo coronavírus, enquanto o isolamento dos pacientes e dos familiares é uma medida de separação, para evitar o contágio direto de outras pessoas. Em ambas, não há segurança, guarita, controle de entrada e saída como medida de restrição.

Muitas pessoas precisam descer com animal para fazer necessidades. A recomendação é evitar aglomeração na rua, fazer exercício de manter a distância das pessoas, lavar as mãos com frequência, se possível usar álcool em gel e cobrir a boca ao tossir ou espirrar. Deve-se também ter cuidado no elevador: se vier com quatro ou cinco pessoas, deve-se aguardar e esperar outra oportunidade. Se vai a parque lotado de pessoas para fazer caminhada ou corrida e houver aglomeração de pessoas, não é recomendado”, destacou.

Já a quarentena é uma medida administrativa, baseada em lei de resposta ao coronavírus para redução da circulação de pessoas, para que a epidemia seja controlada pelo gestor, com policiamento. Neste caso, há controle ostensivo, com penalidades previstas. Segundo ele, com a quarentena institucionalizada em São Paulo para 15 dias, a partir de terça-feira, o governo federal estuda a possibilidade de ampliar para outros estados, o que vai depender da avaliação dos gestores locais.

Questionado com relação às medidas restritivas no Estado do Rio, com o fechamento de divisas para outros estados, municípios e até para voos internacionais a partir deste sábado (21), o secretário foi enfático: “As recomendações doo Ministério da Saúde não mudam, são genéricas, para todo o país. O que não for atribuição da Saúde, vai ser avaliado pelo Comitê de Crise, instalado na Casa Civil, com recomendação para governadores que ultrapassem medidas anunciadas”.

O secretário de Vigilância Epidemiológica apelou para o engajamento da população para o sucesso das medidas preventivas.Estamos chegando em momento difícil, em todos temos que ter engajamento pessoal. Não esperar que o poder público possa fazer ações que impeçam a evolução e crescimento da pandemia. Cada um de nós tem que fazer a sua parte, com calma, tranquilidade. Não adianta ter pânico. Quanto menos tempo cada um se expor a outras pessoas ou ficar na rua, mais vamos diminuir a velocidade da doença”, disse ele,

 

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