Com base nas opiniões de mais de 8.000 mães e pais de bebês de 0-12 meses em 16 países, o índice representa uma nova forma de compreender as experiências e desafios dos pais em todo o mundo nos dias de hoje.
Esta primeira edição mostra que o fator universal e mais significativo na criação dos filhos é a pressão, algo sobre o qual os novos pais têm pouco controle, mas com grande impacto: contribui com 23% da pontuação geral no Índice de Parentalidade.
Em todos os países pesquisados, os novos pais sentem alguma forma de pressão interna e externa. Para um terço dos novos pais, isso se materializa como solidão, mas a pressão também aparece como julgamento de outras pessoas (incluindo mídias sociais), as realidades inesperadas da parentalidade e a culpa causada pela autocrítica.
• Solidão em um mundo hiperconectado: 32% dos novos pais e mães dizem que, apesar de viverem em um mundo onde amigos e família estão a apenas uma mensagem de texto, é fácil se sentirem isolados e solitários com um bebê nos braços.
• Vergonha social: globalmente, metade (51%) dos novos pais e mães pesquisados sentem uma intensa pressão social sobre como criar seus filhos, e hoje isso vem, em geral, das redes sociais.
• Culpa dos pais: 45% dos entrevistados concordaram que os novos pais e mães sentem muita culpa, o que pode ter um impacto duradouro em suas relações parentais.
• As realidades inesperadas da parentalidade: quase um terço (31%) relatou sentir-se despreparado para a realidade de se tornar pai ou mãe, e 53% teve que fazer mais concessões do que o esperado.
• Aconselhamento não solicitado, ou o “palpite alheio”: 60% dos entrevistados relatam que sentem que todos têm uma opinião sobre como criar seus filhos, quer queiram ouvir ou não.
Alemanha, Suécia e Chile são melhores para ter filho
O Índice mostra que Suécia, Alemanha e Chile oferecem os ambientes mais fáceis para se tornar um novo pai ou mãe atualmente. Mas, embora o nível de dificuldade varie de acordo com o país, não há lugar perfeito para se criar uma família, e mesmo na Suécia – que tem a classificação mais alta, com uma pontuação de 75/100 no Índice – os novos pais enfrentam desafios, sendo a falta de confiança a maior preocupação entre os pais suecos.
A metodologia e os resultados do Índice de Parentalidade foram revisados pela Dra. Ming Cui, Mestre em Estatística e Doutora em Sociologia da Fulbright U.S. Scholar e Professora de Família e Ciências da Criança na Universidade Estadual da Flórida (EUA). A Professora Cui tem experiência em parentalidade e desenvolvimento infantil em diferentes culturas e metodologias de pesquisa.
Comentando sobre o relatório, a professora Cui diz: “Os pais de hoje são cada vez mais pais em estado de ansiedade (o que é refletido nas conclusões deste relatório, como pressão externa/interna, falta de confiança, demandas financeiras). Influenciados pela mídia juntamente com os avanços da tecnologia, muitos pais de diferentes culturas e classes sociais e econômicas se sentem pressionados a fazer tudo”.
Ela continua: “Embora a ênfase frequentemente esteja em sermos receptivos e responsáveis como pais de bebês, as mães e pais também devem perceber que o seu próprio bem-estar é importante no processo de criação dos filhos. A criação de bebês, com demandas aceleradas e estresse, pode prejudicar os pais em termos financeiros, emocionais e físicos. Para promover uma parentalidade positiva e, em última análise, o desenvolvimento saudável dos filhos, os pais não devem ignorar o seu próprio bem-estar e devem cuidar de si mesmos, como, por exemplo, deixando espaços vazios em sua agenda e fazendo uma pausa”.
Pressão em todo o mundo
Embora experimentada em todo o mundo, a pressão dos pais é sentida de forma particularmente forte nas Filipinas, Arábia Saudita e Brasil. Pais na Suécia, Alemanha e Israel relatam níveis de pressão mais baixos.
Como parte do estudo, a Nestlé também reuniu seis pais/mães do Reino Unido, Estados Unidos, Filipinas, Brasil, Suécia e Nigéria para discutir o impacto dessas pressões em suas vidas. Falando sobre a culpa dos pais, Diunte, pai solteiro de quatro filhos do Texas, EUA, disse: “Como pai solteiro, me preocupo à noite, estou fazendo a coisa certa por eles? Porque eles estão saindo perdendo por não terem ambos os pais em casa todos os dias”.
Ulysses, do Brasil, pai de “primeira viagem”, passou por pressão especial nas redes sociais: “É bom os nossos pais e amigos que moram longe verem fotos incríveis de nossa filha. Normalmente as pessoas comentam coisas realmente positivas, mas às vezes elas começam a nos criticar e tentam nos colocar para baixo”.
Falando sobre “baboseira de mãe” em seu país natal, a nigeriana Cynthia, mãe de três filhos, disse: “Somos os reis e as rainhas de cuidar da vida alheia. É muito normal estar na rua caminhando com seu filho, e caso as pessoas acharem que você não o está segurando direito, ou que há algo errado, goste ou não – elas vão lhe dizer!”
Minneth, filipina e mãe de dois filhos, concordou: “Acredito que minha mãe me ensinou tudo e, claro, às vezes você tem que ouvi-los. Mas isso não significa que você tenha que aplicar tudo nos seus filhos”.
Pressão social diminuiu na pandemia
Embora se espere que os novos pais sintam mais pressão como resultado do COVID-19, analisando os EUA, Espanha e China quando a pandemia teve a primeira onda em julho de 2020, pais com bebês relataram sentir menos pressão social sobre como criar seus filhos durante este período. Em vez disso, os novos pais e mães relataram sentir maior apoio mútuo neste momento – incluindo maior coesão social e um sentimento de pertencimento.
Mas não podemos criar mudanças mensuráveis sozinhos, devemos colaborar e trabalhar juntos. Estamos convocando aqueles que compartilham de nossa visão para se unirem a nós, para juntos tornarmos este mundo um lugar mais fácil para ser pai ou mãe e criarmos gerações futuras mais saudáveis e felizes”.
A pressão externa é fator predominante para 71% dos pais, apontando que todos têm opinião sobre como criar um filho e que a pressão social é constante. As principais fontes de conselhos para eles são: mães, sogras e familiares (79%); profissionais de saúde (67%) e o parceiro (45%). No entanto, 62% dos respondentes do Brasil se sentem bem amparados para tomar decisões parentais esclarecidas.
Além disso, 23% das mães de primeira viagem sofrem de depressão pós-parto. Para 59% dos participantes do Brasil, criar um filho também tem um importante impacto nas finanças familiares. No entanto, é um dos países com maior grau de satisfação em relação à parentalidade compartilhada, sendo que 45% concordam que as responsabilidades com as crianças são divididas igualmente em seus lares.
Estamos cientes de nosso importante papel em auxiliar os pais brasileiros, tanto na educação nutricional e no combate a problemas como a desnutrição infantil e a obesidade, quanto no suporte emocional durante os 1.000 primeiros dias. Nossas estratégias de nutrição e desenvolvimento de produtos já estão pautadas nas necessidades nutricionais dos brasileirinhos, e temos a plataforma Nestlé Baby&Me para apoiar e suportar pais e mães nos primeiros anos de vida de seus filhos”, diz.
A plataforma Nestlé Baby&Me será um grande hub aberto ao diálogo propositivo em busca de aliviar a pressão dos pais e mães na criação de seus filhos, trazendo diversos fóruns com o apoio de especialistas e influenciadores para falar sobre educação nutricional e compartilhar experiências parentais.
A Nestlé encomendará o Índice de Parentalidade a cada dois ou três anos, a fim de refletir e mapear o panorama da experiência de parentalidade nos países do índice. Como parte de seu objetivo de tornar a vida dos pais e mães mais fácil, a Nestlé planeja colaborar com parceiros que pensam da mesma forma, organizando mesas redondas para estabelecer um roteiro prático sobre como enfrentar os desafios universais da parentalidade no século 21, conforme revelado pelos insights do Índice.
Sobre o Índice de Parentalidade
A primeira edição do Índice é baseada em dados de uma pesquisa conduzida pela Kantar em janeiro e fevereiro de 2020. Uma amostra nacionalmente representativa de mães e pais de bebês de 0-12 meses foi pesquisada em 16 países. A Onda 1 envolveu 8.045 entrevistas. A Onda 2 incluiu 900 entrevistas (300 na China, Espanha e Estados Unidos) para avaliar as primeiras indicações do impacto da pandemia do Coronavírus no Índice e foi realizada em julho de 2020.
Os 11 fatores que compõem o Índice de Parentalidade
1. Ausência de pressão (contribui com 22,6% para a classificação no Índice): as pressões internas e externas que os pais enfrentam ao criar seus filhos. Menos pressão torna a parentalidade mais fácil;
2. Resiliência financeira (16,7%): o nível de estabilidade das finanças familiares. Maior resiliência significa menor impacto;
3. Apoios para a vida profissional (15,6%): políticas e proteções trabalhistas locais, combinadas com acesso a creches, que impactam na capacidade dos pais de ficarem em casa ou trabalharem como desejam;
4. Bebê de temperamento fácil (10,1%): a percepção de que um bebê de temperamento fácil torna a parentalidade mais fácil;
5. Recursos de saúde e bem-estar (9,0%): acesso a cuidados de saúde adequados e informações confiáveispara os pais;
6. Ambiente de apoio (8,0%): um ambiente que permite aos pais fazerem o que desejam, sem barreiras, de fácil acessibilidade aos pais e seus bebês;
7. Parentalidade compartilhada (5,8%): envolvimento dos parceiros e compartilhamento de responsabilidades;
8. Confiança dos pais (2,7%): como os pais se sentem sobre si mesmos; seu senso de confiança, satisfação e resiliência;
9. Licença Maternidade Paga (3,5%): licença maternidade, com proteção do emprego para mulheres empregadas, durante a época do parto;
10. PIB PPC – per capita (3,1%): uma medida de riqueza entre diferentes países que usa os preços de bens específicos para comparar o poder de compra da moeda local;