Declarada inicialmente como uma pneumonia viral em 31 de dezembro pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em Wuhan, na China, a Covid-19 fez sua primeira vítima fatal em janeiro de 2020 naquela região e rapidamente se espalhou pelo mundo. Nem o lockdown (bloqueio total) para 11 milhões de habitantes foi capaz de conter o avanço da doença.

Antes mesmo da chegada oficial do novo coronavírus, o Brasil entrou em emergência sanitária em 26 de fevereiro, logo após o Carnaval. Um homem de 61 anos, morador de São Paulo que acabara de voltar da Itália, foi o primeiro caso confirmado de contágio no país.

Em março o nome ‘pandemia’ passou a ser usado pela OMS e a doença se espalhou por 114 países, atingindo 118 mil pessoas e causando 4 mil mortes – 90% na China, Coreia do Sul, Irã e Itália. Na mesma semana, dia 16 de março, o Brasil registrou a primeira morte pela doença.

Em abril muitos países já haviam decretado lockdown. Para tentar conter o espalhamento da doença, o presidente Donald Trump suspendeu voos da Europa, assim como fez com os voos vindos da China. Mas não foi suficiente e logo os Estados Unidos se tornaram o epicentro da pandemia. O primeiro milhão de casos no mundo foi registrado logo no início de abril, sendo um quarto deles em território americano. A cidade de Nova York foi a mais impactada, com mais de 2 milhões de casos.

Em maio, foi a vez de a América do Sul se tornar o novo epicentro da pandemia, com o Brasil assumindo o segundo lugar em número de caso em todo o mundo, posição que manteve até o último dia 6, quando a Índia se tornou o segundo país com mais infectados. Em todo o mundo, até este sábado (12), a doença já havia feito mais de 900 mil mortos e infectado outras 28 milhões de pessoas.

Estudos apontam que a situação do Brasil está pior que a dos EUA se for considerar o alto índice de letalidade por aqui. Os números de mortes diárias por milhão de habitantes estão entre os mais altos do mundo – média de 800 por dia. A vizinha Argentina, que vinha mantendo o controle da pandemia, hoje apresenta um quadro preocupante, segundo analistas. os casos em Israel também vêm avançando.

Os dados de contágio por Covid-19 se mantiveram constantes em um nível ainda alto ou mesmo tenderam a aumentar com a flexibilização do isolamento social, a reabertura dos setores econômicos e o consequente aumento da mobilidade das pessoas, a partir de junho. Estas consequências foram debatidas por cientistas no evento “O Brasil após seis meses de pandemia da Covid-19 – I Ciclo de Debates do Observatório Covid-19”, promovido pela Fundação Oswaldo Cruz, que começou essa semana.

Na apresentação “Os cenários epidemiológicos no Brasil: tendências e impactos na sociedade”, o coordenador do programa de Computação Científica da Fiocruz, Daniel Villela, mostrou que a curva de contágio no país saiu do padrão esperado para uma epidemia, que normalmente tem um crescimento muito rápido e depois cai de forma constante. Os dados são do InfoGripe, que monitora as internações no país por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

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