O Estado do Rio de Janeiro acendeu o sinal vermelho após três casos confirmados de H5N1 (Influenza aviária A ou gripe aviária) serem identificados em aves no vizinho Estado do Espírito Santo. As secretarias estaduais de Saúde e Agricultura do Rio de Janeiro emitiram, nesta sexta-feira (19/5), uma nota técnica conjunta como medida preventiva aos 92 municípios fluminenses.

De acordo com técnicos de Vigilância em Saúde da SES-RJ, não há motivos para que haja preocupação com uma epidemia neste momento, pois não há sustentação científica de transmissão direta, de pessoa para pessoa, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo é orientar as equipes municipais para que o manejo de aves silvestres seja realizado somente por profissionais habilitados e com uso adequado de EPIs equipamentos de proteção individual (EPIs).

No documento, as pastas alertam que a transmissão da gripe aviária ocorre por meio de contato direto com aves infectadas pelo vírus (vivas ou mortas); ou contato indireto por meio de objetos como sapatos, que acabam retendo e transportando organismos contaminados, superfícies, produtos ou dejetos (tais como ninhos, ovos, fezes ou urina, água contaminada com restos ou dejetos desses animais); ou que tenha visitado mercados/feiras com casos confirmados, sejam em aves ou em humanos.

A SES-RJ orienta ainda que, nas unidades de saúde, os profissionais suspeitem de casos de síndrome gripal em pacientes que tiveram contato com esses animais, tanto em triagem quanto em atendimento médico. Nesses casos, a coleta de amostras é recomendada independentemente do dia de início dos sintomas, incluindo os casos em unidade de terapia intensiva (UTI). O diagnóstico por RT-PCR é considerado o método padrão-ouro e deve sempre ser preconizado para obtenção dos resultados laboratoriais.

Gripe aviária: vírus da influenza que infecta aves pode atingir humanos e levar a óbito (Foto: Arquivo Agência Brasil)

Suspeita de infecção em humanos no ES

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou que até o momento, não foram detectados surtos em aves de produção nem casos em humanos de infecção por Influenza aviária. Neste sábado à tarde (21), o Ministério da Saúde descartou a suspeita de gripe aviária que teria acometido um funcionário do Parque da Fazendinha, no Espírito Santo.

No local, foi encontrada uma ave com a doença. O funcionário, de 61 anos, apresenta sintomas gripais leves, e conforme protocolo de vigilância sanitária está em isolamento e é monitorado por equipes de saúde do município. Ao todo, esclareceu a pasta em nota, somente um dos 33 funcionários do quadro do parque estava sob observação e aguardava resultado do teste.

“O resultado divulgado hoje informa que o caso suspeito teve resultado laboratorial negativo para todos os alvos testados – ou seja, foi descartado para Influenza Aviária (H5N1). Das outras 32 amostras, 30 foram negativas para todos os alvos testados e 2 testaram positivo para vírus que já estavam em circulação (Influenza A e Influenza B)”, complementa o informe.

De acordo com o ministério, no estado, houve notificação de outros três pacientes que apresentam sintomas que se enquadram na doença, sendo que um deles já foi descartado. Os outros dois já tiveram amostras coletadas e aguardam resultado. Os pacientes foram isolados e estão sendo monitorados pelas equipes de saúde.

“As amostras foram analisadas pelo laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro, após encaminhamento do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Espírito Santo. O Ministério da Saúde orientou busca ativa para investigação de todas as pessoas que tiveram contato com os animais”, finaliza a pasta.

O Ministério esclarece que a transmissão da doença ocorre por meio de contato com aves doentes, vivas ou mortas. “De acordo com o que foi observado no mundo, o vírus não infecta humanos com facilidade e, quando isso ocorre, geralmente a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada”, destacou o Ministério da Saúde.

Espírito Santo registrou casos de aves silvestres afetadas

Na segunda-feira (15), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou a detecção dos primeiros casos do vírus da influenza aviária em três aves silvestres no litoral do Espírito Santo. Foram resgatadas duas aves marinhas da espécie Thalasseus acuflavidus (Trinta-réis-de-bando), uma no município de Marataízes e outra no bairro Jardim Camburi, em Vitória, ambas no litoral do Espírito Santo.

Foi confirmada também a detecção do vírus em uma terceira ave migratória da espécie Sula leucogaster (atobá-pardo) que já se encontrava no Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Cariacica (Ipram), no Espírito Santo.

Em 16 de maio, o Mapa relatou a identificação de uma terceira ave afetada, um atobá-pardo (Sula leucogaster) também no estado do Espírito Santo. Os casos foram detectados e reportados através do sistema de Vigilância de animais silvestres estabelecido no Brasil. A amostragem confirmou a Influenza aviária A (H5N1).

Ainda de acordo com a pasta, a depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas sanitárias poderão ser adotadas pelo governo federal e pelos órgãos estaduais de sanidade agropecuária para evitar a disseminação do vírus e proteger a avicultura nacional.

“A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas. Atualmente o mundo vivencia a maior pandemia de influenza aviária de alta patogenicidade e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais”, informou o ministério.

Fonte: SES-RJ e Agência Brasil (atualizado em 20/5/23)

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