O glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo e é caracterizada por danos ao nervo óptico, frequentemente associados à alta pressão intraocular. Com os avanços na medicina e as novas descobertas em tratamentos naturais e dietéticos, há esperança de que os pacientes com glaucoma possam levar uma vida praticamente normal, sem a sombra da perda de visão permanente.

A combinação de medicina convencional e estratégias naturais emerge como um paradigma promissor na luta para preservar a visão. Nesse sentido, um estudo publicado em 2019 na JAMA Ophtalmology, por exemplo, indica que uma dieta mais balanceada — incluindo vegetais de folhas verdes, alimentos ricos em ômega-3 e ômega-6 e consumo moderado de chás quentes — são medidas que podem ser protetivas na alimentação para portadores de glaucoma.

“Integrar a medicina convencional com suplementos naturais pode proporcionar um novo horizonte para os pacientes de glaucoma“, afirma Christian Aguiar, especialista em medicina natural e integrativa.

Hábitos saudáveis reduzem pressão intraocular

Esta condição pode surgir em decorrência de doenças metabólicas. Por isso, Dr. Christian Aguiar salienta que adotar um estilo de vida mais saudável é uma das formas de evitar o aumento da pressão intraocular.

“Estudos preliminares indicam que suplementos como ginkgo biloba e Coenzima Q10 podem reduzir a pressão intraocular e melhorar a circulação sanguínea na retina, elementos chave no tratamento do glaucoma,” pontua o médico.

Além dos tratamentos médicos convencionais, o médico explica sobre a importância de um estilo de vida saudável e lembra que a luta contra o glaucoma é constante e evolutiva.

A prática regular de exercícios físicos e uma dieta rica em antioxidantes, como frutas e vegetais, podem ter um efeito benéfico sobre a saúde ocular e geral. O manejo do estilo de vida, incluindo a redução do consumo de cafeína, pode ajudar a manter a pressão intraocular em níveis saudáveis para aqueles em risco.”, explica Dr. Christian Aguiar.

O que fazer para prevenir o glaucoma?

No Maio Verde, mês de conscientização e combate ao glaucoma, é vital destacar as múltiplas facetas do manejo desta condição que afeta milhões de pessoas globalmente. Existem maneiras de prevenir o glaucoma, o que envolve o acompanhamento oftalmológico.

“É importante que as pessoas realizem uma consulta oftalmológica por ano, pelo menos, na qual é possível detectar eventuais problemas de fundo de olho e, assim, realizar procedimentos complementares”, diz o médico oftalmologista Heitor Piccinini Neto, da rede AmorSaúde.

Para as pessoas que têm histórico familiar, há exames de rotina adicionais, como retinografias, para deixar anotado o tamanho da escavação do nervo; paquimetria e campo visual”, aconselha o médico.

Fatores de risco para o glaucoma

Ninguém está livre de desenvolver o glaucoma, mas há fatores de risco, entre eles histórico familiar da doença, idade acima de 70 anos e algumas condições oftalmológicas, como a miopia  e a hipermetropia alta também representa um risco maior para glaucoma de ângulo fechado.

No caso das pessoas 70+, o envelhecimento natural do olho afeta a produção do humor aquoso, líquido incolor que preenche as câmaras oculares, sendo responsável por manter a saúde e a transparência dos olhos.

“O vítreo, gel que dá sustentação ao nosso olho, começa a ficar mais liquefeito, então começa a circular mais o humor aquoso e o humor vítreo, o que aumenta a pressão intraocular”, descreve Piccinini Neto.

Degeneração nervosa e pressão intraocular

O glaucoma é uma doença progressiva e costuma provocar dor ocular, dificuldade visual e vermelhidão ocular. A doença causa cegueira por se tratar de uma degeneração nervosa.

“O glaucoma é uma doença que evolui aos poucos degenerando os nervos e, uma vez que conclui esse processo, não é possível recuperar as funções das terminações nervosas deterioradas. Quando a lesão é detectada, geralmente o problema já está um pouco avançado. Nesse ponto, o tratamento é iniciado para controle ou diminuição da progressão”, explica o médico

Em relação à pressão intraocular elevada, o médico ressalta que há pacientes que são hipertensos oculares, mas que não apresentam alteração na camada de fibra nervosa e no nervo oftalmológico.

“Nesses casos, é feito o controle da pressão intraocular, mas com mais tranquilidade, pois o paciente não está tendo lesão da fibra do nervo, ou seja, não é glaucoma. Existem também pacientes que têm escavação no nervo, a distância aumentada dos vasos do nervo, e isso faz com que seja uma suspeita para glaucoma. Aí, os exames vão ajudar na parte do diagnóstico”, explica.

Como é feito o diagnóstico do glaucoma

Visita anual ao médico oftalmologista pode ajudar a prevenir a perda irreversível da visão 

O glaucoma é diagnosticado em consulta, a partir da realização de exames com médicos oftalmologistas. Por isso, é recomendada a realização de consultas periódicas com profissionais da área, para que possam realizar os exames. Mas há alguns sintomas que podem indicar que é hora de buscar ajuda médica, pois a doença existe e está avançando no organismo.

O diagnóstico inicial é realizado por meio do exame feito na parte do fundo dos olhos dos pacientes e ratificado com o auxílio de exames complementares, dentre os quais estão: campo visual, espessura da córnea, pressão intraocular, fundoscopia e retinografia.

“Existem vários exames que podem ser associados ao diagnóstico de glaucoma. Inclusive, hoje em dia, a gente tem o OCT, que é a Tomografia de Coerência Óptica, que, quando feita do nervo oftalmológico, fornece resultados precisos no seguimento do glaucoma”, indica o profissional.

Como é o tratamento para o glaucoma

O tratamento contra a doença visa controlar a pressão intraocular e prevenir danos adicionais ao nervo óptico, sendo feito por meio de medicamentos, como colírios, e/ou cirurgias.

“O acompanhamento ideal do paciente de glaucoma é, pelo menos, a cada seis meses depois de estabilizado, para o profissional saber quais medicações estão em uso e para verificar se não tem interação medicamentosa entre os remédios dos quais o paciente faz uso”, explica.

Segundo o profissional, o uso contínuo de colírios faz parte da vida do paciente com glaucoma.  “Os colírios servem para diminuir a pressão do olho, ou seja, para melhorar a reabsorção do humor aquoso ou diminuir a produção”, diz Dr. Heitor.

Ele cita também alguns efeitos colaterais do medicamento. “Os colírios são químicos fortes, então podem provocar vermelhidão nos olhos, a hiperemia ocular, incentivar o crescimento dos cílios e resultar no escurecimento na parte palpebral”, descreve.

Caso o paciente tenha piora ou crise aguda, dr. Heitor fala que existem medicações para controle, como manitol e acetazolamida, assim como cirurgias.

“Não estamos falando da cura do glaucoma e sim de cirurgias que auxiliam a controlar a pressão do olho. Por exemplo, o paciente está usando os quatro tipos de colírio e, mesmo assim, a pressão do olho não diminui. Nesse caso, a cirurgia filtrante pode auxiliar. Mas não é uma cura; é um tratamento”, explica.

Caso o tratamento não seja realizado, a consequência é a perda irreversível da visão. “A parte principal de não tratar o glaucoma é a pessoa ficar com cegueira e isso é muito triste. Se a pessoa espera muito tempo e, quando vai fazer o tratamento, ela já está cega, esse é um quadro irreversível”, atesta o profissional.

Com Assessorias

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