Foi logo no primeiro dia do ano. Minha filha, de 13 anos, começou a se sentir mal na volta da nossa noite de Réveillon na casa de amigos, assistindo ao sempre estupendo espetáculo dos fogos riscando os céus de Copacabana. Dor no abdômen, enjoo, vômito, diarreia e febre baixa. Na véspera, passamos o dia na Praia de Ipanema, sob sol escaldante, e consumimos algumas bobagens de ambulantes na areia.

Três dias depois de muita água de coco, soro caseiro e alimentação leve, ela melhorou. Aí quem caiu fui eu, mesmo estando longe do mar (e do sol) por cinco dias. E foi logo depois de um aparentemente insuspeito jantar num restaurante amigo.

Será que foi culpa do verão ou de uma virose? Nada disso. A resposta pode estar nos alimentos que ingerimos, somados às altas temperaturas típicas da estação. É que durante o verão aumenta o risco de intoxicação alimentar. Diarreia, vômitos e febre são alguns dos sintomas.

Segundo especialistas, sentir mal estar após refeições é mais comum nesta época do ano porque as temperaturas altas propiciam a reprodução de bactérias. Mas a questão principal está na dificuldade em identificar a comida contaminada.

Diferentemente da comida estragada, que apresentada odor, sabor, aspecto e textura alterados, o alimento contaminado não costuma apresentar sinais dos malefícios escondidos”, explica a nutricionista Ana Paula Moura.

Por conta disso, o cuidado deve ser redobrado com alimentos levados para a praia e outros locais ao ar livre. Ou ainda, que são comprados em lugares insalubres ou com pouca fiscalização de órgãos competentes.

Alimentos vendidos em praias estão mais propensos a ser contaminados por micro-organismos. As comidas mal acondicionadas e expostas são o alvo dos agentes nocivos porque possuem os nutrientes e a temperatura ideais para a sobrevivência delas”, pontua Ana Paula.

Risco não é apenas na rua

Nós aprendemos a lição. Mas será mesmo que estamos livres de uma contaminação por alimentos mesmo dentro de casa? De acordo com a especialista, a atenção não deve estar restrita a alimentos consumidos na rua. Levantamentos apontam que aproximadamente 27% dos casos de intoxicação alimentar ocorrem dentro de casa.

Para evitar que o alimento seja contaminado, a nutricionista recomenda sempre certificar-se da procedência de carnes e ter uma atenção especial na higienização de saladas. “O segredo é fazer a higienização correta, desde o preparo. É recomendado guardar os alimentos na geladeira sempre com tampa ou envolvidos em plástico filme”.

Cuidados básicos dentro de casa

  1. Lave bem as mãos, frutas, verduras e legumes, bem como os utensílios que serão usados no preparo da refeição.

  2. Antes da cocção, não deixe os alimentos por muito tempo fora da geladeira ou refrigerador, especialmente as carnes, que se deterioram com mais rapidez no calor.

  3. Sirva a sobremesa somente na hora do consumo, evite deixar por muito tempo exposta.

  4. Alimentos descongelados para o preparo não devem ser congelados novamente. Caso haja sobra, congele porções pequenas para serem utilizadas em uma refeição.

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Atenção ao risco de desidratação

O aumento das temperaturas e da radiação solar também representa outro risco: a desidratação. Por isso, alguns cuidados com a saúde devem ser redobrados. Idosos, crianças e pessoas com problemas cardíacos e pressão alta devem ficar ainda mais atentos, já que estão mais suscetíveis aos problemas causados pelas altas temperaturas.

Aproveite o verão para se divertir, melhorar seus hábitos e praticar atividades físicas. Mas não esqueça da saúde, principalmente se fizer parte de grupos de risco, que exigem cuidados ainda maiores”, afirma Aier Adriano Costa, coordenador da equipe médica da Docway.

Ele separou algumas dicas especiais para um verão tranquilo para todos.

  1. Beba muita água: segundo o médico, nesta época do ano nosso organismo tende a perder mais líquidos e sais minerais, já que transpiramos em maior quantidade para manter a temperatura do corpo controlada, o que pode causar distração. “Consuma pelo menos 2 litros de água e evite o excesso de bebidas alcoólicas ou refrescos muitos doces, já que eles podem acelerar o processo de desidratação”, explica.
  2. Alimentação rica em frutas, verduras e legumes: é sempre bom optar por uma alimentação mais leve (menos energética) e por alimentos ricos em vitaminas e ricos sais minerais, que fornecem um reforço necessário para o nosso organismo, evitando várias doenças.
  3. Evite o sol entre 10h e 15h: esse é o período de maior radiação solar, por isso é bom evitar ficar expostos ao sol durante esse horário, já que os riscos de queimaduras e câncer de pele aumentam.
  4. Use protetor solar: utilize o protetor sempre 20 minutos antes de sair de casa. Além disso, ele deve ser reforçado a cada duas horas, principalmente se você estiver na praia ou na piscina.
  5. Abuse dos acessórios: chapéus, bonés e óculos são muito bem-vindos. Sapatos abertos e roupas leves também são aliadas, de preferência as roupas claras, que ajudam a evitar a radiação solar, evitando doenças.
  • Com Assessorias
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