Um acidente de trânsito transformou radicalmente a vida de um jovem canadense, Joey Friesen, de 16 anos. Atropelado por um caminhão no Paraguai em 2022, o adolescente enfrentou sérias complicações após um tratamento inadequado que comprometeu sua recuperação. Dois anos depois, na cidade de Londrina, Paraná, ele finalmente passou por uma cirurgia de cranioplastia.

A intervenção utilizou uma placa 3D para reconstruir o crânio do paciente. “A cranioplastia vai estabilizar o quadro. Com um programa de reabilitação, ele terá a chance de reconquistar habilidades perdidas e melhorar significativamente sua condição geral”, disse o neurocirurgião pediátrico Alexandre Canheu.

A cranioplastia é uma substituição do osso do crânio. Existem alguns materiais, como o cimento ósseo que podemos moldar ou as próteses feitas por uma impressora 3D. Uma prótese craniana chega a custar até R$ 200 mil na rede particular, mas pode ser realizada de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em julho do ano passado o jovem carpinteiro Vitor Soares, operário de uma madeireira, passou por uma cranioplastia para recuperar o rosto após ter sido atingido por uma estaca que perfurou sua cabeça durante o trabalho. Em um procedimento complexo de alto risco, médicos do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias (RJ), removeram a estaca, drenaram a contusão e lavaram a cavidade, retirando os fragmentos de ossos para evitar infecção.

A cirurgia durou quatro horas e 14 dias depois Soares foi liberado. Na alta desse novo procedimento Vitor Soares fez questão de agradecer a equipe médica e ressaltar o carinho e atenção que recebeu de todos. “Se eu estou bem é graças a eles. Fui muito bem atendido”, avaliou o carpinteiro na saída do hospital.

A cranioplastia é uma cirurgia utilizada principalmente como fator de proteção do sistema nervoso central e serve para reparar ou reconstruir a calota craniana. É recomendada principalmente nesse caso em que a gente não conseguiu aproveitar os fragmentos de osso. É uma plástica no crânio para devolver a ele a vida que tinha antes do trauma”, explica Maurício Mansur, neurocirurgião.

Descontração garantida durante a brincadeira do jogo do bingo, que reuniu pacientes da clínica médica, cirúrgica e até da UTI.

Ciclista canadense passou por cranioplastia em Londrina com uso de placa 3D

O ciclista canadense Joey Friesen apresentava diversas limitações antes da cirurgia. Ele se alimentava apenas por sonda, não conseguia deglutir alimentos e tinha severos prejuízos motores, que impediam até mesmo a postura adequada ao sentar. Com a cranioplastia e o apoio de uma fonoaudióloga, ele recuperou a capacidade de comer por via oral, um avanço essencial para a retomada de sua qualidade de vida.

O pai do adolescente, Abram Friesen, explica que após os dois procedimentos eles notaram uma grande evolução no quadro do Joey. “Ele está melhor, graças a Deus. Neste segundo retorno à Londrina o semblante dele é melhor, os movimentos estão sendo retomados, ele já tem uma pequena autonomia”, explica o pai.

Apesar do progresso evidente, o neurocirurgião reforça que a cirurgia foi apenas o primeiro passo. O paciente agora passará por acompanhamento multidisciplinar para reabilitação motora e recuperação funcional.

Antes do procedimento, no entanto, foi necessário tratar uma grave infecção decorrente da colocação incorreta de uma prótese no Paraguai. “Foram dois meses dedicados a controlar a infecção. Somente depois disso conseguimos realizar a cranioplastia com segurança, garantindo a implantação adequada da nova placa. O resultado foi significativo em poucos dias”, explicou Canheu.

Com assessorias
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