A vacina mais rápida da história, totalmente desenvolvida em laboratório, que promete alta eficácia de 95% contra o novo coronavírus, deve chegar ao Brasil já no primeiro trimestre de 2021. A farmacêutica norte-americana Pfizer e a alemã Biotech anunciaram a vacina até agora mais promissora na corrida pela prevenção da doença que apavora a Humanidade neste século.

O FDA – órgão que regulamente medicamentos nos Estados Unidos – analisa a liberação da vacina. A indústria prevê a produção de 50 milhões de doses em 2021. Na chamada fase 4, prova de fogo, testa a eficácia em sua capacidade de proteção. A vacina começa a chegar no primeiro trimeste de 2021. O Instituto Butantã, de São Paulo, em acordo com a Biotech, anunciou que vai passar a produzir a vacina no Brasil já no ano que vem.

Outras indústrias farmacêuticas também estão com suas pesquisas em estágio avançado. A Astrazênica prevê que, de julho a dezembro de 2021, mais 110 milhões de doses serão totalmente produzidas no Brasil. A vacina da farmacêutica Moderna também apresentou quase 95% de eficácia. Correndo por fora, a russa Sputinik apresentou eficácia de 92%.

As 120 mil primeiras doses da chinesa Coronavac desembarcaram na semana passada no Brasil, como parte do lote de 6 milhões de doses que deve chegar até final de dezembro ao país. A Anvisa ainda não autorizou nenuma das vacinas porque os testes da terceira fase continuam. O Ministério da Saúde está se reunindo com laboratórios, mas ainda não fechou acordo. Segurança, produção em escala e oferta em tempo oportuno para ser oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações são alguns critérios que serão levados em conta.

O mais importante, na opinião de especialistas, é fazer a vacina – qualquer que seja sua nacionalidade – chegar a todos. E isso exigirá uma estrutura bem montada para atender as centrais nacionais de distribuição. As doses chegam de avião ao Brasil e seguem de caminhões até os armazéns do Ministério da Saúde, antes de chegar até os 38 mil postos de vacinação espalhados pelo país.

A temperatura é fundamental durante esse trajeto. A vacina da Pfizer, por exemplo, exigirá o acondicionamento a 70 graus negativos, transporte próprio até a sala de vacinação. Já a vacina da Moderna precisará ser guardada a 20 graus negativos, podendo nas salas de vacinação estar em geladeira comum por mais 30 dias. Já as vacinas Coronavac e a de Oxford precisam de temperaturas entre 2 e 8 graus, em geladeiras comuns. Se não mantiver essa temperatura ideal, as doses podem ser desperdiçadas.

Mas quem será contemplado pela vacina que pode proteger contra a doença mais temida do século? Primeiro, serão os profissionais de saúde, seguidos dos idosos, e depois as pessoas com as chamadas comorbidades, doenças pré-existentes como hipertensão, diabetes e obesidade.

Como ainda não se há previsão de quando uma vacina segura e eficiente chega para todos os brasileiros, o jeito é usar máscaras, lavar as mãos e manter o distanciamento social. “O que esperar para a saúde de sua família neste fim de ano? Um pouco mais de paciência vai valer a pena”, disse o médico Dráuzio Varela, em reportagem no Fantástico, da TV Globo.

Compra só após sinal verde da Anvisa, diz Ministério

O governo brasileiro informou neste domingo (22) que se reuniu, na última semana, com cinco laboratórios que desenvolvem vacinas contra a covid-19. Foram recebidos representantes da Pfizer, Janssen, Bharat Biotech, Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) e Moderna. Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que coletou informações sobre os detalhes técnicos das vacinas, bem como sua segurança e eficácia.

A pasta informou ainda que deverá assinar cartas de intenção não-vinculantes com as empresas para permitir uma futura aquisição de doses. Mas qualquer compra de vacina só poderá ocorrer após o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Outros requisitos também precisam ser cumpridos antes da compra de uma vacina: a segurança; a eficácia; a capacidade de produção em escala; a oferta em tempo oportuno para inserir as vacinas no Programa Nacional de Imunizações (PNI); o preço proposto para a incorporação e as condições logísticas oferecidas.

Os encontros desta semana complementam os acordos contratuais feitos pelo Governo Federal. Até o momento, o Ministério da Saúde tem acordos contratuais para o possível acesso a 142,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, que poderão imunizar pelo menos um terço da população brasileira, assim que concluídas as etapas de segurança, eficácia e registro”, afirmou o ministério, em nota.

Segundo a pasta, a previsão é produzir na Fiocruz, de forma autônoma, mais 110 milhões de vacinas em 2021, “se tudo ocorrer da maneira planejada”. O Ministério da Saúde afirmou que acompanha 270 estudos de vacinas em todo o mundo e quer adquirir uma vacina segura “com a maior brevidade”.

Novo coquetel – A FDA aprovou o uso emergencial de um coquetel com anticorpos produzidos em laboratório, o mesmo usado pelo presidente Donald Trump quando ficou internado com Covid-19. O tratamento deverá ser usado apenas em casos leves em adultos e crianças acima de 12 anos e mais de 40 quilos. De acordo com a FDA, a segurança e a eficácia desta terapia ainda estão sob avaliação.

Com Agência Brasil e Fantástico

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