A resiliência, do ponto de vista da saúde mental, refere-se à construção de passos e escolhas do indivíduo. Ser resiliente não significa NÃO ter problemas, mas saber que é possível passar por eles, superar o momento, compreender qual a melhor decisão a tomar diante dos fatos. Ela, diz respeito à posição daquele que, mesmo passando por situações traumáticas, de grande impacto emocional, consegue voltar ao seu estado habitual (físico e mental), ultrapassando o sofrimento e mantendo o equilíbrio e a saúde emocional.
Resiliência e autoconhecimento andam de mãos dadas. Quando nos conhecemos e compreendemos nossos limites, nossas forças e nossas fragilidades, fica mais fácil encarar os desafios sob o suporte da resiliência, pois fatores como medo, insegurança e desespero tendem a não invadir a mente.
Saber expressar os sentimentos e aprender a dizer “não” também contribui para fortalecer o espírito resiliente. Já que este tipo de comportamento oferece ao ser humano um espaço interno, seguro e consciente do que é importante e faz sentido para ele ao lidar com determinadas situações.
Muitos confundem ser resiliente com ter que aceitar tudo. Acreditam que a resiliência é não chorar, não reclamar, não expressar seus sentimentos e concordar com todas as coisas. Porém, ser resiliente é aprender a ceder, agindo com a flexibilidade necessária para superar os problemas sem reações impulsivas, sem se colocar no papel da vítima do mundo.
Olhar a situação conflituosa, entendendo qual a melhor saída, qual o melhor passo, qual sua responsabilidade dentro daquele processo e as consequências de suas atitudes. Um outro equívoco sobre a resiliência é se esconder ou fugir das situações. Isso não resolve. Colocar embaixo do tapete só fará com que o tropeço seja adiado. A vida é uma jornada de altos e baixos, uma dança constante entre a adversidade e a superação.
Como cultivar a resiliência?
Para cultivar a resiliência, o primeiro passo é ter a consciência de que não existe um só modo de solucionar as situações. Em muitos casos, diminuir o ritmo, recuar para pensar e refletir melhor sobre o desafio, também faz diferença. Enxergar o momento difícil como uma página do livro da vida, no qual o próximo capítulo pode ser escrito de forma diferente, com serenidade, é crucial.
Desenvolver uma mentalidade construtiva para enxergar os desafios da vida como etapas a serem vencidas e oportunidades de crescimento e não como obstáculos, fortalece e ajuda a encarar a adversidade como uma chance de se tornar, cada vez mais, resiliente perante os fatos traumáticos. Como já dizia, Freud: “Um dia quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste”. E isso faz muito sentido.
Uma dica preciosa para trazer ferramentas resilientes para o dia a dia, é sempre que entrar no modo FUGA diante de alguma situação, um bom caminho é buscar na mente, situações difíceis que já tenha vivido e conseguiu resolver ou ter sucesso no passado. Isso ajuda a construir uma atmosfera de potência e força, além de estimular a produção dos hormônios do bem que contribuem para a sensação de bem estar e equilíbrio mental.
Portanto, ser resiliente é uma habilidade que contribui para a inteligência e maturidade emocional do ser humano. Fica fácil encarar problemas, quando nos sentimos seguros e conscientes de nosso papel e nossa importância no universo e no meio em que estamos inseridos. Por esse motivo, incorporar planejamento e organização pessoal nas rotinas diárias, fortalece o “eu” e ajuda a eliminar crenças limitantes que impedem a manifestação resiliente diante dos fatos conflituosos.