A pesquisadora Tatiana Portela, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, chama a atenção que, por conta do início de aumento dos casos de influenza no Mato Grosso do Sul, é fundamental que todas as pessoas dos grupos prioritários – crianças de seis meses a seis anos, assim como gestantes e idosos – se vacinem contra o vírus.
Especialmente as pessoas dos grupos prioritários que moram nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Sudeste, onde a campanha de vacinação contra o vírus já começou”, recomenda.
A especialista reforçou ainda a importância de, em caso de aparecimento de sintomas de gripe ou resfriado, sair de casa usando uma boa máscara, assim como dentro de locais fechados e com maior aglomeração de pessoas e nos postos de saúde.
No cenário nacional, o Boletim aponta para sinal de aumento de casos de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Esse quadro é atribuído principalmente ao crescimento de SRAG em muitos estados do país, nas crianças pequenas de até dois anos, associado ao VSR.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 10,3% de influenza A, 1,6% de influenza B, 50,4% de vírus sincicial respiratório, 31,4% de rinovírus, e 9,2% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Já a prevalência entre os óbitos positivos foi de 11% de influenza A, 1,2% de influenza B, 6,7% de vírus sincicial respiratório, 19,5% de rinovírus, e 57,9% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Estados e capitais
Na presente atualização, observa-se que 13 das 27 unidades federativas apresentam nível de incidência de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 14 – Acre, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe.
A manutenção do aumento de SRAG entre crianças de até dois anos está associada ao VSR, com níveis de incidência de moderado a muito alto em estados do Norte (Acre e Amapá), Centro-Oeste (Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Goiás), Nordeste (Maranhão), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo) e agora também na região Sul (Pará). Além disso, é provável que o VSR também esteja impulsionando o crescimento de SRAG no Pará e Mato Grosso.
Outros estados do Sul, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina também apresentam aumento de SRAG por VSR entre crianças, mas com níveis de incidência ainda baixos. “No entanto, é provável que, nas próximas semanas, esse crescimento também atinja níveis moderados a altos de incidência”, observa a pesquisadora.
A manutenção do crescimento de SRAG nas crianças e adolescentes de dois a 14 anos em alguns estados (Distrito Federal, Minas Gerais, Roraima e Sergipe) é atribuída principalmente ao rinovírus. No Mato Grosso do Sul, também é possível observar início de aumento de casos de SRAG entre jovens, adultos e idosos, provavelmente associado ao vírus da influenza A.
Na presente atualização, observa-se que 13 das 27 capitais apresentam nível de incidência de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas), com tendência de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 14: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Florianopolis (SC), Goiania (GO), Macapá (AP), Rio Branco (AC), Rio De Janeiro (RJ), Sao Luis (MA) e Vitoria (ES).
Situação nacional
Em nível nacional, o cenário atual sugere que os casos notificados de SRAG, independentemente de presença de febre, apresentam sinal de aumento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas).
Neste ano, já foram notificados 31.796 casos de SRAG, sendo 12.527 (39,4%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 14.113 (44,4%) negativos, e ao menos 3.060 (9,6%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.
Entre os casos positivos do ano corrente, observou-se 7% de influenza A, 2% de influenza B, 29,6% de vírus sincicial respiratório, 29,6% de rinovírus, e 29,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 10,3% de influenza A, 1,6% de influenza B, 50,4% de vírus sincicial respiratório, 31,4% de rinovírus, e 9,2% de Sars-CoV-2 (Covid-19).