A campanha nacional de vacinação contra a gripe este ano começa no dia 7 de abril.  A meta do Ministério da Saúde é imunizar 90% dos chamados grupos prioritários  do Calendário Nacional de Vacinação, que incluem crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e puérperas, pessoas idosas, com doenças crônicas ou deficiência, profissionais de saúde e professores, dentre outros.
Para a vacinação de 2025, o Ministério da Saúde adquiriu 73, 6 milhões de doses. O público-alvo total é de 81,6 milhões de pessoas e a estimativa da pasta é atingir pelo menos 50 milhões de pessoas. Em 2024, a cobertura vacinal do público prioritário foi 48,89% na região Norte e de 55,19% nas demais regiões. No Estado do Rio, cerca de 316,3 mil crianças foram vacinadas contra influenza.

A previsão é que, até o fim de março, 35 milhões de doses de vacinas contra a gripe para todos os estados das regiões Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Sudeste, até o final de abril. A primeira leva, de 5,4 milhões de doses, 5,4 milhões de doses produzidas pelo Instituto Butantan e adquiridas pelo Governo Federal, já chega nesta sexta-feira (21). 

Apesar de o início oficial da vacinação estar marcado para o dia 7 de abril, o Ministério da Saúde recomenda que estados e municípios iniciem a estratégia assim que receberam as doses do imunizante. Cidades que receberem as doses ao longo dos próximos dias podem optar por iniciar a vacinação antes do dia 7. No Distrito Federal, por exemplo, a imunização deve começar já na próxima terça-feira (26).

Vacinação o ano todo para o público prioritário

Ao receber as doses destinadas ao Distrito Federal, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que, a partir deste ano, a vacina contra a influenza passa a ficar disponível em unidades básicas de saúde de forma permanente ao longo do ano para crianças e idosos, e não apenas em campanhas sazonais e se integrando ao Calendário Nacional de Vacinação. O objetivo é não perder nenhuma oportunidade de vacinar pessoas que buscarem a dose.

O público prioritário que comparecer a unidade de saúde para qualquer atendimento terá a vacina de influenza à disposição o ano todo. Nosso objetivo é fazer com que o Brasil tenha o maior e mais diverso sistema vacinal do mundo. Nossa meta é imunizar 90% do público prioritário e vamos disponibilizar vacina pra isso”, destacou.

Além desta, outras mudanças foram adotadas para 2025 pelo Ministério da Saúde. No combate à poliomielite (paralisia infantil), a famosa gotinha foi substituída pela vacina inativada, que é injetável, para primeira dose e reforço. Já a vacina contra o rotavírus teve o período para aplicação das doses ampliado. Agora, a primeira dose, indicada aos dois meses de idade, pode ser administrada até os 11 meses; enquanto a segunda dose passou dos quatro meses para até 23 meses.

Ampliação para o público em geral é facultativa

A possibilidade de ampliar a vacinação contra a influenza para o público em geral, segundo o ministro, não está descartada, mas ficará a critério de cada estado e município, levando em consideração o status de cobertura dos grupos prioritários.

A meta recomendada pela OMS [Organização Mundial da Saúde] é 90% [de cobertura vacinal para grupos prioritários]. Vamos perseguir isso”, disse Padilha.

O “Dia D de vacinação contra a influenza” – que marca uma força-tarefa em todo o país para imunizar a população contra a gripe – será definido ao longo da próxima semana, durante reunião da comissão intergestores tripartite, mas deve acontecer em maio.

Brasilia (DF) 21/03/2025 - Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em recepção de vacinas contra influenza. Foto: João Risi/MS
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em recepção de vacinas contra influenza. Foto: João Risi/MS – João Risi/MS

Eficácia x mitos da vacina

Para marcar o início da operação, o ministro da Saúde detalhou como funcionará o plano de vacinação contra influenza para 2025 e destacou sobre a importância de se vacinar. Ao lado do Zé Gotinha, personagem principal das campanhas da vacinação no Brasil, Padilha refutou mitos como o de que a dose faz com que a pessoa imunizada fique gripada e destacou que, muitas vezes, o que acontece é que ela já chega infectada no momento de receber a vacina.

O imunizante protege contra um total de três vírus do tipo influenza – este ano, a vacina contra influenza conterá as seguintes cepas: H1N1, H3N2 e B – e garante uma redução do risco de casos graves e óbitos provocados pela doença.  A administração pode ser feita junto a outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. O imunizante é contraindicado para crianças menores de 6 meses e pessoas com histórico de anafilaxia grave após doses anteriores.

Estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA aponta que no Brasil, e em mais quatro países da América do Sul, a vacinação contra a influenza reduz em 35% o risco de hospitalização associada ao vírus entre grupos de alto risco. Para pessoas com comorbidades, a redução foi de 58,7%. Já para crianças pequenas e idosos a redução foi de 39% e 31,2% respectivamente.

A influenza e a covid-19 continuam sendo ameaças para a saúde pública, especialmente para as pessoas não vacinadas. O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação e conta com a participação de toda a população. Vacinar-se é um ato de cuidado próprio e coletivo. As vacinas são seguras, eficazes e gratuitas”, diz a pasta, em nota.

Conheça os grupos prioritários da vacina contra a gripe

Para além dos grupos prioritários que já fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação, como crianças de 6 meses a menores de 6 anos e pessoas com mais de 60 anos, o público-alvo da estratégia também é formado por:

  • Trabalhadores da Saúde;
  • Puérperas;
  • Professores dos ensinos básico e superior;
  • Povos indígenas;
  • Pessoas em situação de rua;
  • Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
  • Profissionais das Forças Armadas;
  • Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
  • Pessoas com deficiência permanente;
  • Caminhoneiros;
  • Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
  • Trabalhadores portuários
  • Funcionários do sistema de privação de liberdade;
  • População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas  (entre 12 e 21 anos).

vacinas gripe quantidade.jpg
Serão distribuídos 35 milhões de doses de vacinas contra a gripe para todos os estados das regiões Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Sudeste, até o final de abril (Foto: João Risi/MS))

Vacinação 

Enquanto no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste o pico de casos ocorre no outono e inverno (abril a junho), na Região Norte, devido ao clima tropical e ao regime de chuvas, a maior circulação do vírus acontece no segundo semestre, geralmente entre setembro e novembro, o chamado “Inverno Amazônico”. Por isso, o Ministério da Saúde ajusta o calendário para garantir que a vacinação ocorra no momento mais estratégico, proporcionando maior proteção à população.

No primeiro semestre, está prevista a distribuição de 67,6 milhões doses para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. No segundo semestre, serão distribuídas 5,9 milhões de doses para a Região Norte, alinhando-se ao período de maior circulação viral na região. O valor total do investimento é de R$ 1,3 bilhão.

vacinas gripe cepas.jpg
Vacina contra a gripe imuniza contra três cepas do vírus influenza (Foto: Walterson Rosa/MS)
Fonte: Agência Brasil e Ministério da Saúde

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *