Até as 19h30, da última quinta-feira, 13 de agosto, mais de 249 mil pessoas morreram por problemas no coração, conforme a plataforma Cardiômetro, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo. Dados mais recentes, divulgados pela entidade, mostram que só em 2015, 17,7 milhões de pessoas morreram em decorrência deste tipo de enfermidade. O que representou 31% das mortes registradas.
O Dia Nacional do Cardiologista (15 de agosto) foi criado para reforçar a importância deste profissional e conscientizar a população para com a saúde do coração. Thiago Siqueira, médico cardiologista e coordenador da Cardiologia do Hospital Anchieta de Brasília, ressalta a importância da data. “No Brasil, com o envelhecimento da população, torna-se urgente e necessária campanhas e datas como esta, que estimulem a mudança de hábitos de vida e proporcionem uma redução crescente no número de óbitos por infarto do miocárdio e doenças cerebrovasculares”, acrescenta.
Para ele, o papel atual do cardiologista é o de propulsor da estratégia de redução e controle de fatores de riscos ( hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagismo, sedentarismo, dislipidemia obesidade). “Tudo isso faz com que nos tornemos o cerne na prevenção primária e secundária de eventos cardiovasculares”, pontua Dr Thiago.
“A consulta ao cardiologista não deve ser lembrada apenas após o aparecimento de sintomas, devemos orientar sempre que estas avaliações façam parte de uma rotina preventiva”, ressalta. Assim, segundo Siqueira, pacientes com menores e maiores chances de desenvolverem doenças cardiovasculares serão monitorados, e a partir daí formulado uma estratégia de tratamento medicamentoso e não medicamentoso junto a estes diferentes perfis populacionais.
Embora pertença a uma família de vírus conhecida pela ciência desde a década de 60, o novo coronavírus traz, ainda, muitas perguntas para serem respondidas, principalmente sobre os métodos eficazes de tratamento. O que se sabe, até agora, é que há grupos de riscos, especialmente pessoas com problemas cardiovasculares, que são, normalmente, aquelas com idade acima dos 60 anos.
Pesquisas recentes do Colégio Americano de Cardiologia revelam que 40% dos pacientes dos hospitalizados com resultado positivo para essa infecção por coronavírus apresentavam alguma patologia cardiovascular ou cerebrovascular prévia. Além disso, 6,7% deles manifestaram arritmia e 7,2%, uma lesão no miocárdio. De acordo com o cirurgião vascular Francisco Simi, a cardiopatia é uma doença comprometedora para o paciente.
“O sistema imológico do cardiopata é bastante sensível e é comum apresentar quadros constantes de inflamações crônicas, o que pode agravar o adoecimento. A predisposição deles para qualquer doença é muito alta, principalmente em casos clínicos virais. Por isso, pessoas com problemas cardiovasculares precisam, neste momento, praticar o isolamento social”, orienta.
Simi lembra também que a cardiopatia acarreta outras comorbidades, como a arteriosclerose, diabetes e obesidade. As secreções constantes desses pacientes também potencializam a porta de entrada para o coronavírus. “Em cardiopatas, as secreções da orofaringe são mais presentes e pode levar o vírus com mais rapidez para os pulmões. É nesse órgão que o vírus vai atuar prejudicando a respiração”, explica Simi.
Amamentação previne doenças cardiovasculares futuras
No mês de agosto, em que se celebra e se incentiva o aleitamento materno, é importante trazer o conhecimento dos seus benefícios e os motivos pelos quais essa prática deve ser encorajada e difundida. Um deles é a prevenção e a redução de chances desta nova vida desenvolver doenças cardiovasculares no futuro, de acordo com pesquisa recente publicada na Obstetrics and Gynaecology (leia mais abaixo).
Uma pesquisa da Universidade de Pittsburgh, publicada na Obstetrics and Gynaecology, mostra que das 140 mil mulheres que participaram do estudo, as que amamentaram durante o período de um ano mostraram 10% menos riscos de apresentar enfermidades cardíacas e AVC (acidente vascular cerebral), em comparação às mulheres que nunca amamentaram.
Outra pesquisa publicada na American Heart Association (AHA), evidencia a redução de riscos de infarto a longo prazo, bem como menores incidências de AVC. Segundo os estudos, isso acontece porque a amamentação “emagrece”, ou seja, diminui a gordura do corpo, auxiliando para uma melhor saúde cardiovascular.
CUIDADOS CONSTANTES
O leite materno é chamado “alimento de ouro” devido à sua riqueza única em proteínas, açúcares, gorduras, vitaminas, água e glóbulos brancos, prevenindo infecções, alergias e doenças. De acordo com a OMS, o leite materno deve ser a única fonte de alimentação do bebê em seus primeiros seis meses de vida.
Cumprindo essa recomendação, diversos estudos indicam que a amamentação traz, além de muita saúde para o bebê, benefícios também à mãe. “O leite materno é o melhor e único alimento que é completo em todos esses aspectos”, destaca o médico cirurgião vascular, Francisco Simi.
Os cuidados que os cardiopatas devem ter são os mesmos necessários para evitar a contaminação. Porém, devem ser redobrados. “Isolamento social é o principal. A higiene das mãos várias vezes ao dia e o uso de máscaras também são cuidados importantes. As máscaras caseiras são uma opção para quem não dispõe de outras e a lavagem adequada delas, com água e sabão, deve ser feita sempre”, orienta o médico.
IMUNIDADE
Com a quarentena, muitas pessoas estão isoladas dentro de casa, deixando inclusive de tomar sol. A vitamina D é um importante nutriente que age no equilíbrio do corpo, como na absorção do cálcio e fósforo, fortificando os ossos, músculos e, inclusive, os dentes.
O sol é uma das fontes mais simples para absorvermos essa vitamina. Ela ajuda bastante na imunidade, por isso, mesmo na quarentena, é importante expor o corpo aos raios solares, de forma moderada. Uma caminhada pelo quintal ou sentar-se na sacada por alguns minutos, evitando as horas mais quentes do dia, contribui muito para que o nosso corpo produza esse nutriente”, reforça Simi.
A vitamina D também está presente, em maior concentração, nos peixes de água salgada, carne vermelha, ovos, manteiga e leite.
Com Assessores