Que a crise econômica e o desemprego deixam qualquer um deprimido, ninguém duvida. Mas o fato é que estamos criando uma geração de depressivos. Uma pesquisa indicou um aumento no número de pacientes com sintomas de depressão entre empresários, executivos e funcionários de alta gerência. O número de suicídios e depressões de ruína tem sido alarmante.

Não é à toa que a depressão hoje é a terceira maior causa de afastamentos do trabalho e deve ser a primeira até 2020, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados da Previdência Social mostram que, em 2016, 75,3 mil trabalhadores foram afastados do trabalho com diagnóstico de transtornos mentais e comportamentais como a depressão, o estresse, a ansiedade e outros relacionados com consumo de drogas e álcool.

Parte deles é atribuída à crise econômica: o gatilho é por conta de não conseguirem atender a crescente pressão no trabalho ou por estarem desempregados. Publicada pelo jornal ‘Folha de São Paulo’ e realizada pela clínica Med-Rio Check Up, a pesquisa mostra que houve um aumento de 37,5% nos casos de depressão, com relação ao mesmo período do ano passado . De acordo com a mesma pesquisa, os casos de insônia tiveram alta de 19%, ansiedade de 60% e o estresse atingiu um aumento de 27,7%.

Outra pesquisa, “Impactos do Desemprego: saúde, relacionamentos e estado emocional”, feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostra que, além de trazer complicações à vida financeira, o desemprego afeta o estado físico e emocional das pessoas.

De acordo com o estudo, 59% dos entrevistados se sentem deprimidos ou desanimados, 63% estão estressados ou nervosos e 62% dizem estar angustiados. Também foram citados sentimentos de privação do consumo que tinha anteriormente (75%), ansiedade (70%) e insegurança de não conseguir um novo emprego (68%).

Brasileiro é o mais deprimido da América Latina

A depressão é considerada um transtorno do humor e atinge hoje cerca de 320 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da OMS. Só no Brasil 11,5 milhões de pessoas sofrem com esta doença, o que representa 5,8% dos habitantes. O brasileiro é o povo mais deprimido da América Latina, com uma média que supera os índices mundiais.  No Brasil, alguns estudos, como um feito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), mostram que a prevalência do risco aumentado para depressão atinge 5,5 milhões de brasileiros.

A queda da produtividade e doenças vinculadas à depressão têm um alto custo global, que a OMS calcula em um trilhão de dólares por ano. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a União Europeia gasta 3% do PIB com a saúde dos trabalhadores acometidos pela doença e, nos Estados Unidos, são gastos cerca de US$ 40 bilhões ao ano em tratamentos.

De acordo com a OMS, a depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de forma muito importante para a carga global de doenças. É a terceira principal causa de anos de vida perdidos por doença. No mundo, 322 milhões de pessoas apresentam o quadro. Estima-se que o número total de pessoas vivendo no mundo com depressão aumentou 18,4 % entre 2005 e 2015.

Diante da gravidade do problema, a OMS decidiu dedicar o Dia Mundial da Saúde (7 de abril) deste ano à depressão.  A depressão é uma doença decorrente de fatores endógenos ou exógenos que pode variar de gravidade, e apresentar melhor ou pior prognostico se tratada adequadamente. Sendo uma das principais doenças da modernidade, ela prejudica a capacidade da pessoa trabalhar e estudar,  devido  a alterações do pensamento e do humor,  lentidão no raciocínio e redução da concentração.

Esquecimentos e alterações do sono também podem estar presentes. Importante ressaltar que a depressão não se caracteriza apenas por tristeza e anedonia, podendo muitas vezes se apresentar através de comportamentos irritadiços, impacientes e agressivos.

Da Redação, com assessorias

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