O novo Boletim do InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (28/8), aponta aumento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 no Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e Paraíba, ainda sem gerar grandes impactos nas hospitalizações. O estudo informa que, no entanto, os casos graves pela doença continuam baixos no país. E sublinha a importância de que as pessoas dos grupos de risco verifiquem se estão em dia com a vacina. A análise é referente à Semana Epidemiológica 34, período de 17 a 23 de agosto.

A atualização do boletim Fiocruz aponta também que 20 estados apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta: Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Goiás, Acre, Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe.

A pesquisa identificou que duas das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 34: Cuiabá (MT) e Manaus (AM).

No Rio de Janeiro, estado aponta estabilização nas internações por Covid-19

Apesar disso, a população deve continuar a se proteger com a vacina e com a higiene das mãos

A nova edição do Panorama Covid-19 divulgado na terça-feira (26/08) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) indica que o número de internações pela doença parou de crescer na última semana. Entretanto, três dos oito indicadores precoces da saúde apresentaram aumento: as taxas de positividade dos testes rápidos na rede particular; dos de RT-PCR analisados pelo LACEN-RJ; e o número de atendimentos de crianças com suspeita de Covid-19 em UPAs.

O cenário mostra uma queda momentânea nos casos graves da doença, mas há risco de novos aumentos no futuro. Por isso, as autoridades reforçam a importância de manter a vacinação em dia e adotar cuidados individuais, como o uso de máscaras e a higiene das mãos. O SUS também disponibiliza nas unidades públicas de saúde um tratamento para casos leves em pessoas acima de 65 anos ou imunocomprometidas, desde que iniciado nos primeiros cinco dias de sintomas.

Na terceira semana de julho, entre os dias 20 e 26, a taxa de positividade dos testes rápidos analisados na rede particular de laboratórios DASA era de 12,5%. Em agosto, entre os dias 10 e 16, o índice cresceu para 14,10%.  Entre os testes de RT-PCR analisados pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (LACEN-RJ) no mesmo período, a positividade passou de 10,7% para 16,7%. O número de atendimentos semanais à crianças em UPAs do estado com sintomas de Covid-19 passaram de 865 para 873.

Desde o início do ano, temos observado um predomínio da variante Ômicron em todas as semanas epidemiológicas, com a detecção de diferentes sub variantes. Vale destacar que a vacina que temos disponível reforça a proteção contra essa linhagem da doença, por isso é importante manter a caderneta em dia e não vacilar com a Covid-19”, explica a superintendente de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do estado, Luciane Velasque.

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Fiocruz: tendência de queda nos casos no Brasil e alerta para VSR em crianças

Em nível nacional, o cenário atual sugere indícios de queda na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de aumento na tendência de curto prazo (últimas três semanas). Em 2025, já foram notificados 163.956 casos de SRAG, sendo 87.741 (53,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 56.822 (34,7%) negativos e ao menos 8.757 (5,3%) aguardando resultado laboratorial.

Dentre os casos positivos deste ano, observou-se que 45,1% de vírus sincicial respiratório, 25,2% de rinovírus, 24,6% são de influenza A, 7% de Sars-CoV-2 (Covid-19) e 1,1% de influenza B. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 44,8% de rinovírus,  31,1% de vírus sincicial respiratório, 11,5% de Sars-CoV-2 (Covid-19), , 7,9% de influenza A e 1,7% de influenza B.

No Amazonas, o crescimento do número de casos se concentra nas crianças pequenas e é causado fundamentalmente pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O estado é o único que ainda apresenta aumento de SRAG por VSR no país. No Distrito Federal, Mato Grosso e Goiás, o aumento dos casos de SRAG ocorre principalmente nas crianças e adolescentes de 2 a 14 anos. Os dados laboratoriais sugerem que o aumento está sendo impulsionado pelo rinovírus.

O crescimento de SRAG vem ocorrendo especificamente na faixa etária de 2 a 14 anos em diversos estados da região Centro-Sul, com destaque para São Paulo, onde esse aumento é bem acentuado, assim como em alguns estados do Nordeste e no Amapá.

Por conta do aumento, caso crianças e adolescentes nesta faixa etária apresentem sintomas de gripe ou resfriado devem ficar em casa e evitar ir à escola a fim de evitar transmissão do vírus para outras crianças. Lembrando que idosos e imunocomprometidos devem tomar a vacina contra a Covid-19 a cada seis meses. Os demais grupos de risco, como pessoas com comorbidade, precisam tomar doses de reforço uma vez ao ano”, recomenda a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Processamento de Dados Científicos da Fiocruz e do Boletim InfoGripe.

O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS), voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país, oferecendo suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública. 

Com informações da Fiocruz e SES-RJ

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