Celebrado em 8 de julho, o Dia Mundial da Alergia chama atenção para um problema de saúde que afeta milhões de pessoas no mundo todo. Espirros, olhos coçando, urticárias ou inchaços são apenas alguns dos sintomas mais comuns, que muitas vezes interferem no sono, no desempenho escolar e na qualidade de vida de quem convive com alguma condição alérgica.
No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), 20% das crianças e 30% dos brasileiros convivem com algum tipo de alergia. E elas não se limitam ao ar que respiramos. Além das respiratórias – como a rinite alérgica, que atinge até 40% da população brasileira, segundo a Asbai – as alergias de pele estão entre as mais frequentes, afetando crianças, adultos e idosos de forma indiscriminada.
Há também as alergias a medicamentos e as alergias alimentares, causadas por substâncias como leite, ovo, castanhas ou frutos do mar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 250 milhões de pessoas no mundo sofrem com algum tipo de alergia alimentar. Entre esses casos,
A dermatologista Mariana Scribel alerta que até mesmo atividades cotidianas, como o uso de cosméticos ou exposição ao sol, podem desencadear reações alérgicas. As alergias de pele são reações do sistema imunológico a substâncias que, em geral, não causariam problemas para a maioria das pessoas.
As alergias de pele são muito mais comuns do que se imagina e podem impactar significativamente a qualidade de vida do paciente. Estar atento aos sintomas e buscar um tratamento adequado é essencial”.
Entre os tipos mais comuns de alergias de pele estão
- Dermatite atópica (ou eczema): Tipo de alergia de pele mais frequente em crianças, afetando 20% delas, que se caracteriza por vermelhidão, coceira intensa e descamação.
- Dermatite de contato: Provocada pelo contato com substâncias irritantes ou alérgenos, como bijuterias, produtos de limpeza ou cosméticos.
- Fotodermatite: Uma reação ao sol, geralmente associada a medicamentos ou produtos como perfumes.
- Urticária: Surge na forma de vergões avermelhados ou rosados, que provocam coceira intensa. Pode ser causada por medicamentos, alimentos ou picadas de insetos.
As pessoas não imaginam que itens comuns, como uma bijuteria de níquel ou um creme com perfume forte, podem causar essas reações. Por isso, a avaliação dermatológica é tão importante, para entender as causas e evitar crises futuras”, destaca a Dra. Mariana.
Principais sintomas
Embora os sintomas das alergias de pele possam variar, eles possuem alguns pontos em comum, como coceira, vermelhidão, inchaço e descamação. Segundo a Dra. Mariana, “é essencial identificar os sintomas logo no início, já que alergias negligenciadas podem se agravar e até causar complicações, como infecções”.
Ela ainda alerta: “Jamais use medicamentos ou pomadas sem saber o diagnóstico e sem prescrição médica. Produtos inadequados podem agravar as lesões, dificultando o tratamento”. Por isso, ao perceber qualquer alteração na pele, procure ajuda médica imediatamente.
Quem é mais afetado?
As alergias de pele podem atingir qualquer pessoa, mas apresentam alguns padrões de prevalência, como nas crianças, que são mais propensas à dermatite atópica. Já os adultos jovens e mulheres frequentemente são os mais afetados pelas urticárias. Quando o assunto são as dermatites de contato, os trabalhadores expostos a produtos químicos, como profissionais do setor de limpeza e saúde, são os que têm maior risco.
“Embora algumas pessoas tenham uma predisposição genética às alergias, fatores externos como estresse, clima e irritantes químicos também desempenham um grande papel no desencadeamento dessas reações”, explica a médica à frente da Clínica Scribel.
Alívio dos sintomas e qualidade de vida
O tratamento das alergias de pele deve ser sempre individualizado, conforme a condição e a gravidade dos sintoma, mas explica que as opções mais usadas costumam variar entre os medicamentos tópicos, como cremes à base de corticosteroides, para reduzir inflamação e emolientes para hidratar a pele; os antialérgicos orais, utilizados para aliviar a coceira; além da imunoterapia, usada em casos de alergias severas ou persistentes.
Há também os casos que necessitam de cuidados adicionais, como a prescrição de antibióticos, em casos de infecções secundárias ou tratamentos para controlar crises. “É crucial que o paciente não tente autodiagnósticos, pois o uso incorreto de medicamentos pode piorar o quadro. Por isso, sempre consulte um especialista”, reforça a dermatologista.
Dicas práticas
Para finalizar, Dra. Mariana prepartou algumas dicas práticas, que ajudam na prevenção das alergias, com simples mudanças de hábitos, como:
– Hidratar a pele diariamente, especialmente em áreas mais ressecadas.
– Usar o protetor solar adequadamente para evitar a fotodermatite.
– Evitar produtos com perfumes fortes ou irritantes.
– Lavar roupas novas antes do uso, removendo substâncias químicas residuais.
– Identificar e evitar o contato com alérgenos conhecidos, sempre que possível.
Prevenir uma alergia de pele é sempre mais fácil do que tratar uma crise. Atitudes simples no dia a dia dos pacientes podem fazer toda a diferença para evitar desconfortos e complicações”, acrescenta a Dra. Scribel.
Com Assessorias