Nascida com uma condição genética rara, com características biológicas dos dois sexos, conhecida como intersex, antigamente chamada de hermafroditismo, a empresária Laudineh Oliveira, de 51 anos, encontra fôlego para brilhar em quatro escolas de samba de São Paulo neste Carnaval fora de época.

Laudineh saiu como destaque em duas do acesso que já desfilaram –  Acadêmicos do Tucuruvi, com a fantasia “As cabrochas que encantam Tiradentes”, e X-9 Paulistana representando o “Povo Guerreiro”. No Grupo Especial compõe o grupo de destaques da Acadêmicos do Tucuruvi nesta sexta-feira (22), com a fantasia “As cabrochas que encantam Tiradentes”, e da Barroca Zona Sul no sábado (23) como “Rainha da Jogatina”.

A empresária nasceu com Síndrome de Klinefelter, uma anormalidade cromossômica que resulta na presença extra de um cromossomo X, podendo apresentar órgãos masculinos e femininos, como testículos e ovários, mas em sua maioria, não conseguem se reproduzir como homem e como mulher.

  

Ela passou por uma infância traumática e adolescência transformadora, com mudanças desordenadas do corpo e surgimento de traços femininos. Só após muitos anos de estudos de equipes médicas, obteve o laudo que comprovasse a síndrome para solicitar a alteração do seu nome e sexo nos documentos. Mesmo assim, o processo permaneceu por mais 10 anos, até a modificação oficial, em 2015.

 

“Tive muitas dificuldades por causa da minha condição, principalmente no período de desenvolvimento, no qual me senti perdida dentro de mim. Me submeti a diversos exames, fiz tratamento de reposição hormonal masculina que resultou em consequências físicas dolorosas e psicológicas, e sofri muito preconceito por não ter um sexo definido. Hoje sou bem resolvida com meu corpo e mente, e também orgulhosa de quem souUma parte de toda essa realização positiva na minha vida, é por causa do Carnaval, consegui me expor sem medos ou traumas”, diz Laudineh.

Apaixonada pelo tradicionalíssimo Carnaval, Laudineh encontrou nas escolas de samba respeito e carinho. Atualmente, é empresária no ramo artístico e já desfilou 13 vezes. Esse ano não foi diferente: ela está na avenida representando a igualdade, sem medos e traumas, lutando por uma sociedade mais justa e sem preconceitos.

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