Por Andréa Ladislau*

Chegamos em setembro e como já acontece desde 1994 pelo mundo inteiro, este é o mês de conscientização e prevenção do suicídio, um tema ainda considerado tabu em nossa sociedade, mas que precisa ser amplamente debatido. Setembro foi escolhido por conta do dia 10, que é a data em que se comemora o Dia Internacional da Prevenção ao Suicídio

A escolha da cor amarela como símbolo do movimento que surgiu nos Estados Unidos e se espalhou pelos outros países faz uma menção e homenagem a Mike Emme, um jovem de 17 anos que morava com os seus pais no Colorado e se matou dentro de um Ford Mustang Amarelo em 1994. O caso repercutiu bastante nos EUA e gerou muita comoção. 

No Brasil, a campanha simboliza a floração dos ipês amarelos que se destacam por sua beleza no mês de setembro. No entanto, devemos deixar claro que este é um movimento que vai muito além de apenas prevenir o suicídio e também envolve a preocupação com o diagnóstico e tratamento adequado de transtornos mentais, bem como o zelo com o próximo, devendo ser um tema a ser tratado durante todo o ano e não apenas em um único mês.

O Setembro Amarelo é uma campanha que busca dar luz a discussões importantes sobre o suicídio, principais causas e formas de evitar. A prevenção do suicídio passa por questões como a informação e a atenção aos detalhes. Fomentar a discussão sobre o tema, consequências e prevenção, a partir da percepção da dor do outro e da ampliação do diálogo. 

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É preciso estar sempre atento aos sinais de risco, como depressão, dependência de substâncias psicoativas, perturbações de personalidade, isolamento, alcoolismo, desleixo com a aparência, desânimo, disfuncionalidade no seio familiar, tristeza profunda, entre outros.

Além disso, falar a respeito com muita responsabilidade e afeto ao próximo é sempre necessário para que se dê a devida importância a possíveis contextos que poderiam culminar neste tipo de atitude extrema. Os cuidados com a saúde mental devem ser evidenciados. Não devemos ter medo de tocar no assunto. O tabu deve ser derrubado e os fatores de proteção, aumentados. 

Deve-se incentivar o indivíduo a buscar ajuda e também seguir o tratamento adequado para fortalecer sua autoestima e o amor próprio. É preciso acolher, permitindo que o outro se sinta à vontade para expressar suas emoções.  Também se faz necessário o estímulo à fala consciente e sem julgamentos através de uma escuta ativa e afetuosa, promovida por uma rede de apoio estruturada.

Cuidar da saúde mental promove a qualidade de vida e torna o indivíduo mais forte e resiliente diante das mais variadas situações e também pode ajudá-lo em quadros de transtornos psicológicos em que o mesmo tenha grande dificuldade de lidar com suas emoções e sentimentos. 

Além disso, não podemos esquecer que a busca por uma ajuda qualificada de um profissional de saúde mental auxilia no cuidado das dores emocionais. Empatia salva vidas.

O mais importante é preservar a saúde mental e o equilíbrio o ano inteiro e compreender que quem tenta tirar a vida, quer na verdade, eliminar a dor. Mas o suicídio é uma solução definitiva para problemas temporários. Abrace a vida e busque ajuda profissional sempre. Você é o amor da vida de alguém e não está sozinho.

Andrea Ladislau, doutora em Psicanálise Contemporânea (Foto: Pedro Costa)

*Andrea Ladislau é pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É também graduada em Letras e Administração de Empresas, palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.

Contatos: Instagram: @dra.andrealadislau / Telefone: (21) 96804-9353 (Whatsapp) / contato@andrealadislau.com.br

Andrea Ladislau colabora para a seção Palavra de Especialista toda quarta-feira. Dúvidas e sugestões para palavradeespecialista@vidaeacao.com.br.

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