Que a vida não vem com um manual de orientações a serem seguidas, todos sabemos. Porém, encarar os desafios com otimismo é fundamental para não diminuir as expectativas de futuro. Portanto, não adianta achar que a vida será apenas de flores a todo momento. Ela é feita de altos e baixos e os momentos mornos existem e também são necessários, inclusive.

É necessário acolher os momentos mais tristes, rejeitar uma positividade tóxica que mascara os sentimentos para ter clareza do momento em que se vive. Isto porque é claro, que existem situações desafiadoras que, sem sombra de dúvidas, ativam gatilhos emocionais importantes no ser humano.

A positividade tóxica é a prática de priorização das emoções positivas ao mesmo tempo que se ignora ou rejeita qualquer situação negativa que o indivíduo esteja vivenciando. É olhar para o leque de emoções vividas pelas pessoas e afirmar que apenas os sentimentos felizes são aceitos em detrimento aos desagradáveis.

Quem vive dessa positividade tóxica tende a viver crendo que a vida é linda o tempo todo. Claro que é bom ter uma visão otimista da vida, mas também precisamos reconhecer a realidade: a vida é cheia de situações difíceis. Você não precisa cobrir suas emoções reais com um sorriso se, na verdade, você não está nem um pouco a fim de sorrir.

Devemos nos permitir vivenciar sentimentos negativos, pois eles também trazem algum tipo de aprendizado e, em alguns casos, são até motivadores. Quando você diz: “Estou triste”, é a libertação desses rótulos de positividade pregados pela sociedade em geral.

A negação da tristeza como obrigação

A grande realidade é que a positividade tóxica é uma espécie de negação da tristeza e de outros sentimentos negativos. Uma tentativa de escapar do negativo. É impor a si mesmo ou ao outro, uma atitude falsamente negativa, generalizando um estado feliz e otimista, seja qual for a situação, silenciando as emoções negativas. 

Essa positividade não nos permite enxergar que todas as emoções têm uma utilidade e nos dão informações sobre o que acontece em nosso corpo e em nosso meio. Dessa forma, não conseguimos trabalhar a resiliência, pois nos isolamos de nós mesmos e de nossas emoções.

A consequência mais desastrosa quando praticamos a positividade tóxica é reprimir as emoções e assim somatizá-las, expressando-as através do corpo sob a forma de doenças, como a depressão ou qualquer outra doença psíquica. 

Como fugir da positividade tóxica?

Portanto, para fugir de uma positividade tóxica, em qualquer circunstância, devemos validar nossos sentimentos. Ser fiel e atento ao que sentimos. Seja acolhedor consigo mesmo. A permissão abre as portas da liberdade de expressão e evita que somatizações norteiem seus dias e alimentem doenças indesejáveis.

Além disso, muito cuidado para não ser invasivo, imperativo, julgador ou senhor (a) da razão, apontando o dedo ao outro dizendo o que se deve ou não fazer. Dizer, por exemplo, como a pessoa deve ou não agir; sentir ou não sentir; expressar ou não os sentimentos. 

Afinal, se cada história é única, cada um irá viver em seu momento, da sua forma e dentro do seu contexto. Precisamos aprender a respeitar as crenças, as bagagens de vida, os desejos e anseios do outro. Respeito é o mínimo que o outro merece. 

Ao verbalizar sua tristeza e sua dor, você faz uma clara demonstração do quanto é preciso e necessário expressar os reais sentimentos. E isso nada tem a ver com o pessimismo ou vitimismo. O principal é saber dosar e gerenciar essas emoções inevitáveis para encontrar equilíbrio e bem estar em meio aos desafios da vida.    

Leia nossos artigos aqui no ‘Palavra de Especialista’

   

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