O Rio de Janeiro tem uma boa notícia para comemorar neste Dia Mundial do Doador de Sangue (14 de junho): 28% dos que estiveram no Hemorio nas últimas duas semanas já desenvolveram anticorpos contra a Covid-19. A taxa era de apenas 4% nas primeiras semanas de abril. A pesquisa inédita, que já contou com 7.286 pessoas, continua até o fim da pandemia para o mapear o índice de pessoas infectadas e com anticorpos no estado. A expectativa é que, até o final de julho, mais 3 mil pessoas participem da pesquisa, que escolhe pessoas aleatórias que vão ao Hemorio.

Ministério da Saúde lança uma campanha para convocar doadores regulares e novos durante a pandemia da Covid-19. Os hemocentros reforçaram suas medidas de higiene e distanciamento social garantindo que a doação ocorra de forma segura. No Rio de Janeiro, quem já é doador e pessoas que desejam passar a doar podem procurar o Hemorio, o Banco Serum ou o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Responsável por abastecer com sangue as principais emergências, maternidades e unidades de saúde do Estado do Rio, o Hemorio, hemocentro coordenador que faz parte da Secretaria de Estado de Saúde, liberou neste sábado (12) os resultados preliminares da pesquisa que apontou crescimento na presença de anticorpos entre a população. Os dados foram analisados em parceria com pesquisadores da SES, UERJ, UFRJ e Fiocruz. 

Os doadores de sangue podem ser considerados uma população-sentinela, que nos possibilita acompanhar a curva de crescimento da doença. Surpreendentemente, um número considerável de doadores já possui anticorpos contra o novo coronavírus, o que pode refletir a realidade da população em geral”, pontuou o diretor do Hemorio, Luiz Amorim.

Campanhas no Dia Mundial do Doador de Sangue

Um único gesto solidário que pode salvar até quatro vidas! Porém, os bancos de sangue precisam constantemente alertar a população de que essa simples e imprescindível ação não pode cair no esquecimento, como vem ocorrendo atualmente, em tempos de pandemia. As medidas de isolamento social estão afetando severamente as doações de sangue.

As bolsas de sangue coletadas no Brasil caíram 2,5% nos últimos quatro anos, apesar das transfusões de sangue terem aumentado 4,8% no mesmo período. A grande preocupação é com a necessidade mais imediata que são justamente dos estados com maior população e, portanto, com maior consumo de bolsas de sangue.

Em comemoração ao Dia Mundial do Doador de Sangue, dia 14 de junho, o Ministério da Saúde lança uma campanha para convocar doadores regulares e novos durante a pandemia da Covid-19. Para receber os doadores regulares e os novos doadores, os hemocentros reforçaram suas medidas de higiene e distanciamento social garantindo que a doação ocorra de forma segura.

No Rio de Janeiro, os bancos de sangue estão com campanhas para estimular as doações, mostrando que doar sangue é seguro. Quem já é doador e pessoas que desejam passar a doar podem procurar o Hemorio, o Banco Serum ou o Instituto Nacional do Câncer (Inca).  Por conta da pandemia, o acesso ao banco de sangue do Inca foi alterado para garantir ainda mais segurança aos doadores.

Todos os hemocentros do país estão preparados para receber os doadores com segurança e sem aglomeração. É muito importante que as pessoas não deixem de doar. Quando a pessoa escolhe aquele dia para doar sangue, ela está contribuindo para saúde de alta complexidade do país”, destacou o secretário da Atenção Especializada em Saúde (SAES), Luiz Otávio Franco Duarte.

Ministério da Saúde afirma que os dados refletem que mais pessoas estão tendo acesso ao serviço de alta complexidade em saúde no país, contudo, mesmo com menor doação de sangue. “O Brasil trabalha com margens de segurança para atender com prontidão a aumentos bruscos da demanda ou quedas inesperadas das doações, como em casos de pandemias como a vivida com a Covid-19. Porém, a redução desta distância entre uso e disponibilidade de sangue é um alerta de que precisamos cuidar de nossos bancos de sangue para não corrermos o risco de falta”, ressalta a pasta, em nota.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, até o momento, não existe nenhum dado científico que demostre a infecção transfusional por coronavírus. De forma preventiva, os hemocentros estão tomando todos os cuidados para minimizar qualquer tipo de risco de transmissão, com triagem clínica dos candidatos e aptidão apenas para os que estão curados há mais de 30 dias.

No Banco Serum, situação é muito crítica

Estamos atravessando uma situação muito crítica, pois temos estoque suficiente para apenas 12 dias, sendo que o ideal seria uma cobertura, de pelo menos 20 dias, para que possamos atender aos pacientes com segurança”, explica Rodrigo Moreira, líder de captação do Banco de Sangue Serum, informando ainda que o sangue O- enfrenta uma situação pior, com apenas 6 dias de cobertura.

Segundo ele, há uma preocupação frente a esse cenário, pois se os doadores não se mobilizarem, pode faltar sangue, colocando em risco a vida de inúmeros pacientes em tratamento.

Estamos enfrentando um déficit em nossos estoques que ultrapassa a marca dos 50%. Isso está ocorrendo porque as pessoas estão com medo de sair de casa para doar sangue. Mas é preciso que elas saibam que estamos tomando todas as medidas de segurança e proteção. E que o sangue, em muitos casos, é a única esperança de vida, para o qual não existe nenhum substituto”, ressalta Rodrigo.

Ao mesmo tempo em que há menos doadores disponíveis, a demanda por sangue nos hospitais vem aumentando. Somente na última semana, o registro foi 39% maior em relação aos períodos anteriores. “Isso vem ocorrendo porque alguns hospitais voltaram a atender aos procedimentos cirúrgicos eletivos e não apenas situações emergenciais”, explica Rodrigo.

Ação no Facebook estimula doação voluntária

O Ministério da Saúde reforça que é necessário promover e fortalecer as ações que estimulam a doação voluntária para manutenção dos estoques de sangue. Para tentar contornar a crise de abastecimento nos estoques de sangue, a partir desta semana, todos os hemocentros coordenadores do Brasil (aqueles que abastecem a rede pública de saúde), passarão a contar com a ferramenta de doações de sangue do Facebook.

Usando a ferramenta, os hemocentros conseguem notificar pessoas próximas que sejam cadastradas como doadoras de sangue no Facebook – hoje, já são cerca de 10 milhões de doadores cadastrados no país.  O objetivo é colaborar para a manutenção estável dos estoques de sangue nos bancos, que é um dos maiores desafios neste momento. Para cadastrar-se como doador de sangue no Facebook, basta acessar o endereço facebook.com/doesangue. Usando seu dispositivo móvel também é possível acessar o menu do Facebook e então clicar em “Doações de Sangue”.

O que a ferramenta faz é dar aos hemocentros a possibilidade de recrutar voluntários para doação de forma simplificada e constante, de acordo com a necessidade específica de cada um. Nossa intenção é ajudar para que as pessoas sintam-se seguras para doar sangue e os bancos consigam se conectar a doadores próximos e manter seus estoques estáveis,” explica Renata Gimenez, gerente de Parcerias para Impacto Social do Facebook.

16 a cada mil brasileiros são doadores

Ao doar sangue, a população presta um serviço maior e mais complexo em áreas como em atendimentos de urgência e emergência, transplantes, cânceres, e as pessoas com anemias crônicas, que são os grandes usuários de sangue no país.

Atualmente, 16 a cada mil habitantes são doadores de sangue, no país. O percentual corresponde a 1,6% da população brasileira e está dentro dos parâmetros preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).  Do total de doadores de sangue em 2018, mais da metade (60%) são homens e 63% de doadores maiores que 29 anos.

Em 2019, foram coletadas no Sistema Único de Saúde (SUS) cerca de 3,2 milhões de bolsas de sangue contra aproximadamente 3,35 milhões de bolsas em 2016. As transfusões de sangue no país aumentaram de 2016 para 2019, passando de 2,8 milhões para 2,95 milhões de transfusões realizadas.

Rede de sangue e hemoderivados

A rede de sangue e hemoderivados (Hemorrede) do Brasil possui mais de duas mil unidades de serviços de hemoterapia (coleta, hemocentros, hemonúcleos, unidades de coleta e transfusão, agências transfusionais) pelo SUS.

Em 2019, o Ministério da Saúde investiu R$ 19,6 milhões na Hemorrede. Os recursos foram destinados ao fortalecimento da rede nacional para a modernização das unidades, qualificação dos profissionais e processos de produção, além do fornecimento de medicamentos de alto custo a pacientes.

Em decorrência da pandemia da Covid-19, em apenas seis meses, o Ministério da Saúde transferiu 1,6 mil bolsas de sangue entre os estados brasileiros. O Ministério da Saúde está monitorando diariamente os estoques de sangues nos hemocentros dos estados. Cada unidade da federação tem informado continuamente a quantidade de bolsas de sangue existentes na rede.

Essa mobilização auxilia os estados que necessitam de maiores cuidados por estarem mais afetados pela pandemia, como São Paulo e Fortaleza. Com isso, o Brasil deixa de perder hemo-componentes que, eventualmente têm em maior quantidade em um determinado estado e passa para outro que está necessitando mais”, explicou o coordenador de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Rodolfo Duarte.

Homens fazem quatro doações por ano

De acordo com o Ministério da Saúde, a doação de sangue no Brasil é um ato seguro, tanto para o doador como para quem irá receber o sangue. Não há como se contaminar com qualquer tipo de doença por meio de uma transfusão de sangue. Todo sangue doado no Brasil é testado laboratorialmente para doenças transmissíveis pela transfusão.

A frequência máxima de doações é de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de 3 meses para as mulheres.

Em 2012, o Ministério da Saúde reduziu a idade mínima de 18 para 16 anos (com autorização do responsável) e ampliou a idade máxima de 67 para 69 anos. O doador deve pesar no mínimo 50 quilos e estar em bom estado de saúde geral. Outras recomendações necessárias são: estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum.

Confira os principais requisitos

• Apresentar um documento oficial com foto (RG, CNH, etc.) em bom estado de conservação;

• Ter idade entre 16 e 69 anos desde que a primeira doação seja realizada até os 60 anos (menores de idade precisam de autorização e presença dos pais no momento da doação);

• Estar em boas condições de saúde;

• Pesar no mínimo 50 kg;

• Não ter feito uso de bebida alcoólica nas últimas 12 horas;

• Após o almoço ou ingestão de alimentos gordurosos, aguardar 3 horas. Não é necessário estar em jejum;

• Se fez tatuagem e/ou piercing, aguardar 12 meses. Exceto para região genital e língua (12 meses após a retirada);

• Se passou por endoscopia ou procedimento endoscópico, aguardar 6 meses;

• Não ter tido gripe ou resfriado nos últimos 30 dias;

• Não ter tido Sífilis, Doença de Chagas ou AIDS;

• Não ter diabetes em uso de insulina;

❗ Consulte a equipe do banco de sangue em casos de hipertensão, uso de medicamentos e cirurgias.

Critérios específicos para o coronavírus

• Candidatos que apresentaram sintomas de gripe e/ou resfriado devem aguardar 30 dias após cessarem os sintomas para realizar doação de sangue;

• Candidatos que viajaram para o exterior devem aguardar 14 dias após a data de retorno para realizar doação de sangue;

• Candidatos à doação de sangue que tiveram contato, nos últimos 30 dias, com pessoas que apresentaram diagnóstico clínico e/ou laboratorial de infecções pelos vírus SARS, MERS e/ou 2019-nCoV, bem como aqueles que tiveram contato com casos suspeitos em avaliação, deverão ser considerados inaptos pelo período de 14 dias após o último contato com essas pessoas;

• Candidatos à doação de sangue que foram infectados pelos SARS, ERS e/ou 2019-nCoV, após diagnóstico clínico e/ou laboratorial, deverão ser considerados inaptos por um período de 30 dias após a completa recuperação (assintomáticos e sem sequelas que contraindique a doação).

ServiçO:

Hemorio: O posto de coleta central (Rua Frei Caneca 8 – Centro) funciona todos os dias, incluindo feriados, de 7h às 18h. Para mais informações, siga o @hemorio nas redes.

Inca: O Banco de Sangue funciona de segunda a sexta de 7h30 às 14h30 e sábado de 8 às 12h na Praça Cruz Vermelha, 23, 2º andar. Agendamentos não são obrigatórios, mas podem ser feitos para quem preferir, pelos telefones: (21) 3207-1021 ou (21) 3207-1580, entre 8h e 15h, de segunda a sexta.

Serum: O banco de sangue funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h, na Rua Riachuelo 43, Centro, dentro do Hospital da Ordem do Carmo, 3º andar. Mais informações: (21) 3233-5950 | WhatsApp: (21) 97231-4651
Estacionamento conveniado durante a doação – Landeiras Park, Avenida Gomes Freire, 769 – Lapa
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