De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais de 3.5 milhões de brasileiros consumiram algum tipo de droga ilícita recentemente. Dados como esse são preocupantes, visto que o uso dessas substâncias traz inúmeras consequências graves à saúde. Segundo uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 6% da população brasileira atual tem alguma dependência química.

Guilherme Mascena, há alguns anos, fazia parte dessa estatística. O jovem, com atualmente 34 anos, precisou chegar ao fundo do poço para se reerguer. Ele ficou internado em 2017 por seis meses no Instituto Radar Brasil, em Itapecerica da Serra (SP).

Depois de quase perder a vida por conta do vício, decidiu se internar, voluntariamente, em uma clínica para se tratar e voltar à sociedade. “Tomar a decisão de recorrer a esse suporte pode ser difícil, mas o tratamento de dependência química deve ser visto como uma oportunidade de resgate e, posso afirmar, com certeza, que foi o meu resgate”, conta Guilherme.

Em tratamento Guilherme, teve acompanhamento com psicólogos, psiquiatras, terapeutas fez e outras atividades dentro da clínica.  Após o tratamento, Guilherme voltou para casa, mas não se sentia seguro, pois tinha medo da recaída. Com isso e também, por perder o emprego em que trabalhava antes do tratamento, resolveu tentar um trabalho na clínica e conseguiu.

“Eu aprendi um pouco de tudo dentro da clínica, passei por várias áreas e me sentia muito em casa”, conta.

Após alguns meses, um dos donos da clínica estava indo embora do Brasil e Guilherme viu a oportunidade perfeita. Resolveu comprar o estabelecimento, pois sabia que a missão de sua vida era continuar ajudando da mesma maneira que foi ajudado. Com isso, há dois anos, Guilherme se tornou CEO do Instituto Radar Brasil.

“Com a convicção de que é preciso preservar o estado natural da existência humana, valorizando o ser inteligente, sensitivo e muitas vezes cerceado de atributos pessoais, eu e meu sócio moldamos o projeto que busca respeito, preservação e sustentabilidade nos espaços de convívio”, explica Mascena.

O Instituto Radar Brasil conta com 49 pacientes, que resolveram se internar voluntariamente para se tratar das dependências que possuem. O instituto é um centro de tratamento que possui método dinâmico e tem por objetivo reproduzir a vida como ela é em sociedade. Isso exige modernização contínua para oferecer o que existe de mais atual no que se refere ao conhecimento científico aplicado à dependência química e saúde mental.

Presente e Futuro

Atualmente, Guilherme utiliza tanto a clínica e as suas redes sociais como criador de conteúdo, que contam com mais de 55 mil seguidores, para falar sobre sua história de vida, sobre a dependência química e influenciar as pessoas a seguirem pelo caminho certo.

Além disso, com o objetivo de conseguir ajudar ainda mais pessoas, Guilherme iniciou um projeto para abertura de um Hospital Especializado em Dependência Química, pois assim conseguirá realizar atendimentos 24h por dia e contar com mais pessoas para continuar construindo seu sonho.

“O objetivo do hospital é conseguir atender muito mais pessoas. Sei que o número de dependentes químicos só cresce no Brasil e sair dessa situação é bem complicado. Quero usar a minha história, o hospital e também a minha influência para ajudar aqueles que mais precisam e sofrem muito preconceito da sociedade’, finaliza Guilherme.

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