Desde 2017, o mês de dezembro marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A campanha é instituída pela Lei nº 13.504/2017 e constitui um conjunto de atividades de conscientização, prevenção e assistência às pessoas portadoras dessas doenças, com o apoio do Sistema Único de Saúde e de diversas entidades da sociedade civil.
Ainda que essa luta coletiva já aconteça há 5 anos por meio de inúmeras campanhas de alcance nacional, o tema ainda é considerado um tabu na sociedade e as dúvidas são muitas a respeito da prevenção, transmissão e do convívio com as infecções. Para potencializar as ações para além da campanha Dezembro Vermelho, várias iniciativas são realizadas por ONGs e ativistas, como João Geraldo Netto, de 40 anos, que vive com HIV desde 2001 e fez parte da “Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids”.
Ativista de Direitos Humanos e especialista em Sexualidade Humana, ele criou o canal ‘Super Indetectável’ no YouTube, para disseminar informações científicas e conhecimento sobre Direitos Humanos, sexualidade, saúde sexual e a pandemia de Aids. Por sete anos foi assessor técnico do Ministério da Saúde, onde atuou na produção, desenvolvimento e implantação de políticas públicas sobre infecções sexualmente transmissíveis.
Com sua experiência, desenvolveu uma estratégia de comunicação digital em saúde que reúne a “Rede Mundial de Pessoas que Vivem e Convivem com HIV“, para acolhimento, orientação, ajuda mútua e fortalecimento do autocuidado das pessoas afetadas pelo vírus. Atualmente, é mobilizador social, professor e consultor em projetos de organizações governamentais, iniciativa privada e terceiro setor no Brasil e exterior.
Parceiro da WinSocial, plataforma digital de seguro de vida para pessoas com condições crônicas, João Geraldo explica alguns mitos e verdades sobre o tema. Confira:
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Todos os portadores de HIV têm Aids – MITO
HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana. Já a Aids é a Síndrome da Imunodeficiência Humana, causada pelo vírus HIV, caracterizada pelo enfraquecimento do sistema imunológico. Portanto, ser portador do vírus HIV não é a mesma coisa que ter Aids, visto que a Aids trata-se da manifestação da infecção, que pode não ocorrer. Existem diversos soropositivos (pessoas portadoras do vírus HIV) que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.
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Um teste para HIV pode dar falso negativo – VERDADE
Caso a pessoa tenha feito o teste em menos de 30 dias após uma relação sexual desprotegida, existe a possibilidade do resultado ser falso negativo, ainda que haja a infecção. Isso acontece devido à “janela imunológica”, período entre a infecção e a produção de anticorpos do próprio organismo que pode comprometer o resultado do exame. Sendo assim, os profissionais da área da saúde recomendam a realização do teste três meses depois desse primeiro exame.
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Beijo na boca transmite HIV – MITO
O vírus do HIV não é transmitido por meio da saliva, pelo contato ou compartilhamento de objetos, alimentos ou utilizar o mesmo banheiro. O HIV está presente em fluidos como sangue, esperma e secreção vaginal. Para haver a transmissão, o fluido contaminado de uma pessoa precisa entrar no organismo de outra por meio de uma relação sexual, ou ainda através do compartilhamento de seringas, de acidentes com objetos perfurocortantes contaminados.
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Pessoas com HIV podem ter filhos sem o vírus – VERDADE
Casais que vivem com HIV ou casais chamados de sorodiferentes/
“Com tantos canais de informação de alcance das massas, é essencial trazermos cada vez mais conteúdos educativos para desmistificar, não só o HIV, mas as demais ISTs, já que essa é realmente uma luta coletiva de educação para aqueles que ainda não conhecem as doenças e como se prevenir e, também, de acolhimento para os soropositivos que, muitas vezes, encontram o preconceito como grande barreira na sociedade”, comenta João.